Em visita a Gaza, chefe da diplomacia da UE condena ataque a Israel

A alta representante da UE (União Europeia) para Política Externa, Catherine Ashton, condenou nesta quinta-feira "todo tipo de violência", após a morte de um agricultor atingido por um foguete em Israel. Ashton está em seu segundo dia de visita a Israel e aos territórios palestinos. É a primeira passagem dela pelo Oriente Médio desde que assumiu o cargo, em dezembro passado.

No momento da visita de Ashton, um foguete Qassam lançado da faixa de Gaza matou um imigrante tailandês que trabalhava em um kibutz no norte do deserto do Negev.

Bernat Armangue/AP

Catherine Ashton se reúne com presidente de Israel antes de ir para faixa de Gaza

No começo da manhã, a representante da UE se encontrou em Jerusalém com o presidente israelense, Shimon Peres. Ela também passou por uma escola de meninas mantida pela ONU (Organização das Nações Unidas) em um campo de refugiados em Jabalya, ao norte da faixa de Gaza. Em Gaza, foi recebida por funcionários da ONU e de organizações da sociedade civil.

Ela deve se reunir ainda com palestinos, economistas e políticos não vinculados ao governo islâmico, e participar de uma entrevista coletiva na sede geral da ONU na tarde desta quinta-feira.

Estão previstos encontros com funcionários e auxiliares para conhecer a situação humanitária em Gaza 14 meses após a ofensiva militar israelense Chumbo Fundido, realizada por Israel para acabar com os ataques de foguetes contra seu território. A ofensiva, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, matou cerca de 1.400 palestinos, em sua maioria civis.

Não está previsto nenhum contato oficial de Ashton com o governo do Hamas, grupo radical islâmico que figura na lista de organizações terroristas da União Europeia e dos EUA. O Hamas controla Gaza desde que expulsou as forças leais ao governo da ANP (Autoridade Nacional Palestina), do presidente Mahmoud Abbas, após uma semana de enfrentamentos em 2007.

Antes de chegar ao Oriente Médio, Ashton havia expressado sua vontade de ir a Gaza para garantir que as ajudas da União Europeia chegam ao local e às pessoas que precisam. Também pediu o fim do bloqueio à faixa de Gaza --há três anos, Israel e Egito impuseram um duro embargo à faixa e só deixam passar itens humanitários ou de primeira necessidade.

A visita da representante da UE a Gaza foi excepcionalmente autorizada pelo governo israelense, que, em geral, impede que dirigentes internacionais vão à faixa por considerar que isso legitima os islâmicos.

Ashton faz um giro de cinco dias pela região, preparando-se para uma reunião na sexta-feira (19) em Moscou do Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, ONU, União Europeia e Rússia). Ela já visitou o Egito, a Síria, o Líbano, a Jordânia, Israel e a Cisjordânia.

Com Efe e France Presse