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05/02/2010 - 16h01

Ataques contra xiitas matam ao menos 27 no Iraque e 25 no Paquistão

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da Folha Online

Ataques a bomba contra muçulmanos xiitas mataram nesta sexta-feira ao menos 27 pessoas na cidade sagrada xiita de Kerbala, no Iraque, e outras 25 em dois atentados em Karachi, no Paquistão. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques, que ocorrem no dia de importante feriado religioso xiita.

No Iraque, ao menos 27 pessoas morreram e outras 75 ficaram feridas na explosão de dois carros-bomba na estrada que une a Província de Babel à cidade de Kerbala, cerca de 100 km ao sul de Bagdá.

Mushtaq Muhammed/Reuters
Soldados iraquianos inspecionam danos causados pela explosão de uma bomba na cidade sagrada xiita de Kerbala, Iraque
Soldados iraquianos inspecionam danos causados pela explosão de uma bomba na cidade sagrada xiita de Kerbala, Iraque

A estrada estava cheia de milhares de peregrinos xiitas que foram à cidade para celebrar o Arbain, festa que marca o fim dos 40 dias de luto pela morte do imame Hussein, morto em uma batalha no ano 680 em episódio que simboliza a cisão do Islã.

O número de mortos, contudo, deve aumentar. A agência de notícias Associated Press, que cita autoridades locais, já fala em 40 mortos e 154 feridos.

As explosões ocorreram na zona de Qantara al Salam, nos arredores de Kerbala. Fontes locais dizem que os dois carros-bomba estavam na estrada pela qual milhares de fiéis xiitas passam na peregrinação à cidade santa, a 110 quilômetros da capital, Bagdá.

É em Kerbala que os xiitas celebram o Arbain, festa que marca o fim dos 40 dias de luto pela morte do imame Hussein, neto do grande profeta Maomé, morto em uma batalha em Kerbala no ano 680.

O ataque ocorreu no último e mais importante dia do Arbain e foi o terceiro grande atentado contra os peregrinos xiitas em apenas uma semana. Na segunda-feira (1º), mais de 40 foram mortos nos arredores da capital quando iniciavam a peregrinação. Na quarta-feira (3), ao menos 20 xiitas morreram quando chegavam a Kerbala. Os ataques ocorreram mesmo com o reforço na segurança por militares e policiais.

O governador da Província, Amal Eddin Al Her, acusou a rede terrorista Al Qaeda pelo ataque. Ele disse ainda que os militantes teriam agido com ajuda de integrantes do Partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein e pertencente à maioria sunita.

Banidos sob o regime de Saddam, Arbain e outros ritos religiosos xiitas atraem milhares não apenas do Iraque, mas de países vizinhos, desde que o ditador foi derrubado na invasão americana de 2003.

De maneira geral, a violência no Iraque caiu significativamente. As aglomerações de xiitas, contudo, continuam alvo da violência de militantes islâmicos sunitas. Mais de um milhão de peregrinos do mundo inteiro comemoram nesta sexta-feira, em Kerbala, o aniversário da morte do imame Hussein, figura importante do xiismo, morto em uma batalha que viria simbolizar o cisma do Islã.

Paquistão

Também nesta sexta-feira, dois ataques a bomba aparentemente coordenados mataram ao menos 25 pessoas em Karachi, capital financeira do Paquistão. a primeira bomba explodiu perto de um ônibus que levava xiitas para uma celebração religiosa, matando 12 pessoas e ferindo outras 49. A segunda detonou no hospital onde os feridos estavam sendo tratados e matou mais 13 pessoas, além de deixar mais 50 feridos.

Rehan Khan/Efe
Membro das forças de segurança paquistanesas avalia os restos de ônibus com xiitas atingido por bomba em Karachi
Membro das forças de segurança paquistanesas avalia os restos de ônibus com xiitas atingido por bomba em Karachi

A primeira bomba estava acoplada em uma motocicleta na rota pela qual o ônibus passava rumo à procissão Arbaeen. Segundo as autoridades locais, a maioria dos passageiros era mulheres e crianças.

A segunda explosão ocorreu em frente à entrada do atendimento de emergência do Hospital Jinnah, que estava cheio de vítimas do primeiro ataque.

A explosão causou o caos no hospital já sobrecarregado de pacientes. Um homem segura uma criança acima de sua cabeça, tentando passar pela multidão e conseguir atendimento. Outra vítima com um ferimento no peito estava em uma maca chorando e pedindo por ajuda.

Shakil Adil/AP
Pessoas observam danos causados por explosão na porta de hospital no Paquistão; ao todo 25 morreram em ataques
Pessoas observam danos causados por explosão na porta de hospital no Paquistão; ao todo 25 morreram em ataques

O membro do esquadrão antibombas Munir Sheikh, citado pela Associated Press, disse que uma terceira bomba foi encontrada no estacionamento do hospital.

As explosões em Karachi são o mais recente sinal da instabilidade causada pela violência no Paquistão, uma nação nuclear que os Estados Unidos veem como essencial para o combate ao grupo islâmico Taleban, no vizinho Afeganistão.

O primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani, pediu para que os xiitas, minoria de 30% da população, mantenham a calma na cidade. Em dezembro, a morte de mais de 40 xiitas em um atentado suicida causou protestos violentos e distúrbios.

Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, mas o Paquistão é cenário de muitos grupos radicais da maioria sunita, com um histórico de ataques a xiitas.

Com agências internacionais

 

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