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29/03/2004 - 13h45

Governo britânico quer criar um "FBI à inglesa"

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da France Presse, em Londres

O governo britânico apresentou nesta segunda-feira um projeto para criar um "FBI à inglesa", uma nova força policial com amplos poderes destinada a lutar contra o crime organizado que cresce com força e movimenta bilhões de libras esterlinas.

É preciso empregar todos os meios para lutar contra o crime organizado "baixo, sofisticado e desenvolvido em grande escala", disse o ministro do Interior David Blunkett, ao apresentar seu projeto, que será debatido antes de ser submetido à votação no Parlamento.

O crime organizado movimenta anualmente cerca de 40 bilhões de libras (US$ 70 bilhões, aproximadamente) em todo o mundo, o equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto) da Nova Zelândia ou ao triplo do PIB de Luxemburgo, lembrou Blunkett em declarações à rádio BBC.

O projeto prevê, entre outras coisas, a criação de uma agência contra o crime organizado (Serious Organised Crime Agency), que substituiria as duas entidades atuais (National Crime Squad e National Criminal Intelligence Service), bem como os serviços de investigação de alfândegas e imigração.

Caso seja aprovada, a agência entraria em ação em abril de 2006 e contaria com cerca de 5.000 investigadores --oficiais de polícia e também contadores, especialistas, analistas financeiros e de dados--, além de se encarregar do tráfico de droga e de seres humanos, bem como a lavagem de dinheiro.

A agência já foi batizada pela imprensa como o "FBI à inglesa" porque se inspiraria no modelo adotado pelo Escritório Federal de Investigações americano, utilizando escutas telefônicas que teriam valor legal em um tribunal.

Também seria empregado um sistema como o americano de redução de penas e proteção de arrependidos que testemunharem contra os chefes mafiosos.

Mas estas disposições não são bem recebidas entre outros pela Scotland Yard (polícia secreta britânica) e os serviços secretos. Estes últimos temem, por exemplo, que sejam revelados seus métodos e fontes durante os julgamentos, principalmente no que se refere à luta antiterrorista.

Blunkett diz que "afinar as condições nas quais serão utilizadas as escutas para que não se coloque em perigo nossos serviços de inteligência".

Mas, insistiu, "estou convencido que devem ser analisados todos os recursos para lutar contra o que já é uma praga internacional".

Para aqueles que pensam que a redução de penas para os arrependidos pode gerar uma vingança entre grupos rivais ou que supõe um insulto para as famílias das vítimas, o ministro do Interior respondeu que deter aos criminosos é o prioritário. "O pior insulto para as famílias é não poder condenar os culpados", disse.
 

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