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05/12/2009 - 10h27

Israel cria grupo para monitorar paralisação da construção em colônias

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da Efe, em Jerusalém
da Folha Online

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, criou um grupo de trabalho que ficará encarregado de monitorar a paralisação temporária (por dez meses) das construções em assentamentos na Cisjordânia --uma medida que não deve ser suficiente para convencer os Estados Unidos e os palestinos da boa vontade do governo no tema.

A equipe será liderada pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, e por Benny Begin, filho do ex-primeiro-ministro Menachem Begin. Conta ainda com Zvi Hauser, secretário do gabinete, e o major general Eitan Dangot, coordenador das atividades do governo nos territórios.

O grupo se reuniu pela primeira vez nesta sexta-feira para definir suas prioridades e voltará a se encontrar neste domingo para debater estratégias. A missão do grupo, segundo o governo, é encontrar soluções para facilitar a vida dos colonos judeus durante o congelamento das construções.

Ele foi formado após dias de incidentes entre colonos contrários às restrições impostas e policiais que fazem a escolta dos inspetores militares incumbidos de fiscalizar a medida.

Na quinta-feira (3), Netanyahu se reuniu durante três horas com líderes dos colonos. Eles criticaram duramente a imposição de limites aos assentamentos, a rápida aplicação da regra e os prejuízos que garantem que terão.

"Esta ordem não é fácil para vocês nem para mim. Trabalharemos para que ela seja aplicada da forma mais fácil possível para a população. Onde houver obstáculos desnecessários, os eliminaremos", respondeu Netanyahu.

Netanyahu disse ainda que as restrições ao crescimento das colônias servem aos interesses de Israel e deixam claro ao mundo que seu país "é sério em suas intenções de alcançar a paz", ao contrário dos palestinos, que, segundo ele, se recusam a voltar à mesa de negociações.

Após a reunião, os representantes de 14 conselhos locais de assentamentos judaicos na Cisjordânia entraram com uma ação na Suprema Corte contra Netanyahu, Barak e o chefe do Comando Central Avi Mizrahi, na qual pedem a liberação de construções nas colônias.

Uma manifestação contra a medida do governo também foi convocada para a próxima quarta-feira (9) pelo Conselho de Assentamentos Yesha. O protesto será realizado em Jerusalém, junto à residência do chefe de governo.

Moratória

Netanyahu propôs em novembro a seu gabinete que aprove uma iniciativa para suspender durante dez meses a construção e concessão de licenças para construção de novas casas nas colônias judaicas da Cisjordânia.

Netanyahu afirmou a seus assessores que a medida servirá de prova de que busca a paz na região, após contrariar a pressão americana e palestina e aprovar a construção de centenas de casas em territórios palestinos nos últimos meses.

O chefe do governo israelense tinha anunciado há vários dias suas intenções de declarar a paralisação temporária da construção nas colônias judaicas no território cisjordaniano. Israel começou a construir assentamentos judaicos na Cisjordânia após ocupar esse território na Guerra dos Seis Dias (1967). Atualmente, moram no local mais de 250 mil israelenses.

Os palestinos exigem que Israel suspenda completamente a edificação nas colônias da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental para retomar o processo de diálogo, paralisado desde o início do ano.

A moratória proposta por Netanyahu não inclui Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem estabelecer a capital de seu futuro Estado e que é considerada por Israel um assunto diferenciado e fundamental do conflito, a ser tratado nas conversas para o estatuto definitivo de paz.

O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Salam Fayyad, disse à imprensa que a paralisação nas colônias proposta por seu colega israelense era inaceitável se não incluísse a cidade santa. Os palestinos reclamam um término total das construções na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental antes de voltar à mesa de negociações.

 

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