Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/02/2010 - 15h45

Brasileiros enfrentam dificuldades para sair do Chile

Publicidade

da Folha Online

Os brasileiros estão passando por dificuldades para sair do Chile depois do terremoto que atingiu o país na madrugada de sábado. O aeroporto de Santiago está fechado desde o tremor e não há previsão para a volta do funcionamento.

"Estou querendo voltar ao Brasil, mas não recebemos nenhuma previsão de quando o aeroporto internacional vai estar liberado. Entramos em contato com a companhia aérea, mas eles estão remarcando as reservas somente para depois do dia 8 de março. Antes dessa data não tem nenhuma previsão de mudança de passagens", afirmou pela internet o estudante de psicologia Thomas Gomes Gonçalves, 23.

O estudante viajou ao Chile no dia 20 e iria voltar para Porto Alegre, onde mora, na manhã de ontem. Ele diz que a agência de viagem mandou que ele voltasse por conta própria. No sábado, ele foi até a embaixada em Santiago, mas ela estava fechada.

O embaixador do Brasil no Chile, Mário Vilalva, afirmou neste domingo que o trabalho da embaixada tem sido basicamente de pedir paciência aos brasileiros. Segundo o embaixador, os brasileiros não devem sair das casas e hotéis onde estão.

"O melhor é esperar um ou dois dias e ver o se o aeroporto voltar a funcionar", diz o embaixador. A embaixada recomenda que os turistas procurem as companhias aéreas. Vilalva afirma ainda que não é uma boa opção voltar por terra pela estrada que liga o Chile à Argentina.

O mais antigo dos dois prédios da embaixada em Santiago sofreu alguns danos durante o terremoto. Mas, os funcionários já estão atendendo normalmente os brasileiros a procura de informações, segundo ele. O atendimento também é feito por telefone. Mais de 200 pessoas já procuraram a embaixada.

Vilalva afirma também que não irá pedir para a FAB (Força Aérea Brasileira) que envie mais um avião para buscar brasileiros no país. "Nesse caso, não se justifica um avião da FAB, que estaria buscando, no fundo, um grupo de turistas. Não há brasileiros em condições graves", explica.

Neste domingo, um avião da FAB pousou em Brasília como 12 brasileiros. Eles estavam em Santiago durante o terremoto de mais de 8 graus na escala Richter que atingiu o país na madrugada de sábado. O avião foi para o Chile para levar autoridades do país e voltou com os brasileiros a pedido da embaixada.

Arte/Folha Online

Número aumenta

O número de mortos no terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile no sábado subiu para mais de 400, afirmou o Gabinete Nacional de Emergência, neste domingo. O terremoto do sábado foi um dos mais poderosos já registrados na história e atingiu a região centro-sul do Chile.

Na manhã de hoje, tiveram início saques a supermercados e farmácias, segundo informações do jornal chileno "La Tercera". A prefeita de Concepción, Jacqueline van Rysselberghe, reconheceu que a situação na cidade está saindo do controle por causa do desabastecimento progressivo no local.

A prefeita informou que estão sendo coordenadas medidas para minimizar os problemas. Ela declarou que o subsecretário do Interior, Patricio Rosende, a comunicou que um avião deverá chegar a Concepción na tarde de hoje com alimentos para entregar à população.

Jacqueline também disse que desde a tarde de ontem caminhões-pipa estão distribuindo água aos moradores, mas isso ainda está sendo feito de forma limitada.

Mais mortes

A diretora do Onemi (Escritório Nacional de Emergência), Carmen Fernández informou ontem que o número de mortos aumentará à medida que as equipes de emergências forem tendo acesso a mais lugares.

Ela acrescentou que até dentro de 72 horas se conhecerá a 'dimensão total' do terremoto, que o ministro do Interior, Edmundo Pérez Yoma, qualificou como 'um cataclismo de dimensões históricas'.

"Desde o ano de 1960 (data do terremoto de Valdivia, o maior da história, de 9,5 graus Richter) nunca tínhamos tido um terremoto assim", disse Pérez Yoma, acrescentando que as autoridades esperam 'ter um país mais normalizado' nas próximas 48 ou 72 horas.

O tremor de ontem, de mais de 8 graus na escala Richter (8,3 segundo o Escritório Nacional de Emergência do Chile e 8,8 segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos), abrangeu desde a região de Valparaíso (centro) até a dos Lagos (sul), ao longo de uns mil quilômetros da geografia chilena.

As regiões mais afetadas, segundo os dados reunidos até agora, são as de Maule, onde foi situado o epicentro do tremor, a 300 quilômetros de Santiago e de Bio-Bio, a 500 quilômetros da capital.

Entre as vítimas estão cinco habitantes do arquipélago de Juan Fernández, cerca de 600 quilômetros do litoral chileno, onde também foram reportados 11 desaparecidos quando uma enorme onda penetrou no principal povoado desse território insulano.

Capital

A capital Santiago, a cerca de 320 quilômetros do epicentro, foi atingida duramente pelo sismo. O aeroporto internacional está fechado por a menos 24 horas uma vez que o terremoto destruiu calçadas e quebrou vidros de portas e janelas.

O metrô da capital foi fechado e os transportes ficaram limitados por causa das centenas de ônibus que ficaram presos devido a uma ponte que foi danificada pelo tremor.

Um prédio de 15 andares desmoronou e deixou mais de 100 pessoas sob os escombros em Concepción, a maior cidade mais próxima do epicentro do tremor de magnitude 8,8 e que possui cerca de 670 mil habitantes. Carros foram virados e soterrados por uma ponte que caiu na capital Santiago. Linhas de telefonia e de energia caíram, tornando difícil identificar o tamanho do estrago e das perdas de vidas causados pelo terremoto.

Em 1960, o Chile foi atingido por um terremoto de magnitude 9,5, um dos mais fortes já registrados. O tremor devastou a cidade de Valdivia, matou 1.655 pessoas e causou um tsunami que atingiu a Ilha da Páscoa, distante 3.700 quilômetros da costa chilena. A onda continuou e chegou ao Havaí, Japão e Filipinas. As ondas que chegaram na Filipinas demoraram cerca de 24 horas para atingir o país.

O terremoto deste sábado foi sentido em São Paulo e também nas Províncias argentinas de Mendoza e San Juan. Uma série de abalos subsequentes atingiu a região costeira do Chile.

Com agências internacionais

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página