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20/10/2009 - 09h55

Após campanha ocidental, presidente afegão deve aceitar segundo turno

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da Folha Online

Sob grande pressão internacional, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, aceitará a realização de um segundo turno após a anulação de sua vitória com mais de 50% dos votos por extensa fraude eleitoral, disseram fontes americanas e europeias.

A Comissão Eleitoral do Afeganistão deve anunciar nesta terça-feira os resultados das eleições de 20 de agosto se não forem encontrados problemas técnicos para acatar as ordens da Comissão de Queixas Eleitorais (CQE), que entregou na véspera relatório sobre a extensão da fraude eleitoral no pleito.

Musadeq Sadeq/AP
Presidente afegão, Hamid Karzai, deve aceitar um segundo turno após fraudes
Presidente afegão, Hamid Karzai, deve aceitar um segundo turno após fraudes

A dúvida é se o cálculo pode afetar a maioria absoluta do atual presidente que lhe garantiu vitória já no primeiro turno. Segundo o jornal espanhol "El Pais", o relatório do CQE reduziria de 54,6% para 48,3% os votos para o atual presidente --o que obrigaria Karzai a enfrentar o segundo colocado, o ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah, em um segundo turno.

Karzai se prepara para fazer uma declaração à imprensa na tarde desta terça-feira, após a revelação dos dados finais da eleição. O presidente afegão defendeu anteriormente que a fraude foi limitada e não generalizada --termo este utilizado pelo chefe da missão da ONU (Organização das Nações Unidas) no país, Kai Eide.

A mudança de tom de Karzai viria após intenso esforço diplomático para garantir a legitimidade das eleições --e consequentemente do novo governo-- em um momento de maior investimento na guerra ao grupo militante Taleban no país.

Toda a crise política causada pela indefinição eleitoral leva problemas às tropas internacionais no país, em especial às americanas, que aguardam a definição do presidente Barack Obama sobre um eventual aumento no efetivo. A Casa Branca já informou que o presidente Obama decidiu não enviar mais tropas para o país até que um governo legítimo tenha assumido o poder.

Com um governo democrático recente, esta foi a segunda eleição direta para presidente no país, e uma economia enfraquecida pela corrupção e produção de ópio, o governo afegão também depende da ajuda internacional para se manter.

Segundo a lei afegã, um segundo turno ocorreria duas semanas após o anúncio oficial dos resultados. A chegada do inverno no país, contudo, coloca em dúvida se será possível mobilizar os eleitores e garantir a logística do processo de votação.

Coalizão

A equipe de campanha de Abdullah disse que ainda não discutiu com Karzai sobre uma solução para o pleito, mas admitiu a possibilidade de formar um governo de união.

O próprio Karzai indicou em reuniões nesta semana, incluindo encontro com, senador americano John Kerry, que estaria aberto a dividir o poder com Abdullah, segundo fontes ocidentais.

Analistas dizem que Karzai --que é Pashtun, o maior grupo étnico do Afeganistão-- deve ganhar um segundo turno, mas que não apagará a mancha da ilegitimidade com a comprovação de fraude extensa na primeira votação.

Com agências internacionais

Comentários dos leitores
J. R. (1160) 22/11/2009 14h07
J. R. (1160) 22/11/2009 14h07
"Afeganistão é o pior lugar do mundo para crianças, diz ONU" - É que o pessoal da ONU assistiu ao filme 'O caçador de pipas' e nunca assistiu a 'Pixote, a lei do mais fraco' ou 'Cidade de Deus'. Talvez uma visita a outras partes do mundo os façam parar de trabalhar apenas para os Estados Unidos e comecem a trabalhar em prol da humanidade. sem opinião
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samuel haddad carvalho (106) 07/11/2009 21h06
samuel haddad carvalho (106) 07/11/2009 21h06
Prezado sr. Mauro Harpen,
Talvez a maneira que escrevo seja um tanto difícil para algumas pessoas entenderem. Acho isso normal! Quando escrevi que se a força de trabalho dos afegãos fosse "utilizada" de maneira construtiva, isso serviria pra atrair muito mais gente para a reconstrução e não para a insurreição e a história, talvez, tivesse um destino diferente da que nós estamos vendo hoje. Sim! É verdade que citei ATÉ os nazistas souberam utilizar a abundante mão de obra ociosa na Alemanha da época. Foi somente com esse objetivo. Dizer que com essa frase era pra que "todos" se transformassem em nazistas ofende qualquer pessoa com um mínimo de bom senso. Até alguém que tem facilidade em tentar ofender as pessoas deve entender que o trabalho ocupa mente e corações. O Afeganistão sempre foi e continuará sendo tribal e democracia para eles é uma palavra desconhecida. Querem pacificá-lo? Sentem-se com os chefes tribais e coloquem todos para trabalhar. Não se deve "nazificar" tudo em nome do passado tão tenebroso pelo qual a história da humanidade já passou. Na minha opinião, os males do nazismo deveria ser matéria obrigatória em todas as escolas do mundo. Com o objetivo de jamais permitir que ele volte. Porém, algumas pessoas não aprendem. Mesmo já tendo sentido na própria pele. O gueto de Gaza não é diferente do de Varsóvia. E, igual em Varsóvia, eles também tem o direito a autodefesa. Parece que estão querendo transformar todo o território palestino em uma grande Gaza...
sem opinião
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Carlos Gonçalves (396) 05/11/2009 19h01
Carlos Gonçalves (396) 05/11/2009 19h01
O ministro francês esqueceu que na segunda guerra mundial, a resistência francesa não era terrorista, porque lutava contra os invasores. De Gaule formou a resistência encarregando Jean Moulin para cuidar dela.
E Petain, era o entreguista; queria um estado totalitário aliando-se à Itália e Alemanha. Parece que esse ministro esqueceu disso. Ele é um nazista. Espero que ele vá para a mesma prisão que Pétain foi na ilha de YEU. E que seja perpétua.
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