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05/02/2004 - 15h13

Bush defende guerra apesar da ausência de armas no Iraque

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da Folha Online

O presidente dos EUA, George W. Bush, reconheceu hoje que os EUA não acharam as armas de destruição em massa que eles "pensavam" estar no Iraque, mas defendeu a guerra como "a coisa certa" a fazer.

"Ainda não achamos os estoques de matéria-prima de armas que pensávamos estar lá", declarou Bush em um discurso no porto de Charleston, na Carolina do Sul, no mais claro reconhecimento de falhas na inteligência sobre as armas iraquianas antes da guerra.

Reuters - 22.ago.2003
O presidente dos EUA, George W. Bush
"Sabendo o que eu sabia então e sabendo o que sei hoje, os EUA fizeram a coisa certa no Iraque", declarou.

A declaração de Bush ocorreu logo após o diretor da CIA, George Tenet, defender o trabalho da agência de inteligência dos EUA, que erroneamente acusou o ex-ditador Saddam Hussein de manter estoques de armas químicas e biológicas e desenvolver um programa de armas nucleares.

Essas acusações foram a principal justificativa para os EUA iniciar a guerra no Iraque. Em seu discurso hoje em Washington, Tenet disse que "na área de inteligência, você nunca está completamente errado nem completamente certo" e que analistas americanos nunca declararam antes da guerra que o Iraque representava uma ameaça iminente.

Mas Bush e outras autoridades do governo afirmaram, na ocasião, que o Iraque representava uma ameaça.

Hoje, Bush afirmou que agiu corretamente. "Tínhamos uma escolha --ouvir a palavra de um louco ou agir para defender o povo americano. Diante dessa escolha, vou defender os EUA todas as vezes."

Procura

Tenet também afirmou que a procura por armas de destruição em massa continua e, "apesar de algumas declarações públicas, não estamos nem perto de 85% do trabalho realizado". A afirmação de Tenet contradiz as declarações de David Kay, ex-chefe da equipe de inspetores de armas americana no Iraque.

Há duas semanas, Kay renunciou de seu cargo e afirmou acreditar que os iraquianos não possuíam armas químicas, biológicas ou nucleares.

Kay declarou que enormes falhas da inteligência levaram ao erro de acreditar que o Iraque possuía essas armas, numa violação das sanções impostas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Fracasso

O fracasso dos inspetores em encontrar armas de destruição em massa no Iraque se tornou um tema político nos EUA, que realiza eleição presidencial em novembro.

Enquanto cresce o número de soldados mortos no Iraque, aumenta a dúvida sobre a justificativa usada pelos EUA para iniciar a invasão do país.

Congressistas republicanos apontam falhas de inteligência no Iraque e culpam Tenet, que foi originalmente nomeado pelo presidente Bill Clinton.

Democratas dizem que agências de inteligência deveriam ser apenas parcialmente culpadas e acusam a Casa Branca de divulgar inteligência que reforçava a necessidade de guerra e ignorar opiniões divergentes.

Com agências internacionais

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