Publicidade
Publicidade
22/10/2003
-
17h16
JOSÉ LUIS VARELA
da France Presse, em Bogotá
A Colômbia, com seus 44 milhões de habitantes, se prepara para um inédito fim de semana eleitoral, com a votação, no próximo sábado (25), de um referendo proposto pelo governo do presidente Álvaro Uribe, e a eleição de prefeitos e outras autoridades regionais no domingo (26).
Será a primeira vez na história que os colombianos vão comparecer no mesmo fim de semana a duas votações, e o farão sob um clima de violência e intimidação contra eleitores e candidatos.
No sábado se realizará um referendo de 15 perguntas, amplamente apoiado por Uribe, e mediante o qual se pretende consultar os colombianos sobre temas diversos como a redução do número de congressistas, a punição a políticos corruptos ou reformas dos partidos políticos.
O referendo também terá um componente econômico, com propostas como o congelamento dos gastos de funcionamento do Estado, eliminação de órgãos de controle regionais ou o teto de aposentadorias para funcionários públicos.
Uribe fez nas últimas semanas uma intensa campanha --participando inclusive nos programas mais populares da televisão-- para estimular seus compatriotas a votarem no referendo, que a oposição considera longo e confuso.
Apatia
Para que este seja considerado válido, deverão ser depositados 6,3 milhões de votos (25% do total), uma cifra que é considerada difícil de alcançar, devido ao clima de apatia que esta consulta gera no país.
Segundo estudos do Ministério da Fazenda e do planejamento nacional, o país pouparia US$ 7,3 bilhões nos próximos dez anos se o referendo for aprovado.
Uribe tem afirmado que a economia colombiana pode sofrer uma crise idêntica à da Argentina, se não forem aprovadas as medidas de ajuste fiscal incluídas na consulta.
Além das qualidades ou defeitos do referendo, analistas dizem que será uma ferramenta para consolidar a popularidade de Uribe (atualmente acima de 70%) e o apoio à sua política.
Para Mauricio Cárdenas, diretor do Fedesarrollo --empresa independente de análise econômica--, "o referendo é visto pelos analistas estrangeiros como a variável que medirá a força do mandato do presidente Uribe e sua capacidade para manejar a economia".
O maior problema do governo vem da oposição política e dos sindicatos, que fizeram campanhas em massa para promover a abstenção entre os eleitores.
Líderes sindicais e políticos de esquerda denunciaram que o referendo é um pretexto para piorar as condições salariais e de aposentadoria dos trabalhadores.
Eleições
No domingo, por outro lado, os colombianos vão escolher os prefeitos e vereadores para 1.100 municípios, e governadores e deputados para 32 Departamentos, em meio a um ambiente de intimidação da guerrilha, que declarou como alvos militares vários candidatos.
Em consequência dessa campanha, 27 candidatos foram assassinados nas últimas semanas e dezenas deles renunciaram às suas aspirações.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a mais importante guerrilha colombiana, pediram em 11 de outubro passado a abstenção no referendo e nas eleições.
As Farc qualificam as eleições como "uma grande farsa" porque "o sistema eleitoral foi viciado com fraudes, violências e corrupção".
Para garantir as duas votações, o governo pôs em marcha desde a semana passada um dispositivo que inclui 150 mil homens do Exército e da polícia.
Especial
Leia mais sobre o conflito na Colômbia
Colômbia se prepara para fim de semana eleitoral
Publicidade
da France Presse, em Bogotá
A Colômbia, com seus 44 milhões de habitantes, se prepara para um inédito fim de semana eleitoral, com a votação, no próximo sábado (25), de um referendo proposto pelo governo do presidente Álvaro Uribe, e a eleição de prefeitos e outras autoridades regionais no domingo (26).
Será a primeira vez na história que os colombianos vão comparecer no mesmo fim de semana a duas votações, e o farão sob um clima de violência e intimidação contra eleitores e candidatos.
No sábado se realizará um referendo de 15 perguntas, amplamente apoiado por Uribe, e mediante o qual se pretende consultar os colombianos sobre temas diversos como a redução do número de congressistas, a punição a políticos corruptos ou reformas dos partidos políticos.
O referendo também terá um componente econômico, com propostas como o congelamento dos gastos de funcionamento do Estado, eliminação de órgãos de controle regionais ou o teto de aposentadorias para funcionários públicos.
Uribe fez nas últimas semanas uma intensa campanha --participando inclusive nos programas mais populares da televisão-- para estimular seus compatriotas a votarem no referendo, que a oposição considera longo e confuso.
Apatia
Para que este seja considerado válido, deverão ser depositados 6,3 milhões de votos (25% do total), uma cifra que é considerada difícil de alcançar, devido ao clima de apatia que esta consulta gera no país.
Segundo estudos do Ministério da Fazenda e do planejamento nacional, o país pouparia US$ 7,3 bilhões nos próximos dez anos se o referendo for aprovado.
Uribe tem afirmado que a economia colombiana pode sofrer uma crise idêntica à da Argentina, se não forem aprovadas as medidas de ajuste fiscal incluídas na consulta.
Além das qualidades ou defeitos do referendo, analistas dizem que será uma ferramenta para consolidar a popularidade de Uribe (atualmente acima de 70%) e o apoio à sua política.
Para Mauricio Cárdenas, diretor do Fedesarrollo --empresa independente de análise econômica--, "o referendo é visto pelos analistas estrangeiros como a variável que medirá a força do mandato do presidente Uribe e sua capacidade para manejar a economia".
O maior problema do governo vem da oposição política e dos sindicatos, que fizeram campanhas em massa para promover a abstenção entre os eleitores.
Líderes sindicais e políticos de esquerda denunciaram que o referendo é um pretexto para piorar as condições salariais e de aposentadoria dos trabalhadores.
Eleições
No domingo, por outro lado, os colombianos vão escolher os prefeitos e vereadores para 1.100 municípios, e governadores e deputados para 32 Departamentos, em meio a um ambiente de intimidação da guerrilha, que declarou como alvos militares vários candidatos.
Em consequência dessa campanha, 27 candidatos foram assassinados nas últimas semanas e dezenas deles renunciaram às suas aspirações.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a mais importante guerrilha colombiana, pediram em 11 de outubro passado a abstenção no referendo e nas eleições.
As Farc qualificam as eleições como "uma grande farsa" porque "o sistema eleitoral foi viciado com fraudes, violências e corrupção".
Para garantir as duas votações, o governo pôs em marcha desde a semana passada um dispositivo que inclui 150 mil homens do Exército e da polícia.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice