Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/11/2009 - 10h39

Congressistas dos EUA receberam US$ 11 mi por embargo a Cuba, diz grupo

Publicidade

da Folha Online

Um relatório do grupo independente Public Campaign aponta que cerca de 400 congressistas e candidatos dos Estados Unidos, incluindo o senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain, receberam um valor de US$ 11 milhões (R$ 18,9 milhões) em doações de campanha desde 2004 com a condição de manter o embargo americano contra Cuba.

Segundo o grupo, que defende o financiamento público das campanhas políticas, o valor foi pago ainda para evitar que qualquer medida de abertura do embargo fosse aprovada no Senado ou na Casa dos Representantes. O relatório foi citado em reportagem do jornal espanhol "El País".

O relatório diz que pelo menos 18 parlamentares mudaram de opinião sobre Cuba, depois de receber doações de campanha.

A lista de beneficiários, afirma o jornal, é liderada por três congressistas republicanos da Florida: Lincoln Diaz-Balart (US$ 366.964); seu irmão Mario (US$ 364.176) e Ileana Ross-Lehtinen (US$ 240.050) Já McCain aparece em quarto, com um montante de US$ 183.415.

As doações aos democratas, contudo, aumentaram 50% nestes quatro anos. O aumento ocorreu principalmente depois de 2006, quando os democratas conquistaram a maioria na Casa dos Representantes.

Como resultado do pagamento, afirma o jornal, 53 dos deputados enviaram uma carta à presidente da Casa, a democrata Nancy Pelosi, opondo-se às propostas do presidente Barack Obama de aliviar o embargo.

O embargo americano sobre Cuba começou oficialmente em 7 de fevereiro de 1962 sob o governo de John F. Kennedy, mas Washington já tinha imposto certas sanções a partir de 1959.

As restrições comerciais e financeiras representaram perdas à economia cubana estimadas em US$ 242,4 milhões no último ano e de US$ 96 bilhões desde quando entraram em vigor, segundo o governo de Havana.

O governo Obama adotou uma política de abertura em relação a Cuba, permitindo, inclusive, o fim da suspensão de Cuba na OEA (Organização dos Estados Americanos). O limite para o envio de dinheiro para parentes na ilha também foi suspenso e Obama retomou os diálogos sobre imigração com o governo cubano e reatamento do serviço direto de correio.

O presidente americano já afirmou, contudo, que o embargo não será suspenso até que Cuba aprove reformas democráticas e econômicas, como libertar os presos políticos e permitir a liberdade de expressão. Vários parlamentares americanos propuseram medidas intermediárias, como acabar com a proibição de viagens a Cuba para todos os americanos.

David Duarte, diretor de campanhas do grupo, afirmou ao jornal que o sistema de pagamentos é uma "armadilha". "Essas são boas pessoas presas em um sistema. Se os legisladores têm que gastar muito tempo para levantar o dinheiro [de campanha], não lhes sobrará escolha senão ouvir aqueles que lhe dão. Mas a realidade é que parece haver uma diferença clara entre o que as pessoas querem e o que alguns políticos defendem no Congresso".

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página