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02/12/2009 - 09h59

Mujica se volta ao Brasil por questão de energia uruguaia

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SILVANA ARANTES
enviado especial da Folha de S. Paulo a Montevidéu (Uruguai)

"Temos problemas de sobra, mas estamos bem na relação com o Brasil", afirmou à Folha o presidente eleito do Uruguai, José Mujica, após se encontrar ontem, em Montevidéu, com o embaixador brasileiro no Uruguai, José Felicio.

O funcionamento do Mercosul e um entrave imposto pela Argentina a um plano de cooperação energética entre Uruguai e Brasil foram tratados no encontro, preparatório para reunião entre Mujica e Lula, na próxima terça --ele também se reunirá com a presidente argentina Cristina Kirchner.

Mujica sinalizou que proporá a Lula flexibilizar o Mercosul. "Talvez tenhamos que articular políticas que levem em conta as assimetrias [entre os países-membros]", disse.

"Por sermos um país pequeno, somos propensos a ter uma atitude mais aberta [ao comércio extrazona], mas países grandes como o Brasil têm outro tipo de problema", afirmou.

O principal tema da pauta deverá ser o projeto de "interconexão elétrica" entre Brasil e Uruguai, que dispensaria o vizinho de importar energia brasileira via Argentina, o que eleva os custos da operação.

Para concretizar o projeto, Brasil e Uruguai haviam acordado empréstimo de US$ 80 milhões, via um fundo de investimentos do Mercosul irrigado por verba brasileira.

A Argentina vetou o investimento em represália ao atrito que mantém com o Uruguai em torno da instalação de uma fábrica de celulose na fronteira, aprovada por Montevidéu sem consentimento argentino.

Mujica disse que irá "lutar muito para melhorar a relação com a Argentina, que é determinante para o Uruguai".

O fato de Mujica haver tomado a iniciativa do encontro indica, para o embaixador brasileiro, "a importância que ele dá à relação entre os dois países".

Mujica confirmou ainda querer a presença da oposição em seu ministério. "Tentaremos estabelecer os acordos maiores. Se não for possível, faremos os médios e pequenos."

A alternativa, em caso de recusa da oposição ou veto de sua legenda ao acordo, seria a presidência de estatais e o segundo escalão.

 

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