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22/03/2004
-
11h34
da France Presse, em San Salvador (El Salvador)
O empresário radiofônico e locutor esportivo Elías Antonio Saca, 39, ganhou o primeiro turno das eleições de ontem em El Salvador por mais de 20 pontos percentuais sobre o esquerdista Schafik Handal, em eleições que contaram com uma participação "histórica".
A governante Aliança Republicana Nacionalista (Arena, direita) obteve 57,37% dos votos, frente a 36,05% para a esquerda, segundo um informe do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgado na última hora de ontem, computadas 83,15% das urnas.
Segundo o TSE, Saca acumulava 1.029.004 votos, enquanto a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN, esquerda), cujo candidato era o ex-comandante guerrilheiro Schafik Handal, 73, contava 646.566 votos.
Com a vitória de Saca, a direita garantiu o quarto governo consecutivo desde 1989, ao mesmo tempo em que o cenário político salvadorenho ficou polarizado em um novo bipartidarismo, com o fim dos partidos de centro.
A coalizão de centro-esquerda integrada pelo Centro Democrático Unido-Partido Democrata Cristão (CDU-PDC) conseguiu 4,06%, com 72.790 votos, enquanto o direitista Partido da Conciliação Nacional (PCN) acumulou apenas 2,53% da votação, com 45.352 votos, o que os fará desaparecer como partidos políticos, segundo a lei eleitoral, por não atingir o mínimo exigido.
Além disso, foi registrada uma "histórica" elevada participação de 70% dos 3,4 milhões de salvadorenhos habilitados a votar, informou o presidente do TSE, Sergio Mena.
A Arena sepultou, pela terceira vez consecutiva, as aspirações da FMLN de chegar ao poder pelo caminho eleitoral desde que em janeiro de 1992 terminou uma guerra civil de 12 anos que deixou um balanço em torno de 75 mil mortos e 6.000 desaparecidos.
Handal aceitou a derrota, em um discurso pronunciado na sede de seu partido antes da meia-noite, mas se recusou a felicitar Saca.
"É certo que os números eleitorais deste dia dão ao sr. Elías Antonio Saca a Presidência, reconhecemos que é assim, mas não o felicitamos porque esta votação foi conseguida pela Arena e pelo próprio sr. Saca com o método do medo. E o voto com medo é um voto sem liberdade."
"Este é um atentado à democracia do país", afirmou Handal.
O candidato esquerdista se referia a uma campanha da direita na mídia, advertindo à população que se a esquerda triunfasse, instauraria o comunismo, enquanto os Estados Unidos deportariam 2,2 milhões de imigrantes e os capitais seriam retirados deste empobrecido país.
Em fevereiro passado, Roger Noriega, chefe da diplomacia dos Estados Unidos para a América Latina, visitou San Salvador, se reuniu com Saca, mas não quis reunir-se com Handal.
Nas ruas, dezenas de seguidores da Arena, usando camisetas e coletes azul, vermelho e branco (cores do partido), cantavam o hino anticomunista do partido, cujo refrão é "pátria sim, comunismo não".
Em um discurso pronunciado ante seus partidários, Saca disse que "El Salvador falou nas urnas. O povo decidiu e este foi o veredicto. Não há ódios nem rancores, é o momento de pedir a Deus sabedoria".
Saca, o narrador esportivo mais popular de San Salvador, formou seu próprio grupo radiofônico, tornou-se líder empresarial e depois entrou na política pela Arena, que o levou à Presidência.
El Salvador volta a eleger presidente de direita
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O empresário radiofônico e locutor esportivo Elías Antonio Saca, 39, ganhou o primeiro turno das eleições de ontem em El Salvador por mais de 20 pontos percentuais sobre o esquerdista Schafik Handal, em eleições que contaram com uma participação "histórica".
A governante Aliança Republicana Nacionalista (Arena, direita) obteve 57,37% dos votos, frente a 36,05% para a esquerda, segundo um informe do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgado na última hora de ontem, computadas 83,15% das urnas.
Segundo o TSE, Saca acumulava 1.029.004 votos, enquanto a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN, esquerda), cujo candidato era o ex-comandante guerrilheiro Schafik Handal, 73, contava 646.566 votos.
Com a vitória de Saca, a direita garantiu o quarto governo consecutivo desde 1989, ao mesmo tempo em que o cenário político salvadorenho ficou polarizado em um novo bipartidarismo, com o fim dos partidos de centro.
A coalizão de centro-esquerda integrada pelo Centro Democrático Unido-Partido Democrata Cristão (CDU-PDC) conseguiu 4,06%, com 72.790 votos, enquanto o direitista Partido da Conciliação Nacional (PCN) acumulou apenas 2,53% da votação, com 45.352 votos, o que os fará desaparecer como partidos políticos, segundo a lei eleitoral, por não atingir o mínimo exigido.
Além disso, foi registrada uma "histórica" elevada participação de 70% dos 3,4 milhões de salvadorenhos habilitados a votar, informou o presidente do TSE, Sergio Mena.
A Arena sepultou, pela terceira vez consecutiva, as aspirações da FMLN de chegar ao poder pelo caminho eleitoral desde que em janeiro de 1992 terminou uma guerra civil de 12 anos que deixou um balanço em torno de 75 mil mortos e 6.000 desaparecidos.
Handal aceitou a derrota, em um discurso pronunciado na sede de seu partido antes da meia-noite, mas se recusou a felicitar Saca.
"É certo que os números eleitorais deste dia dão ao sr. Elías Antonio Saca a Presidência, reconhecemos que é assim, mas não o felicitamos porque esta votação foi conseguida pela Arena e pelo próprio sr. Saca com o método do medo. E o voto com medo é um voto sem liberdade."
"Este é um atentado à democracia do país", afirmou Handal.
O candidato esquerdista se referia a uma campanha da direita na mídia, advertindo à população que se a esquerda triunfasse, instauraria o comunismo, enquanto os Estados Unidos deportariam 2,2 milhões de imigrantes e os capitais seriam retirados deste empobrecido país.
Em fevereiro passado, Roger Noriega, chefe da diplomacia dos Estados Unidos para a América Latina, visitou San Salvador, se reuniu com Saca, mas não quis reunir-se com Handal.
Nas ruas, dezenas de seguidores da Arena, usando camisetas e coletes azul, vermelho e branco (cores do partido), cantavam o hino anticomunista do partido, cujo refrão é "pátria sim, comunismo não".
Em um discurso pronunciado ante seus partidários, Saca disse que "El Salvador falou nas urnas. O povo decidiu e este foi o veredicto. Não há ódios nem rancores, é o momento de pedir a Deus sabedoria".
Saca, o narrador esportivo mais popular de San Salvador, formou seu próprio grupo radiofônico, tornou-se líder empresarial e depois entrou na política pela Arena, que o levou à Presidência.
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