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27/10/2003
-
16h17
da Folha Online
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, sofreu uma derrota dupla durante o fim de semana eleitoral em seu país. No sábado (25), a votação de um referendo que defendia teve uma taxa baixa de adesão. Ontem, foi eleito para a prefeitura de Bogotá do esquerdista Luis Eduardo Garzón, principal crítico do governo colombiano.
O referendo, que anunciava como objetivo combater a corrupção política e "limpar" as finanças públicas, tinha se transformado em uma prioridade para Uribe, que nas últimas semanas realizou uma campanha nos meios de comunicação para conseguir os 6,2 milhões de votos necessários para sua aprovação (25% do eleitorado).
Mas quando faltava apurar 2% dos votos, o referendo estava derrotado, e segundo as projeções apenas três ou quatro das 15 perguntas colocadas em votação poderiam ser aprovadas.
Ontem, Uribe evitou aparições públicas e declarações. Ele apenas declarou: "Respeito a democracia, o amor à Colômbia, e a disciplina para buscar soluções".
Revés
Horas depois, Uribe sofreu um novo revés, com a vitória da esquerda na eleições regionais, especialmente com a chegada à prefeitura de Bogotá --segundo cargo mais importante do país-- de Garzón, chefe da oposição a seu governo.
O ministro do Interior, Fernando Londoño, disse hoje que "não há dúvida de que o presidente foi afetado pelos fatos".
"Claro que sim, pois ele queria que o referendo tivesse sido amplamente aprovado", afirmou.
Analistas e dirigentes políticos coincidiram ao afirmar que tratou-se de uma dupla derrota para o presidente, apesar de afirmarem que o fato não questiona a popularidade de Uribe --de mais de 70%-- nem sua governabilidade.
Mensagem
Para o senador opositor Antonio Navarro, "o revés é duplo. Eu diria que o país está mandando uma mensagem ao presidente Uribe, dizendo 'gostamos muito de você, te apoiamos muito, você continua sendo um homem popular, mas não pode continuar governando com tanta unilateralidade como [governou] até agora'".
Navarro acrescentou que "foi demonstrado que o referendo era um referendo medíocre, que não foi capaz de estimular aos colombianos. A culpa fundamental de não ter sido aprovado foi o fato de o referendo ser muito ruim".
Para o ex-vice-presidente Humberto de la Calle, "o governo teve um revés porque não obteve o apoio que queria. Mas também não acredito que os abstencionistas tenham tido um grande triunfo, a verdade é que houve 6 milhões de votos e isso é o importante".
Sobre as consequências para o governo direitista de Uribe de um triunfo da esquerda, De la Calle disse que "é um elemento de pluralismo na Colômbia".
Democracia
"No fundo, o que está acontecendo é que a população não quer concentração de poder em excesso, e isso é válido, é tolerante, e tem que ser preservado".
O analista independente Alejo Vargas, por sua vez, afirmou que a "democracia colombiana sai fortalecida, porque sem dúvida a imagem no exterior é a de que o governo de Uribe é de direita (...) e é muito bom que tenha que conviver com estes governantes locais de esquerda".
O jornal "El Tiempo", de Bogotá, afirmou hoje em seu editorial que "não se pode minimizar o golpe que isto significa para o presidente mais popular da história recente. Não significa uma catástrofe nem põe em juízo a governabilidade ou a estabilidade do governo, mas tem mensagens que a Casa de Nariño (sede presidencial) não pode ignorar".
Os analistas acrescentaram que a mensagem de autonomia transmitida ontem pelos eleitores foi a mesma que beneficiou Uribe na eleição presidencial de 2002, quando se apresentou como independente e foi eleito no primeiro turno com mais de 50% de votos.
Com France Presse
Especial
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Presidente Uribe sofre derrota dupla em votações colombianas
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O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, sofreu uma derrota dupla durante o fim de semana eleitoral em seu país. No sábado (25), a votação de um referendo que defendia teve uma taxa baixa de adesão. Ontem, foi eleito para a prefeitura de Bogotá do esquerdista Luis Eduardo Garzón, principal crítico do governo colombiano.
O referendo, que anunciava como objetivo combater a corrupção política e "limpar" as finanças públicas, tinha se transformado em uma prioridade para Uribe, que nas últimas semanas realizou uma campanha nos meios de comunicação para conseguir os 6,2 milhões de votos necessários para sua aprovação (25% do eleitorado).
Mas quando faltava apurar 2% dos votos, o referendo estava derrotado, e segundo as projeções apenas três ou quatro das 15 perguntas colocadas em votação poderiam ser aprovadas.
Ontem, Uribe evitou aparições públicas e declarações. Ele apenas declarou: "Respeito a democracia, o amor à Colômbia, e a disciplina para buscar soluções".
Reuters - 27.mai.2002 |
Alvaro Uribe, presidente da Colômbia |
Horas depois, Uribe sofreu um novo revés, com a vitória da esquerda na eleições regionais, especialmente com a chegada à prefeitura de Bogotá --segundo cargo mais importante do país-- de Garzón, chefe da oposição a seu governo.
O ministro do Interior, Fernando Londoño, disse hoje que "não há dúvida de que o presidente foi afetado pelos fatos".
"Claro que sim, pois ele queria que o referendo tivesse sido amplamente aprovado", afirmou.
Analistas e dirigentes políticos coincidiram ao afirmar que tratou-se de uma dupla derrota para o presidente, apesar de afirmarem que o fato não questiona a popularidade de Uribe --de mais de 70%-- nem sua governabilidade.
Mensagem
Para o senador opositor Antonio Navarro, "o revés é duplo. Eu diria que o país está mandando uma mensagem ao presidente Uribe, dizendo 'gostamos muito de você, te apoiamos muito, você continua sendo um homem popular, mas não pode continuar governando com tanta unilateralidade como [governou] até agora'".
Navarro acrescentou que "foi demonstrado que o referendo era um referendo medíocre, que não foi capaz de estimular aos colombianos. A culpa fundamental de não ter sido aprovado foi o fato de o referendo ser muito ruim".
Para o ex-vice-presidente Humberto de la Calle, "o governo teve um revés porque não obteve o apoio que queria. Mas também não acredito que os abstencionistas tenham tido um grande triunfo, a verdade é que houve 6 milhões de votos e isso é o importante".
Sobre as consequências para o governo direitista de Uribe de um triunfo da esquerda, De la Calle disse que "é um elemento de pluralismo na Colômbia".
Democracia
"No fundo, o que está acontecendo é que a população não quer concentração de poder em excesso, e isso é válido, é tolerante, e tem que ser preservado".
O analista independente Alejo Vargas, por sua vez, afirmou que a "democracia colombiana sai fortalecida, porque sem dúvida a imagem no exterior é a de que o governo de Uribe é de direita (...) e é muito bom que tenha que conviver com estes governantes locais de esquerda".
O jornal "El Tiempo", de Bogotá, afirmou hoje em seu editorial que "não se pode minimizar o golpe que isto significa para o presidente mais popular da história recente. Não significa uma catástrofe nem põe em juízo a governabilidade ou a estabilidade do governo, mas tem mensagens que a Casa de Nariño (sede presidencial) não pode ignorar".
Os analistas acrescentaram que a mensagem de autonomia transmitida ontem pelos eleitores foi a mesma que beneficiou Uribe na eleição presidencial de 2002, quando se apresentou como independente e foi eleito no primeiro turno com mais de 50% de votos.
Com France Presse
Especial
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