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08/02/2010 - 09h06

Reino Unido diz estar preocupado com enriquecimento de urânio do Irã

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da Efe, em Londres (Reino Unido)
da Folha Online

O Reino Unido expressou nesta segunda-feira sua grande preocupação com o anúncio do Irã de que começará a enriquecer urânio a 20%, uma decisão que viola as resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas), vai contra acordo nuclear debatido com potências ocidentais e aumenta temores de que Teerã mantenha programa secreto de fabricação de armas.

O Ministério de Relações Exteriores britânico afirmou que a decisão iraniana representa uma "violação deliberada" das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

As informações procedentes do Irã sobre o enriquecimento de urânio "são claramente um assunto de séria preocupação", assinalou uma porta-voz à agência de notícias Efe.

O Reino Unido, ainda segundo a porta-voz, deve avaliar o tema junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Reino Unido, Alemanha, França, EUA, Rússia e China.

Não só o Reino Unido como os EUA, Israel, França e Alemanha acusam o regime iraniano de esconder, sob seu esforço atômico civil, um projeto de natureza clandestina e aplicações bélicas, cujo objetivo seria a aquisição de um arsenal nuclear, uma alegação que o Irã rejeita.

Em um discurso dúbio, o Irã negou nesta segunda-feira que a decisão de começar a enriquecer urânio a 20% em seu próprio território feche a porta para o acordo com as potências ocidentais para o envio de urânio a 3,5% para enriquecimento em solo estrangeiro.

"Nossa proposta continua vigente e estamos dispostos a receber o combustível, e quando o recebermos cessaremos o enriquecimento a 20%", declarou Ali Akbar Salehi, diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA).

Segundo Salehi, Irã já enviou uma carta a este respeito à AIEA na qual assegura que o projeto se iniciará "na presença dos inspetores internacionais" na central de Natanz, onde o Irã supostamente tem cerca de 7.000 centrífugas.

Na véspera, Salehi anunciou que o Irã começaria a produzir urânio enriquecido a 20% na usina de Natanz, centro do Irã, a partir de terça-feira (9).

A decisão de iniciar a produção de urânio altamente enriquecido foi anunciada também no domingo pelo presidente, Mahmoud Ahmadinejad. O próprio presidente afirmou que a decisão não significa que tenha sido desprezada a opção do diálogo.

Acordo

Segundo a proposta da AIEA e das potências, o Irã, que nega a intenção de desenvolver armas atômicas, enviaria 70% de seu estoque de urânio a 3,5% para ser reprocessado no exterior, e em troca receberia combustível a 20% para um reator de pesquisas médicas --bem abaixo dos 90% necessários para fabricação de armas.

O Irã havia ignorado o prazo dado para uma resposta, até 23 de outubro. Pouco depois, enviou uma contraproposta impondo o envio em etapas de urânio, para que não corresse o risco de ficar sem nenhum estoque.

Em seguida, os líderes iranianos passaram semanas fazendo duras declarações sobre a soberania do programa nuclear iraniano e negando qualquer acordo.

Os EUA ameaçaram impor novas sanções contra o Irã, em particular às empresas que vendam gasolina, algo que conta com o apoio de países como Reino Unido, França e Alemanha. No entanto, nações como a China consideram que o diálogo com Teerã deve continuar, tendo como objetivo conseguir uma solução global.

 

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