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16/03/2010 - 10h52

China diz se preocupar com o Irã, mas ainda rejeita sanções

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da Folha Online

A China passou a se preocupar mais com a tensão internacional que cerca o programa nuclear iraniano, mas continua duvidando da eficácia de sanções contra o Irã, disse nesta terça-feira o chanceler Yang Jiechi, após receber seu homólogo britânico, David Miliband.

A declaração sugere que o governo de Pequim pouco cedeu aos apelos ocidentais --liderados pelos Estados Unidos-- por uma quarta rodada de sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Irã, que a China poderia vetar por ser membro permanente.

"A respeito da questão nuclear do Irã, desejo apontar que esta questão é objeto de ampla atenção da comunidade internacional. A China se tornou mais preocupada com a atual situação", disse Yang, acrescentando que Pequim insiste na busca por uma solução diplomática.

"Já disse antes que as sanções não fornecem uma solução fundamental para a questão nuclear iraniana, esta questão afinal terá de ser resolvida por meio de negociações pacíficas", disse o chanceler chinês. "Vamos continuar fazendo esforços ativos para obter uma solução diplomática para a questão nuclear do Irã."

O Irã é um dos principais fornecedores de petróleo para a China, além de receber muitos investimentos chineses.

Uma proposta ocidental para novas sanções prevê restrições a mais bancos iranianos no exterior, mas sem impor medidas contra os importantes setores de gás e petróleo do país --o que poderia amenizar a oposição chinesa.

Na entrevista coletiva, Milliband disse que a questão do Irã é um "teste para todos nós", e destacou que a China tem manifestado uma crescente preocupação.

"Todos temos o objetivo comum de assegurar que o Irã cumpra seus compromissos sob o Tratado de Não-Proliferação (Nuclear), e vamos trabalhar muito estreitamente para conseguir isso", afirmou.

Miliband criticou ainda as autoridades iranianas e destacou a crescente falta de confiança na comunidade internacional sobre as intenções do Irã.

O ministro britânico afirmou que o Irã "será tratado como um país normal na questão nuclear quando se comportar como um país normal".

Campanha
O grupo do P5+1 --Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e a Alemanha-- ofereceram em outubro do ano passado uma proposta para o envio do urânio iraniano, enriquecido a 3,5% para a Rússia e França, em troca de urânio enriquecido a 20%, longe dos 90% necessários para uma bomba.

O Irã demorou a responder e, quando o fez, apresentou diversas condições. Nos últimos dias, Teerã anunciou planos de construir dez novas usinas nucleares e que começou a enriquecer urânio em seu próprio território.

Os Estados Unidos lideram desde então uma campanha por uma quarta rodada de sanções do Conselho de Segurança. Para tal, são necessários nove dos 15 votos do Conselho de Segurança e nenhum veto dos cinco membros permanentes --EUA, China, Rússia, Reino Unido e França.

Reino Unido e França já declararam apoio à campanha americana.

A Rússia, que tradicionalmente veta as sanções, já deu declarações defendendo medidas mais duras e assinou ainda uma carta, redigida também por França e EUA, dizendo estar preocupada com a escalada do programa nuclear do Irã. O documento foi entregue à Agência Internacional de Energia Atômica, organização ligada à ONU e foi recebida como mais um sinal do endurecimento da posição russa em relação ao programa nuclear iraniano.

Já a China mantém defesa do diálogo com o Irã e não dá sinais de que está disposta a mudar seu histórico de vetos. Ela apenas apoiou as três rodadas anteriores de sanções ao Irã após cortar medidas que poderiam ameaçar o comércio de petróleo e os investimentos chineses.

Com Reuters e France Presse

 

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