Publicidade
Publicidade
29/10/2003
-
20h06
da France Presse, em Bogotá
da Folha Online
A decisão de ministros de oferecerem suas renúncias e o naufrágio no Congresso de um projeto de reeleição presidencial foram as primeiras consequências políticas do fracasso de um referendo impulsionado pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Uribe, um independente de direita cuja popularidade se situa em 70%, acaba de sofrer uma severa derrota. Um referendo de 15 perguntas realizado no sábado passado (25), no qual apostou, está praticamente perdido quando só faltam 2% dos votos para apurar.
Além disso, as eleições regionais de domingo (26) deram como ganhadores nas prefeituras das três principais cidades colombianas candidatos da esquerda ou apoiados por esta. Em Bogotá, especialmente, venceu o ex-sindicalista Luis Eduardo Garzón, líder da oposição.
O referendo pretendia tomar medidas contra a corrupção política e para "limpar" as finanças, e a derrota levou ontem a uma reunião de emergência para estabelecer um "plano B" na questão econômica, que permitirá tomar medidas alternativas às quais se pretendia aprovar.
Hoje, o governo se reuniu com dirigentes políticos para avaliar a nova realidade política que se apresenta após o fracasso do referendo.
Consequências
Mas mesmo antes da reunião o referendo já tinha produzido efeitos. Ontem o Congresso reprovou, por 44 votos a 36, um projeto de lei que revivia a possibilidade de reeleição presidencial, atualmente proibida constitucionalmente.
Essa lei, apresentada em julho, teria como beneficiário o presidente Uribe, cujo mandato expira em 2006. Ele poderia se candidatar para governar por mais quatro anos.
O senador Hernán Andrade, autor do projeto, afirmou que "o Congresso cobrou a derrota a Uribe. Se o referendo 'vingasse' este projeto teria tido 80 votos a favor".
O chefe do Partido Conservador, Carlos Holguín, disse a respeito da reeleição que "foi um pouco precipitado ter tratado dela ontem. Não sei que arranjo houve para incluí-la na ordem do dia".
O esquerdista Jaime Dussán afirmou, por sua vez, que a derrota da reeleição foi a terceira para Uribe em quatro dias, após o referendo e as eleições regionais.
Renúncias
Outro efeito político foi que os ministros apresentaram ontem sua renúncia protocolar a Uribe, devido à crise gerada pelo fracasso do referendo. Os ministros colombianos oferecem com frequência sua renúncia, simbolicamente, após derrotas do governo. Os pedidos são frequentementes recusados.
Particularmente difícil é a situação do ministro do Interior, Fernando Londoño, que para diversos dirigentes políticos é o responsável pela derrota da consulta.
O presidente fará ainda hoje seu primeiro discurso após a derrota do referendo. Um discurso muito esperado em um país que tem visto muito pouco o presidente desde sua derrota do sábado passado.
Especial
Leia mais sobre a Colômbia
Fracasso de referendo começa a atingir governo colombiano
Publicidade
da Folha Online
A decisão de ministros de oferecerem suas renúncias e o naufrágio no Congresso de um projeto de reeleição presidencial foram as primeiras consequências políticas do fracasso de um referendo impulsionado pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Uribe, um independente de direita cuja popularidade se situa em 70%, acaba de sofrer uma severa derrota. Um referendo de 15 perguntas realizado no sábado passado (25), no qual apostou, está praticamente perdido quando só faltam 2% dos votos para apurar.
Além disso, as eleições regionais de domingo (26) deram como ganhadores nas prefeituras das três principais cidades colombianas candidatos da esquerda ou apoiados por esta. Em Bogotá, especialmente, venceu o ex-sindicalista Luis Eduardo Garzón, líder da oposição.
Reuters - 27.mai.2002 |
Alvaro Uribe, presidente da Colômbia |
Hoje, o governo se reuniu com dirigentes políticos para avaliar a nova realidade política que se apresenta após o fracasso do referendo.
Consequências
Mas mesmo antes da reunião o referendo já tinha produzido efeitos. Ontem o Congresso reprovou, por 44 votos a 36, um projeto de lei que revivia a possibilidade de reeleição presidencial, atualmente proibida constitucionalmente.
Essa lei, apresentada em julho, teria como beneficiário o presidente Uribe, cujo mandato expira em 2006. Ele poderia se candidatar para governar por mais quatro anos.
O senador Hernán Andrade, autor do projeto, afirmou que "o Congresso cobrou a derrota a Uribe. Se o referendo 'vingasse' este projeto teria tido 80 votos a favor".
O chefe do Partido Conservador, Carlos Holguín, disse a respeito da reeleição que "foi um pouco precipitado ter tratado dela ontem. Não sei que arranjo houve para incluí-la na ordem do dia".
O esquerdista Jaime Dussán afirmou, por sua vez, que a derrota da reeleição foi a terceira para Uribe em quatro dias, após o referendo e as eleições regionais.
Renúncias
Outro efeito político foi que os ministros apresentaram ontem sua renúncia protocolar a Uribe, devido à crise gerada pelo fracasso do referendo. Os ministros colombianos oferecem com frequência sua renúncia, simbolicamente, após derrotas do governo. Os pedidos são frequentementes recusados.
Particularmente difícil é a situação do ministro do Interior, Fernando Londoño, que para diversos dirigentes políticos é o responsável pela derrota da consulta.
O presidente fará ainda hoje seu primeiro discurso após a derrota do referendo. Um discurso muito esperado em um país que tem visto muito pouco o presidente desde sua derrota do sábado passado.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice