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29/11/2009 - 17h40

Países que não reconhecem pleito em Honduras buscam eco na Cúpula Ibero-Americana

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da Efe, em Bogotá

Enquanto os hondurenhos vão hoje às urnas, os governos latino-americanos que não reconhecem o pleito reafirmaram sua postura e juntaram forças para que a Cúpula Ibero-Americana se pronuncie. A crise de Honduras é debatida neste domingo na cidade portuguesa de Estoril, horas antes do começo da 19ª Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de Governo.

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O vice-ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, disse à Agência Efe que conseguiu "um acordo para que o assunto seja tratado em nível de chanceleres" e ressaltou que "alguns países" querem que desta reunião alcance um pronunciamento em relação a Honduras e as eleições.

Também espera o mesmo Manuel Zelaya, destituído da Presidência de Honduras em 28 de junho, segundo disse à agência Efe a vice-ministra de Exteriores do governo de Zelaya, Patricia Licona, que participa de Estoril em reuniões prévias à cúpula.

As eleições em Honduras são uma "farsa" que completam o "golpe legal" planejado pelos Estados Unidos, disse o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em sua coluna impressa dominical "Las líneas de Chávez".

Para o governante venezuelano, a eleição é a "segunda etapa" do golpe de Estado mediante o qual Zelaya foi retirado da Presidência, onde foi colocado em seu lugar o até então titular do Congresso, Roberto Micheletti. Chávez opinou que se trata de uma nova "estratégia do império" para dar golpes de Estado que tenham aparência "legal".

Além disso, classificou como um ato de "hipocrisia" a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, de reconhecer como legítimo o governo que resulte da eleição de hoje. Por sua vez, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, afirmou hoje que as eleições em Honduras "estão no polo oposto" das que ocorrem hoje em seu país.

Vázquez afirmou que "o governo uruguaio não vai reconhecer porque surge de uma decisão ilegal tomada por um governo interino", afirmou. "O caminho em Honduras deveria ter sido restituir o presidente eleito livre e democraticamente pelo povo hondurenho [Manuel Zelaya] e depois concorrer a eleições livres", enfatizou Vázquez.

O governo do Equador reiterou em comunicado divulgado hoje que não reconhecerá o resultado das eleições em Honduras, "convocadas pelo governo interino de Roberto Micheletti", e formulou uma chamada à comunidade internacional para fazer o mesmo.

"Não existem as condições para que se desenvolva um processo eleitoral, evidentemente essas eleições estão absolutamente viciadas e não devem ser reconhecidas pela comunidade internacional", assinalou o chanceler equatoriano, Fander Falconi.

Desde Genebra, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, também disse que o país não considera legítimo o pleito que se realizam em Honduras. "Não acreditamos que sejam legítimas as eleições que foram conduzidas com o presidente Zelaya fora do poder, com um país imerso em um longo período de lugar, e com repressão contra a população", assinalou Amorim em declarações à Agência Efe.

Zelaya, que foi expulso de Honduras após ser deposto, retornou de surpresa ao país em 21 de setembro e desde então se encontra na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. "É lógico que no espaço ibero-americano se faça um pronunciamento, porque houve um golpe de estado e houve violações dos direitos humanos", declarou Licona em Estoril.

A vice-ministra de Exteriores do governo de Zelaya afirmou que o governo do deposto "não pediu" que a cúpula emita um comunicado sobre a situação em seu país e as eleições que se realizam hoje. Licona admitiu que "outros países o fizeram" e citou entre eles a Venezuela.

Sobre o pleito, reiterou a posição do presidente deposto, no sentido que foram convocados para "legitimar um golpe de Estado", previu "uma abstenção muito alta" e manifestou sua inquietação pelo fato de que possam ser "manipulados". Também em Estoril, o ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, opinou hoje que "acatará" os resultados das eleições que ocorrem deste domingo em Honduras.

"A comunidade internacional tem de assegurar que seja um processo livre, transparente, que preencha os requisitos de um processo eleitoral e que deixe de sangrar esta Honduras que é parte de nossa pátria grande latino-americana", acrescentou.

O governo do Peru, que lidera Alan García, está a favor de reconhecer os resultados das eleições em Honduras, se desenvolvem de maneira democrática e transparente, da mesma forma que os da Costa Rica, Panamá e Estados Unidos. México e Colômbia também anunciaram que esperarão ver como são o pleito de hoje para decidir se os reconhecem ou não.

O arcebispo de San Salvador, José Luis Escobar Asas, que dedicou a missa dominical a Honduras, pediu hoje pela paz e a harmonia nesse país e disse que "tomara" as eleições que se realizam este domingo nesse país alcancem parar "tanto sofrimento".

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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