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22/10/2003 - 19h45

Arauca, sede da guerrilha na Colômbia, ficou sem governo

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da France Presse, em Arauca (Colômbia)

Arauca, centro da maior zona petroleira da Colômbia, ficou sem governo hoje, depois da detenção de seu prefeito e de 30 políticos desta região, acusados de ligações com a guerrilha.

Segundo um agricultor que se tornou taxista nesta cidade de 45 mil habitantes, localizada a cerca de 400 km de Bogotá, na fronteira com a Venezuela, "todo mundo sabe" quem governa a região. São os "que sempre mandaram: os guerrilheiros", afirmou.

A cinco dias das eleições regionais de domingo (26), foram presos durante uma operação militar e policial de envergadura o prefeito de Arauca, Jorge Cedeño, o presidente da assembléia departamental, sete candidatos ao governo, prefeituras e conselhos, dois ex-governadores e vários funcionários, deputados e empreiteiros.

"Todos sabem que são os rebeldes" que escolhem os governadores e os prefeitos, disse o taxista.

A operação "Dignidade" tenta acabar com esta "rede de corrupção que desvia recursos para o terrorismo", de acordo com o diretor do serviço secreto da região, Julio Castellanos, que informou que a investigação continua, pois entre 70 e 80 ordens de captura foram emitidos pela Procuradoria.

Cerco

"Ainda faltam muitas ordens a executar. Arauca é como uma prisão: entrar é fácil, o problema é sair", afirmou Castellanos, referindo-se ao cerco militar realizado na região para evitar a fuga dos suspeitos.

Segundo Castellanos, foram essenciais ao desenvolvimento da operação os depoimentos de três guerrilheiros desertores, que revelaram que praticamente todas as entidades da administração de Arauca estão infiltradas pelos movimentos guerrilheiros.

Os rebeldes afirmaram que muitos funcionários do Departamento assistem à reuniões com líderes guerrilheiros para discutir o orçamento do governo local, disse Castellano.

Rico em petróleo, o Departamento de Arauca, de 23.800 km², constituiu por quase duas décadas um fundo de recursos para a guerrilha, principalmente para o Exército de Libertação Nacional (ELN), que embolsou cerca de 30% das regalias de US$ 1,3 bilhão entregues à região nos últimos 20 anos.

Um funcionário que não quis ser identificado revelou que cerca de 5% dos contratos de obras públicas foram desviados para a guerrilha.

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