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31/10/2003
-
19h31
da Folha Online
O Brasil é um dos países da América Latina com índice mais baixo de apoio à democracia, afirma um estudo da Corporação Latinobarômetro divulgado hoje em Santiago (Chile).
Segundo o estudo, Uruguai, com 78%, e Costa Rica, com 77%, são os países que registram o maior apoio à democracia, enquanto Guatemala, com 33%, e Brasil, com 35%, são os países com o menor índice de apoio.
O estudo da Latinobarômetro também mediu o grau de aprovação dos governos da América Latina, que registrou média de 33%.
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, é o líder neste tópico, com 86% de aprovação, seguido pelos presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, com 65%, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com 62%.
"Em meio a um ceticismo, parece que as pessoas confiam nos governos recém eleitos", disse Marta Mori, diretora da Latinobarômetro, ao comentar os resultados à imprensa.
Os governos do Peru (10%) e do Paraguai (8%) são os mais criticados por seus cidadãos.
Liderança
Na terça-feira (28), uma pesquisa realizada pela Universidade de Miami e pelo instituto de pesquisa Zogby informou que Lula é o melhor modelo de liderança para a América Latina.
A pesquisa afirma que três líderes nacionais receberam notas altas dos entrevistados: Lula, Kirchner, e o presidente chileno, Ricardo Lagos. Lula, que assumiu a Presidência em janeiro deste ano, tem o nível mais alto de aprovação geral (69%). O brasileiro também fica em primeiro como líder que "leva seu país em direção à democracia" (45%) e como melhor modelo de liderança para a América Latina (34%), segundo a pesquisa Zogby.
A maioria dos entrevistados na pesquisa de terça-feira afirmou que Lula é um modelo de liderança devido à sua capacidade de cooperar com outros líderes da América Latina e de outras regiões (40%). Lula lidera entre os entrevistados latino-americanos em geral e também entre os brasileiros.
Democracia
A pesquisa divulgada hoje acrescenta que os cidadãos latino-americanos estão cada vez mais desencantados com a democracia, mas a maioria afirma que, apesar das imperfeições, este é o melhor sistema de governo.
O documento, elaborado anualmente com base em uma pesquisa aplicada em 17 países da América Latina, estabelece que o grau de satisfação com a democracia caiu de 32%, registrados ano passado, para 28% em 2003.
O contentamento com a democracia, segundo as conclusões do relatório, está relacionado com sua eficácia para solucionar os problemas econômicos, sociais e políticos de um país.
O estudo também aponta uma queda no índice de apoio à democracia, de 56% em 2002 para 53% neste ano.
A pesquisa, realizada entre 18 de julho e 28 de agosto, ouviu 18.638 pessoas, que representam uma população de 480 milhões de habitantes.
Apoio
Apesar das ressalvas, 64% dos latino-americanos apoiaram a afirmação de que "a democracia pode ter problemas, mas é o melhor sistema de governo". Um percentual similar concordou que "é o único sistema com o qual um país pode tornar-se desenvolvido".
No entanto, a queda não foi tão intensa como se esperava, depois das crises políticas e econômicas que afetaram a maioria dos países do continente nos últimos anos, afirmou Mori.
"As idas e vindas econômicas e políticas não conseguiram desmantelar a democracia na América Latina", disse Mori, que acrescentou que depois de "anos difíceis", o apoio à democracia na região diminuiu apenas 8% desde 1996, quando o indicador situou-se em 61%.
"Parece que existe um consenso de que sem democracia não é possível desempenhar um papel no mundo globalizado", declarou.
"O mais provável hoje em dia é que os governos tenham grandes dificuldades, mas não necessariamente sejam substituídos por governos não democráticos", disse Mori.
Medo
O documento também destaca a perda de confiança de parte dos latino-americanos em algumas instituições, como a televisão, a Igreja e os militares.
Além disso, cita o medo crescente dos trabalhadores do continente de perder o emprego em curto prazo (54%).
As pessoas entrevistadas pela Corporação Latinobarômetro afirmaram ainda que a culpa pelos problemas econômicos de seus países não é da democracia nem da economia de mercado, e sim dos governos (63%), seguido pela falta de iniciativa dos empresários (24%).
A pesquisa tem margem de erro de 2,8 a 4,1 pontos percentuais, de acordo com os diversos países.
Com agências internacionais
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Pesquisa na AL aprova Lula e aponta avaliação negativa para Bush
Pesquisa indica apoio relativamente baixo à democracia no Brasil
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O Brasil é um dos países da América Latina com índice mais baixo de apoio à democracia, afirma um estudo da Corporação Latinobarômetro divulgado hoje em Santiago (Chile).
Segundo o estudo, Uruguai, com 78%, e Costa Rica, com 77%, são os países que registram o maior apoio à democracia, enquanto Guatemala, com 33%, e Brasil, com 35%, são os países com o menor índice de apoio.
O estudo da Latinobarômetro também mediu o grau de aprovação dos governos da América Latina, que registrou média de 33%.
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, é o líder neste tópico, com 86% de aprovação, seguido pelos presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, com 65%, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com 62%.
"Em meio a um ceticismo, parece que as pessoas confiam nos governos recém eleitos", disse Marta Mori, diretora da Latinobarômetro, ao comentar os resultados à imprensa.
Os governos do Peru (10%) e do Paraguai (8%) são os mais criticados por seus cidadãos.
Liderança
Na terça-feira (28), uma pesquisa realizada pela Universidade de Miami e pelo instituto de pesquisa Zogby informou que Lula é o melhor modelo de liderança para a América Latina.
A pesquisa afirma que três líderes nacionais receberam notas altas dos entrevistados: Lula, Kirchner, e o presidente chileno, Ricardo Lagos. Lula, que assumiu a Presidência em janeiro deste ano, tem o nível mais alto de aprovação geral (69%). O brasileiro também fica em primeiro como líder que "leva seu país em direção à democracia" (45%) e como melhor modelo de liderança para a América Latina (34%), segundo a pesquisa Zogby.
A maioria dos entrevistados na pesquisa de terça-feira afirmou que Lula é um modelo de liderança devido à sua capacidade de cooperar com outros líderes da América Latina e de outras regiões (40%). Lula lidera entre os entrevistados latino-americanos em geral e também entre os brasileiros.
Democracia
A pesquisa divulgada hoje acrescenta que os cidadãos latino-americanos estão cada vez mais desencantados com a democracia, mas a maioria afirma que, apesar das imperfeições, este é o melhor sistema de governo.
O documento, elaborado anualmente com base em uma pesquisa aplicada em 17 países da América Latina, estabelece que o grau de satisfação com a democracia caiu de 32%, registrados ano passado, para 28% em 2003.
O contentamento com a democracia, segundo as conclusões do relatório, está relacionado com sua eficácia para solucionar os problemas econômicos, sociais e políticos de um país.
O estudo também aponta uma queda no índice de apoio à democracia, de 56% em 2002 para 53% neste ano.
A pesquisa, realizada entre 18 de julho e 28 de agosto, ouviu 18.638 pessoas, que representam uma população de 480 milhões de habitantes.
Apoio
Apesar das ressalvas, 64% dos latino-americanos apoiaram a afirmação de que "a democracia pode ter problemas, mas é o melhor sistema de governo". Um percentual similar concordou que "é o único sistema com o qual um país pode tornar-se desenvolvido".
No entanto, a queda não foi tão intensa como se esperava, depois das crises políticas e econômicas que afetaram a maioria dos países do continente nos últimos anos, afirmou Mori.
"As idas e vindas econômicas e políticas não conseguiram desmantelar a democracia na América Latina", disse Mori, que acrescentou que depois de "anos difíceis", o apoio à democracia na região diminuiu apenas 8% desde 1996, quando o indicador situou-se em 61%.
"Parece que existe um consenso de que sem democracia não é possível desempenhar um papel no mundo globalizado", declarou.
"O mais provável hoje em dia é que os governos tenham grandes dificuldades, mas não necessariamente sejam substituídos por governos não democráticos", disse Mori.
Medo
O documento também destaca a perda de confiança de parte dos latino-americanos em algumas instituições, como a televisão, a Igreja e os militares.
Além disso, cita o medo crescente dos trabalhadores do continente de perder o emprego em curto prazo (54%).
As pessoas entrevistadas pela Corporação Latinobarômetro afirmaram ainda que a culpa pelos problemas econômicos de seus países não é da democracia nem da economia de mercado, e sim dos governos (63%), seguido pela falta de iniciativa dos empresários (24%).
A pesquisa tem margem de erro de 2,8 a 4,1 pontos percentuais, de acordo com os diversos países.
Com agências internacionais
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