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19/03/2010 - 07h44

Quarteto para Oriente Médio dá prazo de 24 meses para acordo de paz

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da Folha Online

O Quarteto para o Oriente Médio --formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU-- se reúne nesta sexta-feira na capital russa e pediu a Israel e a liderança palestina que fechem um acordo de paz em um prazo de 24 meses, afirmou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

"O Quarteto acredita que estas conversações deveriam levar a um acordo negociado entre as partes dentro de 24 meses", declarou Ban, que na véspera afirmar que o único caminho para um acordo são negociações diretas entre as duas partes.

O ultimato chega em um momento complicado nos esforços de diálogo. Após acordarem com negociações indiretas, sob mediação dos EUA, os palestinos suspenderam as chamadas conversas de proximidade como reação ao anúncio de Israel de mais 1.600 casas em um bairro de Jerusalém Oriental --território cuja ocupação não foi reconhecida pela comunidade internacional e que os palestinos pleiteiam como capital de um futuro Estado.

Ban afirmou que o acordo acabaria com a ocupação que começou em 1967 e resultaria "no surgimento de um Estado palestino independente, democrático e viável, que viva lado a lado e em paz e segurança com Israel e os outros vizinhos".

O Quarteto pediu ainda a Israel o congelamento de todas as atividades de colonização e se declarou "profundamente preocupado" com a situação em Gaza.

"O Quarteto urge ao governo de Israel o congelamento de qualquer atividade de assentamento, incluindo o crescimento natural [das colônias], o fim dos postos avançados edificados desde março de 2001 e a evitar as demolições e desalojamento em Jerusalém Oriental", afirmou o secretário-geral da ONU.

Pouco depois das críticas causadas pelo anúncio, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou que a construção continuará em Jerusalém Oriental e que a medida não afeta de forma alguma os palestinos --que exigem o congelamento total das construções como pré-requisito para diálogo.

"O congelamento durante dez meses da construção em Judeia-Samaria [nome bíblico da Cisjordânia] terminará na data prevista", acrescentou Netanyahu, em referência à concessão parcial que fez sobre a colonização judaica na Cisjordânia ocupada, anunciada no fim de novembro sob forte pressão dos EUA.

Unilaterais

O quarteto condenou a decisão do governo de Israel de construir novos imóveis na parte árabe de Jerusalém e pediu para que as duas partes mantenham a calma, abstenham-se de "ações provocadoras" e deixem de lado a "retórica incendiária".

"As ações unilaterais adotadas por qualquer uma das partes não devem se antecipar ao resultado das negociações e não serão reconhecidas pela comunidade internacional", ressalta a declaração.

Os mediadores destacaram que o status de Jerusalém deve ser determinado por negociações entre ambas as partes.

Diálogo

Ao mesmo tempo, o quarteto demonstrou satisfação com a possibilidade de negociações indiretas entre israelenses e palestinos e ressaltou que estas serão "um passo importante rumo ao reatamento sem condições prévias das negociações bilaterais diretas".

"Faremos tudo o que está em nossas mãos para fazer com que as partes comecem conversas indiretas e, depois, diretas", disse o ministro de Relações Exteriores da Rússia e anfitrião da reunião do quarteto, Serguei Lavrov.

O chefe da diplomacia russa manifestou sua esperança de que "Israel entenda a posição do quarteto".

"A declaração é muito clara. Defendemos o começo de conversas indiretas", disse a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ao ressaltar que isso serve aos interesses de Israel e dos palestinos.

A declaração também manifesta preocupação com a situação de Gaza. "O Quarteto está profundamente preocupado com a contínua deterioração em Gaza, incluindo a situação humanitária e dos direitos humanos da população civil, e insiste na urgência de uma solução duradoura à crise de Gaza"

Também participaram da reunião em Moscou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e o representante especial dos mediadores, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair.

Com Efe e France Presse

 

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