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16/10/2003 - 14h12

Papa diz que Deus pede para ele continuar liderando igreja

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da Folha Online

O papa João Paulo 2º, 83, afirmou hoje, durante celebração do 25º aniversário de seu pontificado, que Deus estava pedindo para ele continuar liderando a Igreja Católica apesar de seu frágil estado de saúde.

"Ele [Deus], sabendo de minha fragilidade humana, me encoraja a responder com fé [...] e me convida a assumir as responsabilidade de ele mesmo me confiou", declarou o papa, durante uma homilia assistida por dezenas de milhares de fiéis na praça São Pedro.

Enquanto o estado de saúde do papa se agravava nos últimos anos, cresciam os rumores de que ele renunciaria ao cargo.

Reuters - 12.set.2003
O papa João Paulo 2º, 83
Mas o papa afirmou repetidamente que ele permaneceria no cargo.

Em sua homilia, lida para uma multidão de dezenas de milhares de pessoas na praça São Pedro, o papa lembrou do dia em 1978 em que ele foi eleito pelo cardeais na Capela Sistina.

"Como eu, humanamente falando, poderia não tremer? Como uma responsabilidade tão grande não pesaria sobre mim?", disse João Paulo 2º.

"Hoje, caros irmãos e irmãs, estou feliz por dividir com vocês uma experiência que vem de um quarto de século", afirmou.

Como se tornou costume recentemente, o papa leu apenas partes de sua homilia e um assessor leu a maior parte para conservar sua força.

Preocupação

A saúde do papa João Paulo 2º, que se deteriorou nos últimos meses, ofuscou as comemorações hoje dos 25 anos de pontificado, e muitos dos prelados que assistem às cerimônias admitiram a preocupação com seu estado físico.

O papa, que sofre há vários anos do mal de Parkinson, apareceu alegre e saudou os prelados e religiosos que assistiam à apresentação de um documento sobre o bispo do terceiro milênio.

"Ser o pastor de seu rebanho é hoje em dia particularmente fatigante e exigente", admitiu recentemente o papa, que mais do que ninguém conhece seus limites físicos, depois de ter sido o pontífice mais jovem, robusto e atlético da história recente.

"Minha impressão está dividida", afirmou o cardeal Francis George, 66.

"Por um lado sinto gratidão e felicidade e por outro lado menos, porque se notam as dificuldades para respirar", declarou o cardeal.

O arcebispo de Havana, Jaime Ortega y Alamino, 67, tampouco estava entusiasmado.

"Está mais ou menos", comentou o cardeal cubano, artífice da histórica visita do papa a Cuba em 1998.

Diferença

Para o monsenhor John Patrick Foley, 68, presidente do conselho para as comunicações sociais, "é evidente a diferença entre o papa eleito há 25 anos e o de hoje". "Para nós é de qualquer maneira um exemplo, uma testemunha do sofrimento", afirmou.

"Estamos felizes por estar com ele, esperamos que possa governar a igreja por mais tempo", disse o cardeal brasileiro Claudio Hummes, 69.

"Ninguém acha que o fim do Papa seja iminente. O importante é estar aqui para as comemorações", acrescentou o cardeal sul-africano Wilfred Napier, 62.

Imobilizado numa espécie de trono com rodas, João Paulo 2º falou com voz baixa e quase inaudível por poucos minutos aos assistentes.

Com agências internacionais

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