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17/12/2009 - 12h04

Oficiais paquistaneses pressionam diplomatas americanos no país, diz jornal

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da Folha Online

Funcionários do serviço de inteligência e das Forças Armadas do Paquistão participam de uma campanha não declarada contra os diplomatas americanos no país, informa o jornal "The New York Times", em um sinal da frágil relação entre os dois países em meio ao investimento bilionário dos Estados Unidos na guerra ao grupo islâmico Taleban em solo paquistanês.

Segundo o jornal, que cita fontes de Washington, as medidas incluem vistos negados para cerca de 135 oficiais americanos --o que deixou alguns setores da embaixada com apenas 60% do pessoal--, além de revistas frequentes em seus veículos. As "vítimas" são militares, agentes da CIA (agência central de inteligência), especialistas em desenvolvimento e diplomatas.

O Paquistão diz que as revistas nos carros dos diplomatas não são assédio e sim resposta à ação provocativa dos americanos. Eles citam situações nas quais diplomatas fugiram de postos de checagem da polícia. A embaixada nega.

A situação fica mais delicada porque, como diplomatas são alvos prioritários de militantes, eles devem carregar suas placas de identificação dentro do veículo --o que os deixa vulneráveis a constantes checagens pela polícia.

A fonte citada pelo "NYT" diz que o assédio já atrapalha os próprios interesses paquistaneses ao atrasar programas desenvolvidos pelos americanos no país --além de manter parados quatro helicópteros usados para transportar militantes capturados porque os vistos de 14 pilotos não foram aprovados.

A campanha afeta ainda o envio de uma verba de quase US$ 1 bilhão por ano para o combate ao terrorismo no país, já que o último dos cinco responsáveis pela embaixada americana --que cuida dos trâmites legais-- teve que deixar o país ao ter a prorrogação do visto negada.

O jornal diz que, apesar de não declarada, o governo paquistanês sabe da campanha de assédio. Eles responsabilizam, contudo, o que chamam de provocações e arrogância americanas, que não entenderiam que a aliança paquistanesa com os EUA divide o país.

"Infelizmente, os americanos são arrogantes. Eles se acham onipotentes. Assim que eles agem", disse um agente de segurança paquistanês, que não quis se identificar.

As ações seriam parte de uma estratégia dos funcionários paquistaneses de minar os planos de expansão do governo americano de trazer 300 novos funcionários para a embaixada no país, além dos 500 que já trabalham no local.

"Eles não querem mais americanos aqui. Eles não sabem exatamente o que os americanos estão fazendo", disse um diplomata ao jornal.

A campanha pode ameaçar os esforços renovados do governo americano, que estendeu a guerra contra os talebans para solo paquistanês e ampliou a ajuda --e a cobrança por ação-- ao país.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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