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20/02/2010 - 10h35

Relatório de agência nuclear respalda sanções contra Irã, dizem EUA

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da France Presse, em Washington (EUA)
da Folha Online

O governo dos Estados Unidos destacou na noite desta sexta-feira que o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, órgão da ONU), que afirma que os iranianos pretendem fabricar a bomba atômica, respalda o desejo de Washington de endurecer as sanções contra o Irã.

"O relatório destaca os assuntos e inquietações que temos sobre as atividades nucleares do Irã", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley.

"Se o Irã seguir no atual caminho, não iniciar um diálogo de maneira construtiva e não responder as perguntas feitas pelos Estados Unidos e a comunidade internacional, então enfrentará pressões cada vez maiores, entre elas um endurecimento das sanções", completou o porta-voz.

Os EUA lideram uma campanha por uma quarta rodada de sanções contra o Irã desde o anúncio de Teerã de que quer produzir urânio enriquecido a 20% para seu reator e construir mais dez usinas nucleares em apenas um ano. O urânio altamente enriquecido é suficiente para produzir isótopos médicos, mas pouco para os 90% necessários para uma bomba.

Para que uma nova rodada de sanções seja aprovada no Conselho de Segurança da ONU, os EUA têm que conseguir nove dos 15 votos do Conselho de Segurança e nenhum veto dos cinco membros permanentes --os próprios EUA, Reino Unido, França e as reticentes China e Rússia (que começa a dar sinas de abertura para a proposta).

Ogiva

O informe confidencial da AIEA indica que o Irã já produziu seu primeiro lote de urânio enriquecido a 20% e pode estar tentando obter armas nucleares. Foi a primeira vez que a agência admitiu essa possibilidade.

O Irã, a despeito das acusações das potências mundiais, afirma que seu programa nuclear tem fins civis.

A AIEA há anos investiga relatos de governos ocidentais indicando que o Irã tem esforços coordenados para processar urânio, testar explosivos em alta altitude e adaptar o cone de um míssil balístico para que possa receber ogivas nucleares. Em 2007, no entanto, os EUA avaliaram que o Irã havia abandonado tais atividades em 2003 e, provavelmente, não as retomaria.

Importantes aliados ocidentais, porém, acham que o Irã manteve o programa --e o relatório da AIEA representa um inédito aval independente a essa teoria.

"A informação disponível para a agência é extensa [...], amplamente consistente e crível em termos de detalhes técnicos, do cronograma em que as atividades são conduzidas e das pessoas e organizações envolvidas", afirma a AIEA. "Tudo isso desperta preocupações sobre a possível existência no Irã de atividades não reveladas, passadas ou atuais, relacionadas ao desenvolvimento de uma carga nuclear para um míssil."

Com termos excepcionalmente duros, foi o primeiro relatório da AIEA sobre o Irã desde a posse do novo diretor geral da instituição, Yukiya Amano, que é considerado mais inclinado a confrontar o Irã do que seu antecessor, Mohamed ElBaradei.

O relatório, que será avaliado em um encontro entre os próximos dias 1º e 5 de março pelos 35 países que formam a direção da AIEA, apontou que, com o passar do tempo, fica mais difícil obter informações sobre o programa nuclear iraniano, e que, portanto, é essencial que Teerã coopere "sem mais delongas" com os investigadores da agência.

 

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