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05/02/2010 - 18h46

Bill Clinton pede que reconstrução do Haiti seja com economia própria

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da Folha Online

O enviado especial da ONU para o Haiti, Bill Clinton, defendeu hoje todos os esforços encaminhados para uma reconstrução que permita ao Haiti ter sua própria economia.

Na opinião dele, é preciso "organizar o trabalho de modo que, independentemente do que aconteça no futuro, o Haiti seja um país com a própria economia, ao qual eu voltarei como turista", disse Clinton em declarações aos jornalistas depois de se reunir em Porto Príncipe com o presidente haitiano, René Préval, e com o primeiro-ministro, Jean-Max Bellerive.

"O que vou tentar fazer é preencher as lacunas no trabalho da comunidade internacional", afirmou o ex-presidente americano (1993-2001) e marido da secretária de Estado, Hillary Clinton, ao defender que as tarefas se desenvolvam com pensamento no futuro da nação caribenha, a mais pobre da América.

Ao falar das ações mais imediatas que empreenderá, Clinton declarou que um dos objetivos é tentar conseguir mais fundos para o programa Comida por Trabalho, da ONU (Organização das Nações Unidas). Este projeto, que deu emprego para mais de 30 mil pessoas, paga um salário diário de US$ 5 aos haitianos que trabalham nas tarefas de remoção de escombros e reparação da infraestrutura pública.

Enviado da ONU para o Haiti, Clinton disse esperar que 27 mil tendas de campanha cheguem ao país nos próximos dias, bem como cem caminhonetes que vão melhorar a distribuição da ajuda. "Estive em desastres deste tipo em todo o mundo e este é um dos piores que vi", disse Clinton, que visita o Haiti pela segunda vez desde o terremoto, embora esta seja a primeira ocasião em que o faz desde que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o encarregou de coordenar a ajuda.

Préval demonstrou satisfação com a visita de Clinton, com quem manteve "uma boa conversa" sobre a situação do país, e acrescentou que ambos são conscientes de que "a reconstrução não vai ser fácil".

Americanos

Em relação aos dez cidadãos americanos que estão presos na capital Porto Príncipe desde a semana passada, Clinton afirmou não ter "o poder para libertá-los". "Sei que o Departamento de Estado e o governo realizaram discussões sobre este assunto", afirmou.

Mais cedo, Hillary Clinton disse que os EUA estão fornecendo serviços consulares ao grupo, porém que o processo judicial está em mãos de "uma nação soberana". "Obviamente, é um assunto do sistema Judiciário haitiano", insistiu.

O grupo de americanos --cinco homens e cinco mulheres-- integra a organização de caridade New Life Children's Refuge, ligada à Igreja Batista. Eles tentavam atravessar a fronteira entre o Haiti e a República Dominicana em um ônibus, com 33 crianças haitianas com idades entre dois meses e 12 anos quando foram presos por não terem documentos.

Dois dias depois da prisão, a líder Laura Silsby disse à agência de notícias Associated Press que as crianças eram órfãs e que seriam levadas para um hotel da área de Cabarete, na costa da República Dominicana. O hotel, de 45 quartos, seria, posteriormente, transformado em um orfanato, ainda conforme a missionária. "Nós só queríamos ajudar as crianças. Nós pedimos ao tribunal não só a nossa libertação mas também que possamos continuar ajudando", disse Silsby, ontem, durante uma pausa na audiência judicial.

No entanto, após a prisão dos americanos, as autoridades haitianas descobriram que várias das crianças tinham pais vivos e até sabiam os telefones deles. Desesperados, os pais dizem que entregaram os filhos para o grupo de boa vontade, confiando nos americanos que teriam prometido levá-los para uma vida melhor. As histórias contradizem as afirmações da líder do grupo de batistas, segundo quem as crianças foram tiradas de orfanatos ou foram entregues por parentes distantes.

O advogado haitiano dos americanos, Edwin Coq, afirmou que nenhum deles sabia que era ilegal tirar as crianças do país sem documentos, à exceção de Silsby. "Farei tudo o que puder para libertar os nove. Eles foram ingênuos. Eles não tinham ideia do que estava acontecendo e de que precisavam de documentos oficiais para cruzar a fronteira. Mas Silsby sabia", disse.

Com Efe e France Presse

 

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