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01/12/2009 - 07h31

Diante de recuo do Brasil, Lobo promete esforço por reconhecimento de Lula

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da Efe, em Tegucigalpa (Honduras)
da Folha Online

O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, disse que não vai medir esforços para conseguir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheça as eleições realizadas no último domingo (29). A declaração veio em meio a sinais claros de recuo do governo brasileiro em relação à legitimidade da votação.

Lula afirmou diversas vezes, a última delas nesta segunda-feira, que não vai aceitar o resultado de uma eleição realizada sem a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya. O Brasil lidera um grupo de países latino-americanos na OEA (Organização dos Estados Americanos) que diz apoiar Zelaya e rejeita a vitória de Lobo.

Também nesta segunda-feira, contudo, Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para questões internacionais, afirmou que esta posição pode mudar se Lobo enviar "sinais fortes" de disposição para o diálogo e a restituição da democracia.

O hondurenho parece ter entendido o recado. Lobo disse que fará "um esforço por que se normalizem essas relações [com o Brasil]". "Queria poder ligar para o presidente Lula já hoje. Vamos ligar procurá-lo quantas vezes for necessário para conseguir que nos entenda e nos compreenda", afirmou.

O presidente eleito afirma que não sente "urgência" no reconhecimento de seu triunfo pela comunidade internacional, embora tenha dito que fará todos os esforços para que aqueles que não aceitam o pleito mudem de ideia.

"Para mim o importante é que esperemos. Não tenho urgência que digam hoje. Eu gostaria que fosse assim, é o ideal, mas se eles consideram que é prudente ter mais tempo, perfeito", disse, em sua primeira entrevista coletiva após a votação.

Lobo afirma que conversou com alguns líderes internacionais, como o presidente da Costa Rica e mediador na crise hondurenha, Óscar Arias, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, o presidente da Guatemala, Álvaro Colom, e o presidente de El Salvador, Mauricio Funes.

"Há vários [presidentes] com quem falamos. Disseram que vão reconhecer, que vão nos ajudar a fazer com que outros nos reconheçam também. É um tema que pouco a pouco vamos resolvendo", disse.

Mais uma vez, Lobo evitou pronunciar-se sobre o futuro de Zelaya, derrubado no último dia 28 de junho em um golpe de Estado.

"É um tema que os dois [Zelaya e o presidente interino Roberto Micheletti] aceitaram que o Congresso decidirá, portanto eu deixo que o Congresso siga atuando. Eu vou olhando em direção ao futuro", afirmou, lembrando da discussão marcada para a próxima quarta-feira.

"Logicamente, o que acontece hoje é importante para amanhã. Espero que o Congresso tome a melhor decisão", indicou, sem especificar qual é sua opinião sobre a questão.

Brasil

Do lado brasileiro, Garcia disse nesta segunda-feira que alguns "gestos" de Lobo e a taxa real de participação na eleição de domingo poderão levar a "mudanças" na posição do Brasil.

"Se o Brasil considerar que tem que mudar de posição, mudará de posição", disse Garcia a jornalistas em Estoril, Portugal, onde participa da Cúpula Ibero-Americana. "Por um lado, consideramos a eleição ilegítima, mas se tiver havido uma participação popular muito forte, tampouco poderíamos ser indiferentes ao fato político."

Contrariando a alegação dos zelayistas de que houve um grande boicote de 70% dos eleitores, o TSE afirmou que a participação chega a 61,3% (quase 10% a mais que em 2005).

Garcia disse que o Brasil não pretende ser "o juiz da situação em Honduras" e defendeu que a o assunto deve ser discutido internacionalmente e que o Brasil gostaria que a questão seja tratada pela OEA. "De consenso, há a condenação do golpe de Estado que apeou o presidente Manuel Zelaya do poder. Para o governo brasileiro, as eleições foram realizadas em grande medida para legitimar o golpe", disse.

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
avalie fechar
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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