Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/01/2004 - 19h10

Líder guerrilheiro é interrogado por Procuradoria colombiana

Publicidade

da France Presse, em Bogotá

A Procuradoria colombiana interrogou hoje o ex-negociador de paz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Ricardo Palmera, mais conhecido como Simón Trinidad, capturado na sexta-feira passada (2) em Quito (Equador) e entregue um dia depois às autoridades colombianas.

Segundo uma fonte da Procuradoria, o interrogatório começou com o caso do ex-governador Alan Jara, sequestrado em 15 de julho de 2001 quando viajava num veículo das Nações Unidas.

De acordo com o procurador-geral, Luis Camilo Osorio, Simón Trinidad é objeto de 59 processos por homicídio, sequestro, narcotráfico, terrorismo e rebelião, crimes pelos quais pode ser condenado a até 60 anos de prisão.

"O interrogatório pode demorar horas ou dias. Em seguida, o advogado apresentará sua estratégia de defesa", disse o porta-voz da Procuradoria.

Casos

De acordo com a Procuradoria, nenhuma condenação foi emitida contra Palmera, apesar de ele ter sido convocado a vários processos. No entanto, o líder guerrilheiro é objeto de 56 ordens de captura, dos quais oito com medida de segurança, o que significa que existem provas de sua responsabilidade em oito destes casos:

Em 26 de dezembro de 1998, Palmera teria ordenado a invasão da localidade de Becerril (nordeste), na qual morreram duas pessoas.

Em 17 de março de 2000, o mesmo teria ocorrido em Puerto Rico (centro-oeste).

Em 25 de fevereiro de 2002, quatro policiais e uma menina morreram na explosão de uma bicicleta-bomba, que também deixou 13 feridos.

Em 7 de abril de 2002, um carro-bomba explodiu na cidade de Villavicencio, matando 12 pessoas e ferindo 70.

Outros casos pelos quais Palmera foi submetido a medidas de segurança foram os sequestros do senador Jorge Gechen Turbay, em 20 de fevereiro de 2002, e do ex-governador Alan Jara.

Palmera também está sujeito à medida de segurança por seu suposto envolvimento, como líder do Bloco Caribe, no sequestro e assassinato em setembro de 2001 da ex-ministra da Cultura Consuelo Araújonoguera, que seria aparentada com ele.

Também enfrenta medida de segurança pelo massacre de 119 civis na aldeia de Bojayá (noroeste), no dia 2 de maio de 2002, durante combates entre as Farc e paramilitares da extrema-direita.

Defesa

O advogado que defende Palmera, Oscar Silva Duque, afirmou que seu cliente admite a acusação de rebelião, mas nega os outros crimes.

Segundo Silva, as outras acusações não têm fundamento, pois se baseiam na suposição de que foram fatos ordenados por ele, como membro do Estado-Maior das Farc.

Silva informou que pedirá à Procuradoria que junte todos os processos em um só para ganhar tempo, já que os crimes dos quais Trinidad é acusado "são tão graves que se for condenado por apenas um desses delitos, poderá passar o resto de sua vida na prisão".

De acordo com as autoridades, Palmera, economista de 53 anos, integrava o Estado-Maior --formado por 31 guerrilheiros-- fato desmentido ontem pelo número dois das Farc, Raúl Reyes.

Reyes também afirmou que Trinidad não é membro do Secretariado das Farc, nem comandante do Bloco Caribe, nem dirigente das finanças do movimento guerrilheiro. O número dois das Farc apenas admitiu que Palmera participou das fracassadas negociações para o processo de paz, cancelado em 20 de fevereiro de 2002.

Especial
  • Leia mais sobre a Colômbia
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página