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Congressistas dos EUA receberam US$ 11 mi por embargo a Cuba, diz grupo
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da Folha Online
Um relatório do grupo independente Public Campaign aponta que cerca de 400 congressistas e candidatos dos Estados Unidos, incluindo o senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain, receberam um valor de US$ 11 milhões (R$ 18,9 milhões) em doações de campanha desde 2004 com a condição de manter o embargo americano contra Cuba.
Segundo o grupo, que defende o financiamento público das campanhas políticas, o valor foi pago ainda para evitar que qualquer medida de abertura do embargo fosse aprovada no Senado ou na Casa dos Representantes. O relatório foi citado em reportagem do jornal espanhol "El País".
O relatório diz que pelo menos 18 parlamentares mudaram de opinião sobre Cuba, depois de receber doações de campanha.
A lista de beneficiários, afirma o jornal, é liderada por três congressistas republicanos da Florida: Lincoln Diaz-Balart (US$ 366.964); seu irmão Mario (US$ 364.176) e Ileana Ross-Lehtinen (US$ 240.050) Já McCain aparece em quarto, com um montante de US$ 183.415.
As doações aos democratas, contudo, aumentaram 50% nestes quatro anos. O aumento ocorreu principalmente depois de 2006, quando os democratas conquistaram a maioria na Casa dos Representantes.
Como resultado do pagamento, afirma o jornal, 53 dos deputados enviaram uma carta à presidente da Casa, a democrata Nancy Pelosi, opondo-se às propostas do presidente Barack Obama de aliviar o embargo.
O embargo americano sobre Cuba começou oficialmente em 7 de fevereiro de 1962 sob o governo de John F. Kennedy, mas Washington já tinha imposto certas sanções a partir de 1959.
As restrições comerciais e financeiras representaram perdas à economia cubana estimadas em US$ 242,4 milhões no último ano e de US$ 96 bilhões desde quando entraram em vigor, segundo o governo de Havana.
O governo Obama adotou uma política de abertura em relação a Cuba, permitindo, inclusive, o fim da suspensão de Cuba na OEA (Organização dos Estados Americanos). O limite para o envio de dinheiro para parentes na ilha também foi suspenso e Obama retomou os diálogos sobre imigração com o governo cubano e reatamento do serviço direto de correio.
O presidente americano já afirmou, contudo, que o embargo não será suspenso até que Cuba aprove reformas democráticas e econômicas, como libertar os presos políticos e permitir a liberdade de expressão. Vários parlamentares americanos propuseram medidas intermediárias, como acabar com a proibição de viagens a Cuba para todos os americanos.
David Duarte, diretor de campanhas do grupo, afirmou ao jornal que o sistema de pagamentos é uma "armadilha". "Essas são boas pessoas presas em um sistema. Se os legisladores têm que gastar muito tempo para levantar o dinheiro [de campanha], não lhes sobrará escolha senão ouvir aqueles que lhe dão. Mas a realidade é que parece haver uma diferença clara entre o que as pessoas querem e o que alguns políticos defendem no Congresso".
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