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Justiça francesa absolve ex-premiê Villepin por caso Clearstream
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da Folha Online
A justiça francesa absolveu nesta quinta-feira o ex-premiê Dominique de Villepin, principal acusado no caso Clearstream de conspiração e manipulação política para sabotar a candidatura de Nicolas Sarkozy à Presidência em 2007.
O veredicto representa um golpe contra Sarkozy, que não fazia segredo sobre considerar Villepin um de seus maiores inimigos quando os dois faziam parte do governo do ex-presidente Jacques Chirac (1995-2007).
Yoan Valat/Efe |
Ex-premiê francês Dominique Villepin fala aos jornalistas após receber a notícia de sua absolvição no caso Clearstream |
Villepin, ex-premiê de Chirac, e outras quatro pessoas foram acusados de tramar um plano que consistia em levar à justiça uma lista falsa de personalidades com contas ocultas no Clearstream, organismo financeiro de Luxemburgo. Entre elas, estava Sarkozy, então ministro do Interior, que aparece com os nomes Stephane Bocsa e Paul de Nagy. O nome completo do francês é Nicolas Paul Stephane Sarkozy de Nagy-Bocsa.
Villepin era investigado por "cumplicidade em denúncias caluniosas, quebra de confiança, e por forjar e fazer falsas acusações" e podia pegar cinco anos de prisão, 375 mil euros de multa e dez anos de banimento político.
A decisão do tribunal correcional de Paris, que julga delitos penais, acaba assim com as incertezas que pesavam sobre o futuro político de Villepin --que aspira ser candidato à Presidência nas eleições de 2012. Ele trabalha atualmente como advogado e tem apoio na centro-direita e membros de seu influente círculo político que poderiam ameaçar uma possível candidatura à reeleição de Sarlozy.
Ele sempre negou as acusações e disse repetidamente que era vítima de uma vingança de Sarkozy, que ganhou a disputa presidencial com ampla margem em 2007. Villepin admitiu durante a investigação que sabia dos documentos, mas a corte não encontrou provas de que ele soubesse que eram falsos --o que impediu uma condenação na acusação que ele enfrentava.
Em compensação, o matemático Imad Lahud, acusado de falsificar essas listas, foi considerado culpado de cumplicidade em denúncia caluniosa e condenado a três anos de prisão.
O ex-vice-presidente da construtora aeronáutica europeia EADS e ex-conselheiro da Chancelaria francesa Jean Louis Gergorin, que enviou as listas à justiça francesa, foi considerado culpado por denúncia caluniosa e condenado a três anos de prisão.
O ex-auditor da empresa Arthur Andersen, Florian Bourges, foi declarado culpado por abuso de confiança e o jornalista Denis Robert, que no momento dos fatos trabalhava para o jornal "Liberation", foi absolvido.
Sarkozy, que ao explodir o escândalo no fim de 2006 havia prometido "pendurar o responsável num gancho de açougue", era um dos 41 autores civis do processo contra Villepin.
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