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08/02/2004
-
10h13
da Folha Online
da France Presse, em Londres
O ex-dirigente dos inspetores da Organização das Nações Unidas Hans Blix disse neste domingo que o governo do primeiro-ministro Tony Blair "dramatizou como os vendedores de mercadoria" ao afirmar, em um polêmico informe publicado em 2002, que o Iraque tinha a capacidade de fazer uso de armas de destruição em massa em 45 minutos.
"O informe britânico de setembro de 2002 estabelecia que 'algumas armas poderiam estar prontas para serem utilizadas em menos de 45 minutos'", afirmou Blix.
"Sim, mas quais? E o que significa 'prontas'? Poderia se tratar de um frasco de antraz pronto para ser atirado em cima de alguém?", perguntou Blix.
"O informe pode ser interpretado de várias maneiras, mas a intenção era dramatizar, como os vendedores de alguma mercadoria tentam aumentar ou exagerar a importância de seus produtos", disse o ex-diplomata sueco. "Acho que se espera mais dos políticos e dirigentes ocidentais."
Blix fez estas declarações no mesmo dia em que o jornal "Independent on Sunday" afirmou que a fonte que evocou os 45 minutos havia deixado o Iraque há vários anos, obtendo a informação de segunda mão.
Renúncia
Uma pesquisa publicada sábado pelo jornal britânico "The Independent" mostra que a maioria dos britânicos querem a renúncia de Blair por sua posição em relação às supostas armas de destruição em massa do Iraque.
Para 54% dos entrevistados, Blair mentiu sobre a real ameaça do Iraque, e 51% acreditam que é hora de o premiê renunciar ao cargo. Foram entrevistadas 1.003 pessoas, por telefone, entre quarta e quinta-feira passadas. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Após Bush abrir investigação sobre os possíveis erros de informação do suposto arsenal do Iraque, Blair decidiu fazer o mesmo.
Na semana passada, o relatório do juiz Brian Hutton eximiu o governo britânico de qualquer relação com o caso e isentou Blair de culpa por erros de informação antecedendo a Guerra do Iraque.
Nos EUA
No sábado, o secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, fez uma defesa entusiasmada das operações no Afeganistão e no Iraque e disse ser "crucial que os esforços americanos dêem frutos". As declarações foram feitas durante discurso na abertura da Conferência Internacional de Segurança, em Munique.
"A Coréia ganhou, mas isso custou várias vidas. Valeu a pena? Desde o início. O mundo é hoje um lugar mais seguro porque a coalizão libertou 50 milhões de pessoas, 25 milhões no Afeganistão e 25 milhões no Iraque", disse.
O secretário de Defesa norte-americano afirmou que os frutos dos esforços de pacificação e democratização destes dois países "vão repercutir" positivamente em todo Oriente Médio, como aconteceu na Europa em 1945, depois da libertação da Alemanha nazista.
Na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse que não tinha de pedir desculpas pelas declarações sobre o Iraque feitas no ano passado na ONU apesar de não terem sido encontradas armas de destruição em massa.
Questionado por um jornalista se ele tinha algum pedido de desculpas a fazer por suas declarações, Powell disse que sua decisão de declarar a guerra foi "totalmente justificada".
Apesar disso, o presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou na sexta a criação de uma comissão para examinar a divergência entre as informações da inteligência sobre as supostas armas de destruição em massa no Iraque e o que foi encontrado no país após a invasão.
Ex-inspetor acusa Blair de "dramatizar" sobre armas do Iraque
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da France Presse, em Londres
O ex-dirigente dos inspetores da Organização das Nações Unidas Hans Blix disse neste domingo que o governo do primeiro-ministro Tony Blair "dramatizou como os vendedores de mercadoria" ao afirmar, em um polêmico informe publicado em 2002, que o Iraque tinha a capacidade de fazer uso de armas de destruição em massa em 45 minutos.
Shawn Baldwin/AP |
Hans Blix, ex-dirigente dos inspetores da ONU |
"Sim, mas quais? E o que significa 'prontas'? Poderia se tratar de um frasco de antraz pronto para ser atirado em cima de alguém?", perguntou Blix.
"O informe pode ser interpretado de várias maneiras, mas a intenção era dramatizar, como os vendedores de alguma mercadoria tentam aumentar ou exagerar a importância de seus produtos", disse o ex-diplomata sueco. "Acho que se espera mais dos políticos e dirigentes ocidentais."
Blix fez estas declarações no mesmo dia em que o jornal "Independent on Sunday" afirmou que a fonte que evocou os 45 minutos havia deixado o Iraque há vários anos, obtendo a informação de segunda mão.
Renúncia
Uma pesquisa publicada sábado pelo jornal britânico "The Independent" mostra que a maioria dos britânicos querem a renúncia de Blair por sua posição em relação às supostas armas de destruição em massa do Iraque.
Para 54% dos entrevistados, Blair mentiu sobre a real ameaça do Iraque, e 51% acreditam que é hora de o premiê renunciar ao cargo. Foram entrevistadas 1.003 pessoas, por telefone, entre quarta e quinta-feira passadas. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Após Bush abrir investigação sobre os possíveis erros de informação do suposto arsenal do Iraque, Blair decidiu fazer o mesmo.
Na semana passada, o relatório do juiz Brian Hutton eximiu o governo britânico de qualquer relação com o caso e isentou Blair de culpa por erros de informação antecedendo a Guerra do Iraque.
Nos EUA
No sábado, o secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, fez uma defesa entusiasmada das operações no Afeganistão e no Iraque e disse ser "crucial que os esforços americanos dêem frutos". As declarações foram feitas durante discurso na abertura da Conferência Internacional de Segurança, em Munique.
"A Coréia ganhou, mas isso custou várias vidas. Valeu a pena? Desde o início. O mundo é hoje um lugar mais seguro porque a coalizão libertou 50 milhões de pessoas, 25 milhões no Afeganistão e 25 milhões no Iraque", disse.
O secretário de Defesa norte-americano afirmou que os frutos dos esforços de pacificação e democratização destes dois países "vão repercutir" positivamente em todo Oriente Médio, como aconteceu na Europa em 1945, depois da libertação da Alemanha nazista.
Na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse que não tinha de pedir desculpas pelas declarações sobre o Iraque feitas no ano passado na ONU apesar de não terem sido encontradas armas de destruição em massa.
Questionado por um jornalista se ele tinha algum pedido de desculpas a fazer por suas declarações, Powell disse que sua decisão de declarar a guerra foi "totalmente justificada".
Apesar disso, o presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou na sexta a criação de uma comissão para examinar a divergência entre as informações da inteligência sobre as supostas armas de destruição em massa no Iraque e o que foi encontrado no país após a invasão.
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