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20/10/2003 - 15h41

Dom Eusébio Scheidt será proclamado cardeal pelo papa amanhã

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da France Presse, no Vaticano

Após uma semana de comemorações pelos 25 anos de pontificado, o papa João Paulo 2º, 83, nomeará amanhã 30 novos cardeais, entre eles o arcebispo do Rio de Janeiro Dom Eusébio Scheidt, 70.

Os novos cardeais integrarão o Sagrado Colégio Cardinalício, que alcança, assim, o número recorde de 195 membros. A cerimônia de proclamação é um dos mais importantes ritos da Igreja Católica.

O novo Consistório ou Assembléia de Cardeais, convocado pelo papa João Paulo 2º, coincide com os festejos organizados pelos 25 anos de seu pontificado, que mantêm reunidos no Vaticano cerca de 300 eclesiásticos de todo o mundo.

O clima pré-conclave --assembléia de cardeais para a eleição do papa-- é inevitável, pois muitos observadores acreditam que este será o último Consistório presidido por João Paulo 2º.

No total, o papa entregará amanhã o barrete (solidéu) de cardeal a 30 novos religiosos. Destes 26 cardeais, três são sul-americanos. Além de Dom Eusébio Scheidt, o arcebispo mexicano da Pastoral da Saúde, Javier Lozano Barragán, 70, e o arcebispo da Guatemala, Rodolfo Quezada Toruño, 71, integram a lista de novos cardeais do continente.

Pressão

De acordo com fontes do Vaticano, João Paulo 2º decidiu adiantar o Consistório por pressão de seus colaboradores mais próximos, que não conseguem esconder a crescente preocupação com o deteriorado estado físico do pontífice.

Reuters - 12.set.2003
O papa João Paulo 2º, 83
As novas ordenações mudam as tradicionais forças no mais importante órgão reitor da Igreja, em que sempre ficou claro o papel chave dos religiosos europeus, mesmo que os latino-americanos sejam pelo menos a metade dos católicos do mundo.

A partir do dia 21 de outubro, os 24 escolhidos da América Latina, pouco mais de um sexto do Colégio Cardinalício, junto com os 14 representantes americanos passam a formar um dos blocos regionais mais fortes em um possível conclave.

A reunião convocada pelo papa servirá também para que os agraciados com o posto de cardeal possam se conhecer. Uma atitude que tem como meta facilitar a escolha do sucessor de João Paulo 2º.

Uma situação parecida acabou provocando a escolha do atual pontífice, em outubro de 1978. Karol Wojtyla conquistou a admiração e a confiança de seus colegas durante os sínodos e as reuniões do Concílio Vaticano 2º e acabou sendo eleito pelos cardeais da época com a autoridade máxima da Igreja.

Especulações

A possibilidade de que o papa abdique ou renuncie ao seu posto também deve ser um ponto amplamente debatido nos corredores do palácio apostólico.

Há poucos dias, o cardeal argentino Jorge Mejia, bibliotecário do Vaticano, lembrou que Paulo 6º entregara uma carta com sua renúncia ao secretário particular no caso de sua invalidez mental ou física, o que facilitava o caminho para a escolha de seu sucessor.

"Acho que João Paulo 2º seguiu este grande exemplo", afirmou em uma entrevista para um jornal argentino.

Por sua vez, o cardeal italiano Mário Francesco Pompdela, considerado uma das maiores autoridades jurídicas do Vaticano, descartou por completo a iniciativa ao considerá-la anacrônica.

Enquanto isso, o papa João Paulo 2º reiterou ontem que cumprirá sua missão até que lhe reste um último suspiro.

Contudo, as atividades do papa no Vaticano vêm sendo claramente reduzidas e as decisões mais importantes foram suspensas.

Segundo fontes eclesiásticas, o efeito da redução pode ser notado pela gestão ordinária da Cúria Romana estar sob o comando do secretário de Estado, o cardeal Angelo Sodano.

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