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27/10/2009 - 13h17

França alerta para sanções caso Irã insista em mudar acordo sobre urânio

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da Folha Online

O ministro de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, alertou nesta terça-feira que o Irã pode ser alvo de novas sanções em curto prazo se insistir em não aprovar a proposta de acordo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para enriquecer seu urânio no exterior. Teerã afirmou mais cedo que quer introduzir mudanças importantes antes de aceitar o projeto, cujo prazo para ratificação era sexta-feira passada (23).

"Não é um bom sinal, é uma má indicação", disse Kouchner, durante reunião de ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE), em Luxemburgo.

"O tempo está acabando para os iranianos. A região é inflamável. É um círculo explosivo e eu não acho que em tal contexto os iranianos podem pedir mais tempo, isto é muito perigoso", alertou Kouchner, dizendo que, se houver a necessidade, "nós começaremos a trabalhar em novas sanções".

O chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, afirmou em Luxemburgo que não vê necessidade de mudanças fundamentais no acordo da AIEA. "O acordo é um bom acordo. Eu não acho que, em princípio, exija mudanças fundamentais".

O canal de televisão estatal Al Alam afirmou que o Irã aceita a base do acordo proposto, mas quer introduzir mudanças importantes no projeto.

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Manucher Mottaki, indicou na véspera que o país entregaria uma parte menor de suas reservas de urânio do que a proposta apresentada em reunião com os Estados Unidos, Rússia e França na semana passada.

Também nesta segunda-feira, um legislador iraniano afirmou que o país enviaria seu urânio enriquecido para o exterior em várias fases, e não em uma só remessa. Alaeddin Boroujerdi, chefe do Comitê de Segurança Nacional e Relações Exteriores do Parlamento, disse que a transferência deve ser gradual já que o Ocidente tem um histórico de "acordos violados repetidamente". Ele pediu ainda por maiores garantias.

O acordo visa a definir os termos do envio de cerca de 1.200 dos 1.500 quilos de urânio enriquecido a 3,5% que o país possui à Rússia, onde deve ser enriquecido até 19,75% de pureza --o suficiente para gerar energia e incapaz de produzir armas nucleares. Para fabricar uma bomba atômica, são necessários cerca de 2.000 quilos de urânio enriquecido acima de 90%.

O urânio enriquecido seria então transferido à França, onde seria transformado em combustível nuclear e depois devolvido ao Irã para uso em um reator científico em Teerã que produz medicamente para tratamento de câncer. Esse reator funcionava até agora com combustível atômico de fabricação argentina, recebido em 1993 e que está acabando.

O texto estabelece ainda a supervisão da AIEA sobre o processo.

O Irã está submetido a três séries de sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por desafiar os pedidos para congelar o enriquecimento de urânio. As sanções incluem a embargos a todas as transferências de materiais nucleares ou tecnologias que possam ser usadas para a atividade.

O regime iraniano nega que tenha intenções bélicas com o programa nuclear e diz que enriquece urânio apenas para produzir combustível para reatores nucleares de pesquisas, principalmente para produzir isótopos usados para tratar alguns tipos de câncer. Teerã afirmou ainda que não abrirá mão do que chama de direito inalienável a um programa nuclear.

EUA, Rússia e França já aprovaram o acordo, elaborado pela agência da ONU, mas o Irã anunciou na sexta-feira que precisava de mais tempo para anunciar sua posição.

Com France Presse e Reuters

 

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