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08/02/2010 - 09h28

"Tea Party" abraça Sarah Palin como símbolo

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ANDREA MURTA
enviada especial da Folha de S. Paulo a Nashville (EUA)

De pé, a plateia cantava "concorra, Sarah, concorra". No último dia da convenção nacional do movimento popular conservador americano "Tea Party", o salão lotado vibrou com o esforço da ex-candidata a vice-presidente republicana Sarah Palin de retornar como candidata viável no cenário nacional, o que ela fez com um discurso que misturou ataques ao presidente Barack Obama e fórmulas vagas para a defesa do país.

O jantar de encerramento da convenção, neste sábado em Nashville, marcou a primeira grande apresentação política de Palin, após a derrota de sua chapa na eleição de 2008.

"A América está pronta para a próxima revolução", disse Palin, em endosso à proposta do movimento de "expurgar" progressistas e moderados de Washington nas eleições legislativas de novembro. "O "Tea Party" está deixando os partidos [Democrata e Republicano] apavorados. Republicanos seriam espertos se o absorvessem tanto quanto possível."

As maiores TVs do país transmitiram o discurso ao vivo, enquanto mais de cem jornais, sites e rádios americanos e internacionais se amontoavam para reportar a ocasião.

Boa parte da fala foi centrada em política externa e defesa, pontos em que Palin recebeu as maiores críticas por despreparo quando concorreu à Vice-Presidência. "Nossos soldados são uma força do bem pelo mundo afora, e não há nada pelo que se desculpar", afirmou.

Ela falou de Irã ("é hora de sanções") e da tentativa de ataque frustrado em um voo americano no Natal. "Ficou claro que o sistema não está funcionando. Precisamos de um comandante em chefe, não de um professor de direito."

Também bateu nos pacotes de estímulo econômico aprovados por Obama e no deficit iniciado no governo George W. Bush (2001-2009). "Washington substituiu a irresponsabilidade privada pela irresponsabilidade pública."

Reações

Apesar do discurso mais sofisticado do que os de antigas falas de campanha, Palin manteve o tom populista com soluções pouco claras.

Ao falar de segurança nacional, disse que seu plano para "os terroristas" é simples: "Nós vencemos, eles perdem". Ao enumerar suas prioridades se fosse presidente, citou "revitalizar o espírito americano".

Ainda escorregou ao dizer que o mundo vê o Estado que governou até o ano passado, o Alasca --em vez dos EUA-- como símbolo de esperança.

"Ninguém deveria levar a sério conselhos de segurança de uma pessoa que disse ao mundo em 2008 que suas qualificações na área eram baseadas no fato de que ela podia ver a Rússia a partir de seu Estado", rebateu o porta-voz democrata Brad Woodhouse, mencionando uma das mais famosas gafes de Palin na corrida eleitoral.

Para os ativistas do "Tea Party", porém, a fala foi "inspiradora". "Ela nos instiga a trabalhar pela causa", disse Donna Fike, 72. "É real e sincera."

Fike diz que adoraria se Palin concorresse à Presidência, mas crê que ela vai preferir um papel secundário --opinião difundida entre os presentes.

A convenção foi organizada em tentativa de transformar o ativismo apaixonado do "Tea Party" em ação política de impacto real. Segundo os organizadores, 600 pessoas pagaram até US$ 549 para participar --número que inchou para 1.100 com a venda de ingressos a US$ 349 apenas para o banquete em que Palin discursou.

 

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