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Justiça dos EUA é capaz de lidar com presos de Guantánamo, diz Obama
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da Folha Online
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira que, apesar dos temores dos americanos, a Justiça do país é capaz de lidar com os casos dos suspeitos de terrorismo mantidos na prisão militar de Guantánamo, em Cuba. O democrata admitiu, pela primeira vez, que não poderá cumprir com o prazo estipulado para o fechamento da controversa prisão, em janeiro de 2010.
"O que eu acho é que nós precisamos romper com esta noção temerosa de que, de alguma forma, nosso sistema de Justiça não consegue lidar com estes caras", disse Obama em entrevista à rede NBC News.
Obama disse assim ter certeza de que o principal mentor dos ataques terroristas de 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohammed, que está em Guantánamo, vai ser condenado à pena de morte na corte criminal civil --para onde o caso foi transferido.
Os republicanos questionam os riscos de se trazer Mohammed e outros quatro planejadores dos ataques para solo americano --o que poderia transformar os EUA em alvo de ataques.
O governo Obama estuda enviar os 215 prisioneiros restantes de Guantánamo para uma prisão na área rural de Illinois.
A transferência, contudo, deve ser adiada já que o próprio presidente admitiu que não será possível cumprir o prazo de janeiro de 2010 para fechar o centro de detenção.
Em entrevista à Fox News, Obama adotou nesta quarta-feira um tom mais cauteloso e disse preferir não estabelecer prazos para o fechamento, apesar de esperar que ocorra ainda em 2010. Obama disse ainda que um novo prazo depende da cooperação do Congresso.
O democrata disse ainda não estar desapontado com o fracasso em cumprir o prazo, já que percebeu que as coisas se movem mais devagar do que ele esperava em Washington.
A prisão militar de Guantánamo foi criada de improviso para receber os suspeitos presos durante a 'guerra ao terror' do governo de George W. Bush.
A maioria dos detentos passam anos em Guantánamo sem acusação formal ou julgamento, graças a um 'buraco negro' legal criado pelos EUA que exclui os prisioneiros das leis da Convenção de Genebra (já que não são prisioneiros de guerra comuns) e da lei americana (já que a prisão fica fora dos EUA).
Obama ordenou o fechamento da prisão dois dias após sua posse, em janeiro deste ano, mas, desde então, enfrentou desafios legais, administrativos, políticos e diplomáticos.
O principal deles é o que fazer com os prisioneiros que ainda estão na prisão, já que muitos não podem voltar para seus países de origem, há poucos países interessados em recebê-los como asilados e os americanos resistem em colocar os condenados em prisões comuns dentro de seu território.
Em outro golpe à medida, o conselheiro legal da Casa Branca, Gregory Craig, responsável pelo processo de fechamento da prisão, renunciou no último dia 13 após ficar decepcionado com o processo político.
Com agências internacionais
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