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Após saída do vice, ministra de Ambiente renuncia na Venezuela
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da France Presse, em Caracas (Venezuela)
da Folha Online
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, enfrenta nesta terça-feira dias perdas consideráveis em seu governo. Depois da renúncia, na noite desta segunda-feira, de seu vice e ministro da Defesa, Ramón Carrizález, a ministra de Ambiente (e mulher de Carrizález), Yubirí Ortega, também apresentou carta de renúncia.
Nenhum dos dois ministros revelou publicamente a causa da renúncia --Carrizález falou apenas em motivos pessoais, segundo informaram seus assessores em nota à imprensa.
De acordo com o texto oficial, a decisão foi tomada em meio "à onda de rumores dos últimos dias". "Sua saída não é causada por nenhuma discrepância em relação a decisões do governo e qualquer versão diferente é falsa e tendenciosa", diz a nota, tentando evitar mais rumores sobre a perda de apoio de Chávez na base governista.
As renúncias de Carrizález e Ortega acontecem depois da saída do primeiro titular do recém-criado Ministério da Energia Elétrica, Angel Rodríguez, a quem Chávez pediu para abandonar o cargo depois de quatro meses de sua nomeação em função de um fracassado plano de cortes programados no serviço de energia em Caracas, que durou pouco menos de 24 horas.
Atualmente, o cargo é ocupado por Alí Rodríguez, cujo posto anterior como ministro das Finanças foi assumido pelo titular do gabinete de Planejamento, Jorge Giordani, que permanece à frente de ambas as pastas.
Outra mudança recente no gabinete venezuelano aconteceu com a renúncia do ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Jesse Chacón, que saiu do Executivo depois que seu irmão se viu envolvido num escândalo bancário, que deu início à intervenção e o fechamento de várias instituições financeiras.
Carreira
Ortega, 57, já ocupou diversos cargos da administração de Chávez e, desde janeiro de 2007, chefiava o Ministério de Ambiente e Recursos Naturais da Venezuela.
Carrizález, 59, é coronel da reserva e também que ocupou diversos cargos no governo Chávez, entre eles os Ministérios da Infraestrutura e da Habitação. Era vice-presidente desde 2008 e ministro da Defesa desde março de 2009.
Há informações de que Carrazález teria discutido com um outro ministro, durante uma reunião, tendo sido desautorizado, em seguida, pelo presidente Hugo Chávez.
Durante sua gestão, o vice-presidente denunciou agressões por parte da Colômbia, país com que Caracas congelou suas relações em julho passado ante a alegada ameaça que representaria para o governo um acordo militar que permitirá às tropas americanas operarem de forma controlada em pelo menos sete bases colombianas.
Segundo o jornal "El Universal", de Caracas, o Ministério da Defesa seria ocupado pelo general Carlos Mata Figueira. Não se sabe, contudo, quem Chávez anunciará para futuro vice-presidente e ministro de Ambiente.
Protestos
As novas designações no gabinete de Chávez serão realizadas em meio a um ambiente de manifestações estudantis em solidariedade ao canal privado RCTV, crítica do governo e suspensa pelas operadoras de TV a cabo no país depois de não se submeter a uma lei que as obriga a difundir as mensagens presidenciais.
Os manifestos acabaram com a morte de um jovem de 15 anos, militante do movimento estudantil bolivariano, baleado em uma manifestação no Estado de Mérida, informou o ministro do Interior, Tareck El Aissami.
Em declarações à rede estatal Venezolana de Televisión (VTV), o ministro indicou que o estudante de ensino médio protestava junto a outros jovens quando "foram emboscados por desconhecidos".
O ministro afirmou que outra pessoa ficou ferida, mas está fora de perigo, e que foi aberta uma investigação para encontrar os responsáveis pelo assassinato.
Aissami informou ainda que nove policiais ficaram feridos em Mérida, dois deles por disparos de armas de fogo, e estão em um centro de saúde da cidade "em condições estáveis".
O líder estudantil opositor Roderick Navarro convocou seus companheiros e a sociedade em geral para se reunir a partir das 10h desta terça-feira (12h30 no horário de Brasília), no centro de Caracas para uma nova manifestação de repúdio à saída do ar da RCTVI.
Os estudantes partidários do governo também convocaram uma nova concentração em apoio à medida contra o canal privado.
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