Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/12/2009 - 10h19

Taleban diz que enviar mais tropas ao Afeganistão só ampliará a guerra

Publicidade

da Folha Online

O grupo islâmico radical Taleban do Afeganistão afirmou nesta quarta-feira que o envio de 30 mil soldados americanos anunciado na véspera pelo presidente Barack Obama apenas reforçará a resistência.

"Obama verá desfilar muitos caixões de soldados americanos mortos no Afeganistão", afirmou porta-voz taleban Qari Yusuf Ahmadi por telefone á agência de notícias France Presse.

"Sua esperança de controlar militarmente o Afeganistão não se tornará realidade. Os 30 mil soldados extras reforçarão a resistência e a luta. Eles se verão obrigados a uma retirada vergonhosa. Não há como cumprir suas esperanças e objetivos", concluiu o porta-voz.

Em um comunicado enviado por e-mail para a imprensa, o Taleban afirmou que treinará quantos militantes forem necessários para "compensar" o reforço nas tropas internacionais e fortalecer a resistência.

A guerra contra o Taleban, que foi derrubado do poder pela coalizão liderada pelos americanos, dura oito anos e passa por seu momento mais violento. Apenas em outubro, o total de soldados americanos mortos foi o maior desde o início do conflito, 55. As forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também registraram um número maior de mortes em 2009 do que em qualquer ano anterior, com mais de 500 baixas.

Obama anunciou em discurso televisionado que sua nova estratégia para o Afeganistão envolve o envio de 30 mil soldados adicionais para a guerra do Afeganistão ainda no primeiro semestre de 2010 com o intuito de acelerar a entrega da responsabilidade sobre a segurança do país para os cidadãos afegãos.

Os aliados da Otan anunciaram pouco depois o envio de, no mínimo, 5.000 soldados adicionais ao Afeganistão como apoio.

A nova estratégia de Obama foi anunciada após semanas de reuniões com conselheiros e funcionários do alto escalão de seu governo para decidir sobre o pedido do comandante das forças internacionais no Afeganistão, Stanley McChrystal, por 40 mil soldados adicionais.

"A exemplo do que foi feito no Iraque, nós iremos fazer essa transição [a da segurança] de forma responsável, levando em consideração as condições no terreno", explicou o presidente. "Nós continuaremos aconselhando e ajudando as forças de segurança afegãs, para assegurar que elas possam ter sucesso a longo prazo. Mas ficará claro para o governo afegão --e, o que é ainda mais importante, para o povo afegão-- que eles serão os maiores responsáveis por seu país".

Em dezembro de 2008, Washington e Bagdá ratificaram acordo de segurança que estipulava a retirada americana das principais cidades iraquianas antes de julho de 2009, o que ocorreu, e de todo o território iraquiano antes de janeiro de 2012.

Em seu discurso, o americano afirmou que as tropas americanas extras no Afeganistão irão, principalmente, "aumentar nossa [dos EUA] habilidade de treinar forças de segurança afegãs competentes, e de cooperar com elas, para que mais afegãos entrem na luta". "Eles ajudarão a criar as condições para que os EUA transfiram responsabilidade para os afegãos", afirmou.

"Estamos no Afeganistão para evitar que um câncer, mais uma vez, se espalhe por todo o país. Mas o mesmo câncer também criou raiz na região da fronteira com o Paquistão. E é por essa razão que precisamos de uma estratégia que funcione dos dois lados da fronteira."

Com agências internacionais

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página