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Chanceler de Israel diz que ultimato do Quarteto prejudica acordo de paz
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da Folha Online
O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou nesta quinta-feira que o ultimato do Quarteto para o Oriente Médio --que pediu o fim da colonização em territórios ocupados e deu prazo de 24 meses para um acordo de paz com os palestinos-- deixa mais distantes as chances de um acordo.
"A paz não pode ser imposta artificialmente por um calendário irrealista", disse Lieberman, em uma mensagem à comunidade judaica de Bruxelas, na Bélgica. "Este tipo de declaração apenas compromete as chances de alcançar um acordo".
O Quarteto para o Oriente Médio --formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU (Organização das Nações Unidas)-- se reuniu nesta sexta-feira em Moscou, na Rússia, e pediu a Israel que "cesse" todas as atividades de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
O grupo também manifestou o desejo de que as negociações entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina levem a um acordo no prazo de 24 meses, assumindo a proposta adiantada em janeiro pelo enviado americano para o Oriente Médio, George Mitchell, que mediaria as negociações indiretas.
Segundo Lieberman, a declaração do Quarteto ignora as experiências dos últimos 16 anos, desde os Acordos de Oslo, e não considera que a paz "deve ser construída desde o território, com ações práticas no território".
"Estes anúncios [...] dão à parte palestina a falsa impressão de que bater o pé e recusar-se a sentar na mesa de negociações sob falsos pretextos garantirá seus objetivos", disse Lieberman, em uma referência a suspensão, por parte da ANP, das negociações indiretas após o anúncio de Israel de mais 1.600 casas no território ocupado de Jerusalém Oriental.
Estado palestino
Após a reunião do Quarteto, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o acordo acabaria com a ocupação que começou em 1967 e resultaria "no surgimento de um Estado palestino independente, democrático e viável, que viva lado a lado e em paz e segurança com Israel e os outros vizinhos".
O Quarteto pediu ainda a Israel o congelamento de todas as atividades de colonização e se declarou "profundamente preocupado" com a situação em Gaza.
"O Quarteto urge ao governo de Israel o congelamento de qualquer atividade de assentamento, incluindo o crescimento natural [das colônias], o fim dos postos avançados edificados desde março de 2001 e a evitar as demolições e desalojamento em Jerusalém Oriental", afirmou o secretário-geral da ONU.
O quarteto condenou a decisão do governo de Israel de construir novos imóveis na parte árabe de Jerusalém e pediu para que as duas partes mantenham a calma, abstenham-se de "ações provocadoras" e deixem de lado a "retórica incendiária".
"As ações unilaterais adotadas por qualquer uma das partes não devem se antecipar ao resultado das negociações e não serão reconhecidas pela comunidade internacional", ressalta a declaração.
Os mediadores destacaram que o status de Jerusalém deve ser determinado por negociações entre ambas as partes.
Também participaram da reunião em Moscou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e o representante especial dos mediadores, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair.
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