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04/12/2009 - 09h31

Morales focou governo em nacionalizações e defesa da coca; veja cronologia

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da Efe, em La Paz (Bolívia)

Os bolivianos vão às urnas neste domingo para eleições gerais com Evo Morales, o primeiro presidente indígena do país, como amplo favorito nas pesquisas de intenção de voto. Seu primeiro mandato foi marcado pelas propostas nacionalistas e o duro confronto com a oposição, que acabou derrotada em um referendo que ratificou a eleição de Morales.

Veja os principais acontecimentos do governo Morales

2005

18 de dezembro: Morales, à frente do Movimento ao Socialismo (MAS), ganha a eleição presidencial com maioria absoluta (53,7%). Ele já havia concorrido, sem sucesso, nas eleições de 2002.

*

2006

22 de janeiro: Morales assume a Presidência da Bolívia como primeiro líder indígena do país.

1º de maio: Ele decreta a nacionalização dos hidrocarbonetos, o primeiro passo de várias medidas de nacionalização --uma das suas principais promessas de campanha.

Mariana Bazo-2jul.06/Reuters
Presidente boliviano, Evo Morales, observa cédula em seu povoado
Presidente boliviano, Evo Morales, observa cédula em seu povoado

2 de julho: O governista MAS vence as eleições pela Assembleia Constituinte com 50,7% dos votos. Um referendo sobre a aplicação de um regime autônomo nos Departamentos (Estados) resulta na vitória do "não" em cinco deles e do "sim" em outros quatro: Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija.

6 de agosto: A Assembleia Constituinte é instalada em Sucre, a capital constitucional e sede do Judiciário na Bolívia.

1º de setembro: Os partidos da oposição abandonam a Assembleia diante da imposição do MAS de mudar o regulamento para que as decisões sejam aprovadas por maioria absoluta (128 votos) em dez de dois terços (170) --o que facilita aprovação de medidas sem apoio de toda a oposição.

5 de outubro: Confrontos entre dois setores mineiros deixam 16 trabalhadores mortos no povoado andino de Huanuni.

28 de novembro: O Senado aprova a lei de reforma agrária que permite a expropriação de terras consideradas ociosas.

*

2007

20 de julho: Mais de um milhão de pessoas protestam no El Alto contra a mudança da sede do governo de La Paz para Sucre.

David Mercado-20jul.07/Reuters
Protesto em El Alto, na Bolívia, contra a proposta de transferência da sede do governo
Protesto em El Alto, na Bolívia, contra a proposta de transferência da sede do governo

15 de agosto: A Constituinte retira de sua agenda o debate sobre a capital da Bolívia, o que provoca distúrbios que impedem a continuidade da Assembleia.

24 de novembro: O governismo aprova em primeira instância o novo texto da Constituição em uma escola militar de Sucre, sem a presença da oposição e em meio a distúrbios que deixaram três mortos e cerca de 300 feridos.

9 de dezembro: O projeto da nova Constituição é aprovado em Oruro, de novo na ausência do principal partido da oposição.

*

2008

1º de maio: Morales nacionaliza três petrolíferas e uma filial da italiana Telecom.

4 de maio: Departamento de Santa Cruz aprova seu estatuto de autonomia com mais de 80% dos votos em um referendo que o governo de Morales considera ilegal.

08 de maio: O Senado, controlado pela oposição, aprova uma lei de referendo para decidir sobre a continuidade ou a revogação do mandato do presidente Morales e dos nove governadores do país.

1º de junho: Departamentos de Beni e Pando aprovam estatutos de autonomia, uma sequência de aprovações que não abala a popularidade de Morales.

22 de junho: Departamento de Tarija aprova seu estatuto autônomo.

29 de junho: A opositora Savina Cuéllar é eleita governadora de Chuquisaca.

10 de agosto: Em uma confirmação de sua popularidade, Morales ganha o referendo revogatório com 67,4% dos votos. Também são confirmados nos cargos os governadores opositores e autonomistas de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija. Os opositores de La Paz e Cochabamba perdem o referendo e deixam o cargo.

Dado Galdieri10ago.08/AP
Cocaleira festeja chegada de presidente Evo Morales no dia do referendo revogatório
Cocaleira festeja chegada de presidente Evo Morales no dia do referendo revogatório

10 de setembro: Morales expulsa o embaixador dos Estados Unidos Philip Goldberg, acusado pelo presidente de conspiração para dividir Bolívia. Em novembro do ano seguinte, Morales afirmou que estaria disposto a restabelecer as relações diplomáticas com os EUA, embora ainda não tenha tomado nenhuma ação efetiva.

11 de setembro: Em Pando, um enfrentamento armado entre autonomistas e governistas deixa 11 mortos, a maioria camponeses pró-Morales.

12 de setembro: O governo decreta estado de sítio em Pando e, dias depois, prende o governador do Departamento, o opositor Leopoldo Fernández, como líder do massacre.

20 de outubro: Governistas e opositores chegam a um acordo no Congresso para celebrar o referendo sobre a nova Constituição em 25 de janeiro de 2009, além de adiantar as eleições gerais.

1º de novembro: Morales suspende as operações do Departamento Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) na Bolívia, depois de acusar o órgão de espionagem. A medida amplia a tensão entre os dois países.

23 de novembro: Governo suspende o estado de sítio em Pando.

26 de novembro: O presidente americano, George W. Bush, anuncia a suspensão dos benefícios tarifários à Bolívia.

*

2009

23 de janeiro: Morales nacionaliza a petrolífera Chaco, filial da British Petroleum (BP).

25 de janeiro: Referendo aprova a nova Constituição do país com 61,4% dos votos.

Antonio Sánchez Solís11mar.09/Efe
O presidente da Bolívia, Evo Morales, segura folha de coca, que depois mastigou, em protesto pela descriminalização do produto
O presidente da Bolívia, Evo Morales, segura folha de coca, que depois mastigou, em protesto pela descriminalização do produto

11 de março: Com uma folha de coca na mão, Morales pede à Comissão de Narcóticos da ONU, em Viena, que retire a planta da lista de entorpecentes proibidos pelas convenções internacionais. Morales tem no grupo de produtores de coca um de seus eleitorados mais fieis.

9 de abril: Morales se declara em greve de fome para exigir a aprovação da lei eleitoral, que é finalmente aprovada no dia 14 do mesmo mês.

16 de abril: A polícia boliviana mata supostos mercenários estrangeiros. O governo afirma que se trata de um grupo terrorista que queria assassinar Morales e promover a independência de Santa Cruz. Na operação, foram mortos três membros do suposto comando, entre eles seu chefe, o boliviano-húngaro-croata Eduardo Rozsa Flores. O confronto resultou também na prisão de outros membros do grupo, um boliviano e o húngaro-romeno Elot Toazo.

22 de abril: Seguindo proposta de Morales, a ONU (Organização das Nações Unidas) declara o dia 22 de abril como o Dia Internacional da Mãe Terra.

1 º de maio: O presidente da Corte Nacional Eleitoral, José Luis Exeni, se demite sete meses depois das eleições gerais. Ele é substituído dias depois por Antonio Costas.

Morales nacionaliza a distribuição de combustível aos aeroportos controlada até então pela British Petroleum Air (BP-Air).

14 de maio: A Câmara dos Deputados suspende o presidente da Corte Suprema de Justiça (CSJ), Eddy Fernández, a quem acusa de atrasar o julgamento por genocídio contra o ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada e membros de seu governo.

18 de maio: A Corte Suprema inicia o julgamento contra o ex-presidente por mais de 60 mortes ocorridas no "outubro negro" de 2003.

21 de maio: Bolívia e EUA decidem estabelecer as bases de um diálogo franco durante a visita do secretário adjunto para a América Latina, Thomas Shannon.

25 de maio: Bolívia comemora em Sucre o bicentenário do primeiro levante americano contra a Espanha. Apesar de considerar o marco da luta pela soberania as revoltas indígenas de 1781 e não movimento encabeçado pelos brancos em 1809, Morales organiza várias festividades para celebrar a data --mas Províncias onde há grande oposição a ele foram excluídas dos atos.

26 de maio: A única magistrada que permanecia no Tribunal Constitucional é demitida e o órgão deixa de existir.

15 de junho: O governo do Peru convoca seu embaixador na Bolívia para consulta, como rechaço às declarações de Morales, que classificou de genocídio o confronto em Bagua Grande. Cerca de 2.500 indígenas, muitos armados com facões, protestaram contra planos do governo de permitir a exploração de recursos naturais na região. Eles bloquearam estradas e a polícia enviou tropas de choque, o que resultou em ainda mais violência.

9 de julho: O ex-ministro boliviano do Interior Luis Arce Gómez (1980-1981) chega a La Paz deportado dos EUA para cumprir uma condenação de 30 anos de prisão por crimes contra a humanidade.

12 de agosto: O MAS ratifica Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, como candidatos do partido às eleições de 6 de dezembro. Pesquisas de intenção de voto mostram Morales como amplo favorito, com mais de 30 pontos percentuais de vantagem.

31 de agosto: O candidato opositor Manfred Reyes Villa anuncia que seu candidato à vice-Presidência será Leopoldo Fernández, o governador preso por supostamente liderar o massacre em Pando.

13 de setembro: Morales faz uma visita oficial à Espanha.

17 de outubro: Bolívia recebe a 7ª Cúpula da Alba.

29 de outubro: Morales anuncia a "era da industrialização do lítio" boliviano. O mineral é o mais novo investimento do governo boliviano, que tem nos recursos naturais principal fonte de renda.

Comentários dos leitores
Evo Morales, guia espiritual indígena, só faltava essa. Essas republiquetas, nem sei se é isso, não tomam jeito mesmo. Até quando vamos conviver com essa idiotice angular, petrificada na cabeça dessa gente que resiste, intransigetemente, a sair da idade da pedra. A população da Bolívia, na sua maioria de indígenas não poderia ter melhor escolha, e logo, logo, esse indiozinho presidente, será aclamado o Montesuma da Bolívia. Durma com um barulho desse, ou se prepare pra uma longa insônia. Um povo quando é obstinado por natureza, não tem bronca, desenvolve mesmo. Olha, como pode um país cercado por ignorância por todos os lados e não se contaminar, só podia ser o Chile. Grande Chile, orgulho da América Latina e de todos nós, seus admiradores. Lá eles tem presidente, um funcionário do povo. Aqui é o paisão Lula, o papai noel Lula, na Bolívia, além de paisão, mais uma graduação: Guru, guia espiritual e outros adjetivos esdrúxulos. Tenha paciência! sem opinião
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Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Conforme escreveu a missiva Ana Chiummo, há algo de positivo em tudo isso. A oposição tem resistido à uma escalada sem precedentes de populistas que querem trilhar caminhos e modos de produção já há muito abandonados pelo mundo todo, com excessão da caquética Cuba. Enquanto a China Comunista aprova leis de proteção à propriedade privada, nós aqui no Brasil (leia-se o PNDH-3) buscamos aboli-la por baixo do pano. E o ilustre "bolivariano" começa a colher os primeiros frutos podres do seu governo! Sendo assim, como o PT nunca ganha o governo do estado de São Paulo (A única excessão é a prefeitura), tavez seja porque a maioria dos paulistanos prefere outros caminhos. E porque será? sem opinião
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Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Sr. Francisco Lemos
Mal informado o sr. está.
O Gás GLP é uma coisa, derivado do petróleo, utilizado em Botilhões de Gás. E na maioria das residencias do Brasil. Este sim teve aumento absurdo.
O Gás GN que vem da bolívia através tubulação, e que é utilizado por Residencias, Industrias, Comercios, não tem aumento desde 16/07/2006.
O GNV, utilizado em carros, sua última Tabela de preços é de 01/07/2009.
Ou seja, criticar somente por criticar o Evo Morales, é uma coisa, mas antes por favor saiba a diferença entre:
GLP & GN
Outra coisa, se diz muito da Bolívia, mas tivemos eleições lá de forma diréta e democrática, se o povo quis novamente o Evo Morales, aqui no Brasil se tem que respeitar e se for criticar saber criticar.
Nós não somos donos da razão temos direitos & deveres, temos que saber quando um extrapola o outro. Cuida Brasil, cada macâco no seu galho, blza?.
12 opiniões
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