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08/11/2009 - 12h15

Japoneses protestam contra bases dos EUA às vésperas de visita de Obama

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da Folha Online

Cerca de 21 mil pessoas foram às ruas neste domingo na ilha de Okinawa, sul do Japão, para protestar contra as bases americanas na região, às vésperas da visita do presidente americano, Barack Obama, e diante de um novo governo que encerrou mais de 50 anos de hegemonia conservadora no país.

O primeiro-ministro Yukio Hatoyama, do Partido Democrático do Japão, chegou ao poder de Tóquio encerrando 50 anos quase ininterruptos de governo do conservador Partido Liberal Democrático. Ele defende o estabelecimento de uma parceria mais igualitária com Washington, o que incluiria uma revisão da presença militar dos EUA com bases e 47 mil soldados.

"Eu vou solicitar expressamente ao primeiro-ministro Hatoyama que diga ao presidente Obama que não precisamos de outra base americana", disse Yoichi Iha, prefeito de Ginowan. Obama visitará o Japão na próxima semana.

"Eu pedi que Hatoyama tome uma decisão corajosa para acabar com o fardo de Okinawa", continuou o prefeito diante dos manifestantes que se reuniram em um parque perto de uma base americana.

Moradores de Ginowan estão incomodados com o ruído, a poluição, o risco de acidentes e o aumento da criminalidade causada pela presença militar em Futenma. O novo Governo japonês planeja reposicionar a base em outra parte do Japão ou mesmo fora do país.

A administração americana descartou a possibilidade de renegociar o acordo assinado em 2006 pela maioria conservadora da época e exige que o a Base Aérea de Futenma, localizada na cidade de Ginowan, seja reconstruída, como planejado, até 2014, indo contra os recentes protestos de ambientalistas.

"Os moradores de Okinawa votaram no novo governo pensando que iriam se livrar da base. Eu não acho que ele nos possa trair agora", disse Yonamine Yoshiko, 64, que veio protestar contra a presença militar americana.

"Durante os últimos 64 anos nós fomos pacientes. Se a nova base for criada, isso significará que nosso sofrimento vai continuar por mais 50 anos ou 60", disse, em referência à derrota do Japão em 1945 e a ocupação pelos militares americanos.

A grande manifestação também pediu uma posição mais contundente do Governo japonês a respeito das bases do Exército americano nas ilhas. A cobrança foi motivada por declarações do ministro de Relações Exteriores, Katsuya Okada, que disse que a questão será abordada com calma e não será abordada a fundo durante a visita de Obama.

Segundo a agência local Kyodo, os manifestantes reivindicaram a saída os marines americanos posicionados em Okinawa e se opuseram à mudança da base aérea de Futema, acertada por ambos os países em 2006, quando também foi acordada a transferência de 8.000 soldados americanos para Guam, fora do território japonês.

Os participantes do protesto também acusaram o secretário de Defesa americano, Robert Gates, de "intimidar o governo japonês" com o pedido para que o acordo sobre a mudança da base fosse fechado antes da chegada de Obama a Tóquio.

Apesar de Okinawa representar apenas 0,6% do território japonês, abriga 75% de todas as instalações militares dos EUA no país.

A presença militar americana na ilha, distribuída por 14 bases, que ocupam quase 20% da superfície de Okinawa, é com frequência tema de protestos organizados pela população local.

Com Efe e France Presse

 

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