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15/01/2010 - 08h04

ONU diz que destruição chega a 50% em algumas áreas do Haiti

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da Folha Online

O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) afirmou nesta quinta-feira que um primeiro reconhecimento aéreo realizado no Haiti revela áreas "com 50% de destruição" ou graves danos causados pelo terremoto de terça-feira (12). Este é o primeiro dado sobre a extensão dos danos causados pelo tremor, que danificou até mesmo o Palácio Presidencial e as sedes da ONU na capital Porto Príncipe.

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Segundo o Ocha, os danos se estenderam além de Porto Príncipe, para os centros urbanos de Jacmel e Carrefour. No total, 3,5 milhões pessoas viviam nas áreas devastadas pelo terremoto.

O terremoto de sete graus de magnitude atingiu o Haiti às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília), a cerca de 16 km da capital haitiana, sendo considerado o mais forte no país em 200 anos.

Jorge Silva /Reuters
Homem passa por cemitério destruído por terremoto em Porto Príncipe; Haiti enterrou 7.000 em vala comum
Homem passa por cemitério destruído por terremoto em Porto Príncipe; Haiti enterrou 7.000 em vala comum

As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias.

Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, os prédios e a infraestrutura de Porto Príncipe sofreram danos extensos. Já os serviços básicos, incluindo água e eletricidade, estão a beira do colapso.

Em um país de construções precárias, mesmo prédios importantes como o palácio presidencial e a sede da missão da ONU não resistiram e sofreram sérios danos. Há relatos de casas que caíram de barrancos e de que 200 ficaram soterrados sob o hotel Cristopher. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.

Vítimas

O presidente do país caribenho, René Préval, disse nesta quinta-feira que cerca de 7.000 pessoas que morreram no terremoto de terça-feira no Haiti já foram enterradas em vala comum.

"Já enterramos 7.000 em uma vala comum", disse Préval a repórteres no aeroporto da capital, Porto Príncipe, enquanto acompanhava o presidente dominicano Leonel Fernández, o primeiro chefe de Estado a visitar o Haiti depois do devastador terremoto.

No mesmo dia, a Cruz Vermelha no Haiti disse esperar que o total de mortos fique entre 45 mil e 50 mil, além dos mais de 3 milhões de desabrigados. Nesta quarta-feira (13), o próprio Préval disse ter ouvido estimativas de cerca de 50 mil mortos, porém afirmou que era "muito cedo para saber".

Brasileiros

O ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, afirmou na madrugada desta sexta-feira, ao desembarcar em Brasília, vindo do Haiti, que 17 brasileiros morreram no terremoto.

Segundo reportagem de Fábio Zanini, da Folha de S. Paulo, Jobim afirmou que, até o momento, há 14 militares e três civis brasileiros mortos. Os militares já haviam sido confirmados pelo Comando do Exército na manhã desta quinta-feira.

Já os civis incluiriam a médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, cujo velório acontece nesta sexta-feira em Curitiba, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro afirmou ainda que o número dois da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em inglês), o brasileiro Luiz Carlos da Costa está morto, embora não tenha sido encontrado ainda seu corpo. "Ele está naquele hotel em que funcionava a Minustah. Estão todos soterrados", afirmou Jobim, se referindo ao Hotel Cristopher, onde ficava a sede administrativa da missão, e que desabou com cerca de 200 pessoas dentro.

Jobim confirmou ainda quatro militares desaparecidos. Segundo o Comando do Exército, todos estavam no hotel Cristopher e foram identificados como João Eliseu Souza Zanin (coronel); Marcus Vinicius Macedo Cysneiros (tenente coronel); Francisco Adolfo Vianna Martins Filho (major); Márcio Guimarães Martins (major).

Jobim ressaltou, contudo, que falar em desaparecidos no momento é "eufemismo". "Evidente que nesse momento, a palavra desaparecido funciona como um eufemismo", declarou, segundo reportagem da Folha.

Os corpos deverão chegar ao Brasil no fim de semana, após passar por procedimentos da ONU, já que os militares cumpriam missão da organização. Segundo o Itamaraty, os corpos devem passar nesta sexta-feira pela necropsia, que facilitará futuros pedidos de indenização por parte das famílias.

Há cerca de 1.310 brasileiros no Haiti, dos quais cerca de 50 são civis. O Brasil possui 1.266 militares na missão de paz da ONU, Minustah (missão de estabilização da ONU liderada pelo Brasil), enviada ao país depois de uma sangrenta rebelião, em 2004, que sucedeu décadas de violência e pobreza.

Corpos

Na tarde desta quinta-feira, ao menos 1.500 corpos estavam empilhados dentro e fora do necrotério do hospital geral de Porto Príncipe, e caminhonetes continuam a ser usadas para transportar as vítimas do terremoto, o que indicava que o número poderia aumentar. "Não posso dizer quantos corpos serão trazidos para cá", disse o diretor do hospital, Guy LaRoche.

Ainda há muitos corpos que continuam nas ruas, a maioria coberta apenas por panos brancos sob um calor de 27ºC. Algumas pessoas enterravam seus parentes em covas rasas nas margens de uma estrada. Uma mulher foi amarrada a uma tábua e coberta com um lençol antes do enterro, enquanto fogueiras eram acesas para afastar moscas.

Outros tentaram enterrar seus parentes nas encostas, o que não foi recomendado pelos militares brasileiros --que lideram a missão de paz da ONU no país-- porque os corpos poderiam ficar expostos após a ocorrência de chuvas.

Com France Presse e Efe

Comentários dos leitores
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Gandin, escreveu:
" ... imagino que uma pessoa fale tanto mal do presidente, não deva nem jogar lixo na lixeira e, sim, em via pública da janela do importado dele. (risos).
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Vc é um daqueles que nem sabe o que fala ou escreve, então a gente precisa desenhar. Se vc nunca me viu, não sabe se sou mais magro ou mais gordo, como pode inventar uma asneira dessa para ter o que escrever? Isso é ser leviano, infantil.
sem opinião
avalie fechar
marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
Sr. Jose R. N. Filho. Gostei muito de seu testemunho e isso prova que há pessoas que sabem aproveitar os limões que a vida lhe oferecem e transforma-los em limonada. No caso das crianças haitianas houve muito desrespeito, pois o país, apesar de viver uma situação caótica, ainda tem suas leis e leis devem ser respeitadas.
No Brasil existem as leis que pegam e as que não pegam. Dentre as que pegaram está a Lei de Gerson, infeliz propaganda de cigarro feita por quem pela lógica deveria ser totalmente contra, por tratar-se de um atleta. Não podemos esquecer que o tabagismo, assim como o alcoolismo, são agentes causais da pressão alta. Como essa lei vale para todas as camadas socias, possivelmente existem milhares de mães pelo Brasil afora que se sentem orgulhosas quanto seus filhos fazem uso dela e se tornam cidadãos expressivos na sociedade, não por seus feitos positivos, mas por obterem prestígio e admiração justamente por serem espertos e aproveitadores.
Vejo como um fator positivo para o Haiti a sua proximidade com os EUA e seu grande mercado. Se se aproveitar o clima tropical para produzir frutas como o abacaxi e o mamão papaya que praticamente só é produzido no Hawai, o Haiti terá um importador garantido, e nestas duas culturas nós brasileiros somos experts. Pode-se aproveitar o clima da ilha para produzir cacau, abacate, seringais, uvas etc.
Cabe a agora aos paises com bom know-how agrícola se disporem a ajudar o Haiti, e só assim sairão desse estágio de atrazo.
sem opinião
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Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Para onde estão sendo levadas as crianças haitianas?
Para uma vida melhor, uma adoção justa?
Ou serão escravos de pessoas ditas boazinhas?
Acho q a UNICEF tem a obrigação de apurar.
7 opiniões
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