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17/10/2003
-
22h53
da France Presse, em La Paz
da Folha Online
Gonzalo Sánchez de Lozada, 73, que renunciou hoje à Presidência da Bolívia, é um liberal partidário da ortodoxia econômica, que voltou ao poder há 14 meses e foi cercado por uma onda de protestos sociais que causou mais de 80 mortes em um mês.
Sánchez de Lozada chegou ao poder em agosto de 2002 com a reputação de promover um modelo econômico que freou uma hiperinflação de 25 mil por cento em 1986, quando era titular da pasta da Economia do então presidente Víctor Paz Estenssoro (195256, 196064, 198589).
Em 1989 venceu as eleições presidenciais, mas não conseguiu uma maioria. Uma aliança de conservadores e social-democratas bloqueou sua maioria no Congresso e escolheu Jaime Paz Zamora, 65 (1989-1993), o terceiro nas eleições daquele ano.
Dono de uma das maiores fortunas do país e "acostumado a ganhar tudo", como afirmam seus correligionários, Sánchez de Lozada ganhou as eleições de 1993. Governou o país até 1997.
Após entregar o poder a seu sucessor, o ex-ditador Hugo Banzer, voltou a mostrar ambições presidenciais. Retornou ao governo após concluir um acordo com seu inimigo político, Paz Zamora, que o permitiu derrotar no Congresso a candidatura presidencial do líder indígena Evo Morales, 43.
Renúncia
Sánchez de Lozada venceu as eleições de junho de 2002 com 22,4% dos votos, graças à promessa de "emprego e mais emprego" para o país mais pobre da América do Sul, afetado por uma taxa de desemprego de 12%, sendo que 40% dos 4 milhões de ativos bolivianos sobrevive do subemprego.
Encurralado pela oposição e os sindicatos, que exigiam sua renúncia em manifestações que já deixaram mais de 80 mortos em um mês, Sánchez de Lozada, chamado "o gringo" por causa de seu forte sotaque anglo-saxão, ou "Goni" (diminutivo de Gonzalo), já pediu a demissão de presidentes, como, em 1984, a de Hernán Siles Zuazo (1956-60, 1982-85), e, em 2001, a de Banzer.
O país cobra "um ato de grandeza", disse "Goni", na época, a Siles que, apesar de ter sido o único presidente a vencer uma eleição direta com maioria absoluta, admitiu deixar o cargo para evitar uma grave crise política.
A mesma frase foi utilizada contra "o gringo" pela oposição e até por vários partidos de direita, para que renunciasse e evitasse assim um "banho de sangue" neste país de maioria indígena.
Leia perfil de Gonzalo Sánchez de Lozada
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da Folha Online
Gonzalo Sánchez de Lozada, 73, que renunciou hoje à Presidência da Bolívia, é um liberal partidário da ortodoxia econômica, que voltou ao poder há 14 meses e foi cercado por uma onda de protestos sociais que causou mais de 80 mortes em um mês.
Sánchez de Lozada chegou ao poder em agosto de 2002 com a reputação de promover um modelo econômico que freou uma hiperinflação de 25 mil por cento em 1986, quando era titular da pasta da Economia do então presidente Víctor Paz Estenssoro (195256, 196064, 198589).
Em 1989 venceu as eleições presidenciais, mas não conseguiu uma maioria. Uma aliança de conservadores e social-democratas bloqueou sua maioria no Congresso e escolheu Jaime Paz Zamora, 65 (1989-1993), o terceiro nas eleições daquele ano.
Dono de uma das maiores fortunas do país e "acostumado a ganhar tudo", como afirmam seus correligionários, Sánchez de Lozada ganhou as eleições de 1993. Governou o país até 1997.
Reuters - 6.ago.2002 |
Gonzalo Sánchez de Lozada |
Renúncia
Sánchez de Lozada venceu as eleições de junho de 2002 com 22,4% dos votos, graças à promessa de "emprego e mais emprego" para o país mais pobre da América do Sul, afetado por uma taxa de desemprego de 12%, sendo que 40% dos 4 milhões de ativos bolivianos sobrevive do subemprego.
Encurralado pela oposição e os sindicatos, que exigiam sua renúncia em manifestações que já deixaram mais de 80 mortos em um mês, Sánchez de Lozada, chamado "o gringo" por causa de seu forte sotaque anglo-saxão, ou "Goni" (diminutivo de Gonzalo), já pediu a demissão de presidentes, como, em 1984, a de Hernán Siles Zuazo (1956-60, 1982-85), e, em 2001, a de Banzer.
O país cobra "um ato de grandeza", disse "Goni", na época, a Siles que, apesar de ter sido o único presidente a vencer uma eleição direta com maioria absoluta, admitiu deixar o cargo para evitar uma grave crise política.
A mesma frase foi utilizada contra "o gringo" pela oposição e até por vários partidos de direita, para que renunciasse e evitasse assim um "banho de sangue" neste país de maioria indígena.
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