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26/10/2009 - 07h47

Sem o réu, tribunal adia julgamento de ex-líder sérvio por genocídio

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da Folha Online

O Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII) em Haia decidiu nesta segunda-feira adiar em um dia o julgamento por genocídio e crimes de guerra do ex-líder político sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, que boicotou a sessão alegando não ter tido tempo de preparar sua defesa.

"Ante a ausência do acusado e de um advogado para representá-lo, a câmara adiará os procedimentos hoje", declarou o juiz sul-coreano O-Gon Kwon, após meia hora de sessão.

Valerie Kuypers-29.ago.08/Efe
Ex-líder sévio-bósnio Radovan Karadzic enfrentará tribunal
Ex-líder sévio-bósnio Radovan Karadzic enfrentará tribunal

O processo será retomado na terça-feira às 14h15 (11h15 no horário de Brasília) com a apresentação, pelo procurador Alan Tieger, das acusações contra o réu.

"Nós pedimos a Karadzic que esteja aqui para que seu processo não seja obstruído", completou o juiz.

Karadzic, responsável pela própria defesa, anunciou na quinta-feira passada (22) ao TPII que não estava preparado e boicotaria a abertura do processo, que tem duração prevista de dois anos. Na carta, Karadzic afirma que o processo aconteceria "em circunstâncias desiguais, desproporcionais e injustas, nas quais a defesa seria privada das condições mínimas de preparação".

O acusado diz ainda que mesmo tendo recebido todo o material a tempo nos últimos meses, precisa de muito mais que dois anos para sua preparação.

Karadzic optou por defender a si mesmo, como fez Slobodan Milosevic, outro réu da Guerra da Bósnia e que morreu antes de receber julgamento, mas os magistrados aceitaram que seu assessor legal, Peter Robinson, esteja presente na sala do Tribunal e possa contestar diretamente às questões legais colocadas durante o julgamento.

O processo contra Karadzic começaria dia 21 de outubro, mas em resposta a uma apelação do acusado os magistrados aceitaram conceder-lhe uma semana adicional a partir da apresentação da nova acusação --que aconteceu no último dia 19--, para que pudesse estudá-la em detalhe.

Karadzic, 64, se declara inocente das acusações de genocídio e crimes contra a humanidade durante a guerra da Bósnia (1992-1995).

O ex-líder sérvio, que liderou a República da Sérvia no conflito, enfrenta acusações de genocídio devido ao cerco a Sarajevo, que durou 43 dias, e ao massacre de 8.000 muçulmanos em Srebrenica, em 1995 --a pior atrocidade ocorrida na Europa desde a Segunda Guerra (1939-1945).

Ele permaneceu 12 anos foragido antes de ser preso, em julho de 2008, em Belgrado.

Em maio, Karadzic entrou com uma moção argumentando que as acusações de genocídio e crimes contra a humanidade feitas contra ele com relação à Guerra da Bósnia deveriam ser retiradas com base em um pacto de imunidade firmado com os Estados Unidos.

Segundo Karadzic, ele fez um acordo com Richard Holbrooke, enviado da diplomacia do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) para as negociações que levaram ao fim da guerra.

O suposto acordo, firmado entre 18 e 19 de julho de 1996 em Belgrado, teria assegurado que ele que não seria julgado no TPII, em Haia, desde que renunciasse a cargos públicos. Holbrooke diz que o acordo nunca foi concretizado.

O TPII recusou a moção dizendo que Karadzic falhou em provar que Holbrooke agiu sob a autoridade do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Com Efe e France Presse

 

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