Israel diz ter provas de que armas apreendidas em navio vieram do Irã

As Forças Armadas de Israel apresentaram documentos nesta quarta-feira que, dizem, provam que as armas apreendidas em um navio na semana passada no Mediterrâneo vieram do Irã e tinham como destino o grupo xiita libanês Hizbollah.

O Exército israelense deteve no dia 4 de novembro passado um cargueiro alemão com bandeira de Antigua, o Francop, perto das costas do Chipre. O navio transportava 500 toneladas de armas.

O Hizbollah negou categoricamente qualquer relação com as armas confiscadas. Já o governo da Síria disse que o navio se dirigia da Síria ao Irã e que não levava armas.

Uma semana depois, pela primeira vez, Israel divulgou documentos e fotos para comprovar suas acusações e detalhando o carregamento.

O comunicado apresenta fotografias do carregamento do Francop e dos contêineres marcados com a sigla IRISL, correspondente às Linhas de Remessa da República Islâmica do Irã e cobertos por etiquetas da aduana das Forças Armadas iranianas.

As provas incluem ainda a embalagem das armas, sacos de polietileno que, segundo marcas, foram produzidos por uma indústria petroquímica israelense. As embalagens incluem ainda um número de telefone que começa com 98, o código internacional do Irã.

Israel divulgou ainda a lista do armamento confiscado, que inclui 9.000 morteiros, 3.000 foguetes Katiusha, 3.000 obuses, 20 mil granadas, mais de 500 mil peças de munição para armas leves, 2.124 foguetes de 107 milímetros de fabricação iraniana e milhares de detonadores AZ111-A2, também de fabricação iraniana.

Segundo as estimativas de Israel, a quantidade de armas apreendidas garantiria ao Hizbollah um mês de armamento para tempos de guerra.

O governo israelense apresentou os documentos ainda como prova de sua acusação de longa data de que o Irã, seu inimigo histórico, viola o embargo imposto pela ONU (Organização das Nações Unidas) para alimentar as milícias do Hizbollah e do palestino Hamas.

Com France Presse e Associated Press