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04/02/2010 - 15h35

Governo do Iraque quer retomar veto a ex-aliados de Saddam em eleição

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da Folha Online

O governo iraquiano considerou hoje inconstitucional uma decisão de um Comitê de Justiça e Transparência divulgada ontem (3) que liberou a participação de 500 candidatos acusados de vínculos com o antigo partido governista Baath, do ex-ditador Saddam Hussein (1979-2003), nas eleições legislativas marcadas para o mês que vem.

No total, mais de 6.500 candidatos participarão do pleito, no qual estará em disputa 325 cadeiras do Parlamento.

Por meio de um recurso apresentado pela Comissão de Justiça e Investigações do Iraque, órgão que procura evitar a incorporação política de partidários do antigo regime, a Comissão Eleitoral decidiu, em 15 de janeiro, tirar das listas 500 candidatos por seus supostos vínculos com o extinto partido Baath. Mas uma comissão de apelação rejeitou ontem essa resolução e adiou para depois das eleições uma decisão final sobre os possíveis vínculos com o Baath dos candidatos acusados que vierem a ser eleitos.

"O adiamento da resolução da comissão para depois das eleições é ilegal e inconstitucional", afirmou hoje o porta-voz do governo, Ali Dabbagh.

A maioria dos candidatos rechaçados inicialmente é das fileiras sunitas. País de maioria xiita, o Iraque está tentando superar o passado herdado de Saddam, e seus dirigentes acusaram antigos membros do partido Baath de alguns atentados terroristas dos últimos meses.

O premiê iraquiano, Nouri al Maliki, tinha convocado para hoje uma reunião do Parlamento, mas a sessão foi postergada para o próximo domingo (7). O debate espalha dúvidas sobre as eleições parlamentares, a segunda desde a queda de Saddam. Nas eleições anteriores, 2005, não houve participação da maioria dos grupos sunitas.

"A decisão de permitir [a participação eleitoral] a centenas de excluídos por suas conexões com o antigo regime foi bem recebida nas ruas, mas despertou rejeição e ressentimento em outros", disse à agência Efe o analista político sunita Dawoud Salem. Já Amar al Hakim, líder do principal Conselho Supremo Islâmico Iraquiano, o principal partido xiita, afirmou que a decisão do comitê de apelações "é ilógica e pode complicar a situação no país".

O diretor-executivo do órgão que excluiu os candidatos, Ali al Lami, descreveu a decisão do comitê de apelações como inconstitucional e como uma violação da lei eleitoral. Além disso, Lami acusou a embaixada dos EUA em Bagdá de interferir nos assuntos internos do país e pediu "o fim da intervenção americana nos assuntos do Iraque", insistiu. A possibilidade de que os candidatos acusados possam concorrer no pleito foi igualmente criticada pelo clérigo radical xiita Moqtada al Sadr.

"Esta decisão pode ser um estigma que ficará gravado na testa do Governo iraquiano", disse al Sadr.

 

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