Mulher diz que diplomata morto no Haiti era "anjo que cumpriu sua missão"

O corpo do diplomata Luiz Carlos da Costa, chefe-adjunto civil da missão da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti --que morreu no tremor de magnitude 7 do último dia 12-- será velado até o fim da tarde desta quinta-feira, no Palácio do Itamaraty, no Rio. Ele será levado amanhã para Nova York, onde será enterrado no sábado (24).

No início da tarde de hoje, os esforços de Costa nas missões de paz da ONU foram lembrados por familiares e autoridades, em cerimônia realizada no velório.

A mulher do diplomata, Cristina da Costa, disse que Luiz Carlos da Costa era "um anjo", e não pertencia a este mundo. Para ela, o marido morreu depois de cumprir sua missão, que era de propagar a paz pelo mundo. "Agora, ele vai cumprir essa missão de paz lá em cima. Ele nunca se satisfazia, ele queria estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Agora ele está. E só peço a todos que continuem a missão dele aqui", afirmou.

A filha do diplomata, Anna Maria, destacou que a morte de Costa representa um novo começo, "o despertar de um novo dia". Emocionada, contou que a imagem do pai está ligada à busca pela paz. "Meu pai nos deu a paz. Só posso desejar a ele a paz que ele lutou para o mundo. Quando penso nele, penso na paz", frisou, aproveitando para agradecer às manifestações de solidariedade que a família vem recebendo. "Meu pai, com certeza, está sorrindo", acrescentou.

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) lembrou a carreira de Costa na ONU, onde ingressou em 1969 como mensageiro. Ele integrou missões de paz na Libéria e no Kosovo, e era o brasileiro número um na ONU. "Lembraremos com saudade, mas também com muito orgulho, de Luiz Carlos da Costa."

A subsecretária-geral do departamento de apoio logístico da ONU, a argentina Susana Malcorra disse que Costa vai se encontrar com o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em 2003 em atentado no Iraque, onde liderava missão de paz da ONU.