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21/01/2010 - 17h54

Familiares de militares mortos no Haiti recebem homenagem em Brasília

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Os familiares dos militares mortos no Haiti que receberam hoje os corpos dos generais, sargentos, coronéis e capitão vítimas do terremoto no país caribenho se emocionaram na cerimônia fúnebre realizada pelo governo brasileiro em memória deles, em Brasília. Todos receberam os cumprimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama, Marisa Letícia, bem como medalhas concedidas pelo Exército em memória dos militares mortos na tragédia.

Os caixões com os corpos dos militares foram entregues às famílias depois da cerimônia. Apenas o Tenente-Coronel Francisco Adolfo Vianna Martins Filho será enterrado em Brasília. Os demais serão levados para as cidades de origem pelos familiares.

Muito emocionada, a mulher do general-de-brigada João Eliseu Souza Zanin disse que guardará a lembrança do amor do militar por sua família e amigos. "Ele foi muito alegre para o Haiti. Às 16h47 do dia 12, foi a última vez que ele nos mandou um e-mail. Depois, não falei mais com ele. Deus veio aqui procurar a flor mais linda que tinha no jardim para levar", disse Celi França Zanin.

O tio do Capitão Bruno Ribeiro Mário, Geraldo Luiz Mário, disse que sobrinho cumpriu a sua missão ao integrar a força de paz das Nações Unidas no Haiti, Minustah. "As últimas palavras dele foram ditas à namorada na véspera do terremoto: missão cumprida. Ele estava realizado no último dia de serviço dele. Ele retornaria ao Brasil no dia 16 de janeiro", afirmou.

Mário disse ainda que o sobrinho, militar de carreira do Exército, exerceu com orgulho as funções no Haiti. "Eu o considero um herói. Fez o que mais gostava, ajudou quem necessitava. Uma tragédia maior o chamou e ele se foi", disse o tio de Bruno.

Homenagens

Para homenagear os mortos no terremoto, o presidente Lula convocou todos os ministros do governo federal --que seguiram juntos da Granja do Torto, onde estavam reunidos no primeiro encontro de Lula com o primeiro escalão do governo este ano --para a base aérea, local da cerimônia.

Ao lado de Lula, a primeira-dama confortou os familiares dos militares mortos no terremoto. Lula abraçou cada um dos parentes e, emocionado, deu as condolências. Os caixões dos militares foram colocados lado a lado, lacrados, com uma fotografia de cada militar na parte superior. Todos foram cobertos com a bandeira do Brasil.

"O soldado brasileiro nunca foi confundido com invasores estrangeiros. Muito pelo contrário, foi a sua mão amiga que criou a confiança mútua entre a Força de Paz das Nações Unidas e os justos anseios da sociedade haitiana", afirmou o presidente Lula.

Um dos caixões, do general-de-brigada Emílio Carlos Torres dos Santos, foi coberto também com a bandeira das Forças Especiais do Exército --na cor preta. A bandeira foi colocado a pedido de sua mulher, em homenagem ao militar.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. A Direção da Proteção Civil haitiana afirmou nesta terça-feira que o terremoto deixou 75 mil mortos, 250 mil feridos e um milhão de desabrigados. Nos seus balanços, o governo tem contabilizado os corpos que teriam sido enterrados.

Entre os brasileiros, 21 morreram, sendo 18 militares e três civis --a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa, e uma brasileira com dupla-cidadania europeia que não teve a identidade divulgada a pedido da família.

No total, o Haiti já teve pelo menos 50 tremores de magnitude 4,5 ou maior desde o grande tremor, do dia 12. Nenhum deles causou novos danos ou vítimas, mas houve alarme entre a população. Hoje, dois fortes tremores --um com magnitude 4,8, conforme medição do Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês)-- voltaram a assustar Porto Príncipe. Ontem (20), houve mais um forte reflexo do primeiro tremor, de magnitude 6,1.

Comentários dos leitores
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Gandin, escreveu:
" ... imagino que uma pessoa fale tanto mal do presidente, não deva nem jogar lixo na lixeira e, sim, em via pública da janela do importado dele. (risos).
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Vc é um daqueles que nem sabe o que fala ou escreve, então a gente precisa desenhar. Se vc nunca me viu, não sabe se sou mais magro ou mais gordo, como pode inventar uma asneira dessa para ter o que escrever? Isso é ser leviano, infantil.
sem opinião
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marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
Sr. Jose R. N. Filho. Gostei muito de seu testemunho e isso prova que há pessoas que sabem aproveitar os limões que a vida lhe oferecem e transforma-los em limonada. No caso das crianças haitianas houve muito desrespeito, pois o país, apesar de viver uma situação caótica, ainda tem suas leis e leis devem ser respeitadas.
No Brasil existem as leis que pegam e as que não pegam. Dentre as que pegaram está a Lei de Gerson, infeliz propaganda de cigarro feita por quem pela lógica deveria ser totalmente contra, por tratar-se de um atleta. Não podemos esquecer que o tabagismo, assim como o alcoolismo, são agentes causais da pressão alta. Como essa lei vale para todas as camadas socias, possivelmente existem milhares de mães pelo Brasil afora que se sentem orgulhosas quanto seus filhos fazem uso dela e se tornam cidadãos expressivos na sociedade, não por seus feitos positivos, mas por obterem prestígio e admiração justamente por serem espertos e aproveitadores.
Vejo como um fator positivo para o Haiti a sua proximidade com os EUA e seu grande mercado. Se se aproveitar o clima tropical para produzir frutas como o abacaxi e o mamão papaya que praticamente só é produzido no Hawai, o Haiti terá um importador garantido, e nestas duas culturas nós brasileiros somos experts. Pode-se aproveitar o clima da ilha para produzir cacau, abacate, seringais, uvas etc.
Cabe a agora aos paises com bom know-how agrícola se disporem a ajudar o Haiti, e só assim sairão desse estágio de atrazo.
sem opinião
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Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Para onde estão sendo levadas as crianças haitianas?
Para uma vida melhor, uma adoção justa?
Ou serão escravos de pessoas ditas boazinhas?
Acho q a UNICEF tem a obrigação de apurar.
7 opiniões
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