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17/02/2004
-
18h07
da France Presse, em Najaf (Iraque)
Os xiitas iraquianos reagiram com indignação hoje à ameaça de veto feita ontem pelo administrador americano no Iraque, Paul Bremer, caso o Conselho de Governo transitório do país decida fazer do islamismo a principal fonte da legislação do país.
"O islamismo é a fonte da lei e isto é normal em um país de maioria muçulmana", declarou o xeque Abdel Mahdi al Karbalai, representante do aiatolá Ali Sistani na cidade santa de Kerbala, 110 km ao sul de Bagdá.
"O povo iraquiano é o único que pode vetar a legislação. Ninguém tem o direito de intervir na Constituição", acrescentou.
Durante uma visita a Karbala (centro do Iraque) ontem, Bremer afirmou que não aceitará nenhuma lei fundamental que tenha o islamismo com sua principal fonte, como desejam alguns membros do Conselho de Governo.
"Somente o povo iraquiano pode decidir as linhas desta Constituição e as fontes legais nas quais ela será inspirada. A Marjaiya (Autoridade Religiosa Xiita) insiste para que a Constituição seja estabelecida por uma comissão eleita pelo povo iraquiano", afirmou Karbalai.
Veto
Bremer disse que o anteprojeto de Constituição que será aprovado antes de 28 de fevereiro e permanecerá em vigor por 18 meses, até as eleições do Executivo, afirma que o Islã é a religião oficial do Estado iraquiano e uma das fontes da lei, o que não é a mesma coisa que dizer que é a principal fonte.
Ao ser questionado sobre o que pretende fazer se os dirigentes iraquianos mantiverem sua postura, respondeu: "Nesse caso, utilizarei meu direito de veto porque nossa posição é clara. Não haverá lei fundamental se eu não a assinar".
"Hoje o poder pertence ao povo e isso significa que não somos obrigados a aceitar conceitos importados do exterior, a milhares de quilômetros daqui", declarou o xeque Sadreddin al Kubbanji, representante do Conselho Supremo da Revolução Islâmica no Iraque (CSRII) na cidade santa de Najaf, 160 km ao sul de Bagdá.
"Penso que se ele tentar impor uma visão diferente do que deseja a população iraquiana, criará uma crise e nenhuma das partes quer que isso aconteça", acrescentou.
Especial
Leia mais sobre o Iraque ocupado
Xiitas criticam declaração de Bremer sobre Constituição iraquiana
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Os xiitas iraquianos reagiram com indignação hoje à ameaça de veto feita ontem pelo administrador americano no Iraque, Paul Bremer, caso o Conselho de Governo transitório do país decida fazer do islamismo a principal fonte da legislação do país.
"O islamismo é a fonte da lei e isto é normal em um país de maioria muçulmana", declarou o xeque Abdel Mahdi al Karbalai, representante do aiatolá Ali Sistani na cidade santa de Kerbala, 110 km ao sul de Bagdá.
"O povo iraquiano é o único que pode vetar a legislação. Ninguém tem o direito de intervir na Constituição", acrescentou.
Durante uma visita a Karbala (centro do Iraque) ontem, Bremer afirmou que não aceitará nenhuma lei fundamental que tenha o islamismo com sua principal fonte, como desejam alguns membros do Conselho de Governo.
"Somente o povo iraquiano pode decidir as linhas desta Constituição e as fontes legais nas quais ela será inspirada. A Marjaiya (Autoridade Religiosa Xiita) insiste para que a Constituição seja estabelecida por uma comissão eleita pelo povo iraquiano", afirmou Karbalai.
Veto
Bremer disse que o anteprojeto de Constituição que será aprovado antes de 28 de fevereiro e permanecerá em vigor por 18 meses, até as eleições do Executivo, afirma que o Islã é a religião oficial do Estado iraquiano e uma das fontes da lei, o que não é a mesma coisa que dizer que é a principal fonte.
Ao ser questionado sobre o que pretende fazer se os dirigentes iraquianos mantiverem sua postura, respondeu: "Nesse caso, utilizarei meu direito de veto porque nossa posição é clara. Não haverá lei fundamental se eu não a assinar".
"Hoje o poder pertence ao povo e isso significa que não somos obrigados a aceitar conceitos importados do exterior, a milhares de quilômetros daqui", declarou o xeque Sadreddin al Kubbanji, representante do Conselho Supremo da Revolução Islâmica no Iraque (CSRII) na cidade santa de Najaf, 160 km ao sul de Bagdá.
"Penso que se ele tentar impor uma visão diferente do que deseja a população iraquiana, criará uma crise e nenhuma das partes quer que isso aconteça", acrescentou.
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