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03/04/2004 - 15h39

Powell admite que informação sobre armas no Iraque não eram "sólidas"

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da Folha Online

O secretário de Estado americano, Colin Powell, admitiu que os EUA utilizaram informação de fonte não segura para justificar a invasão militar no Iraque. Powell disse que as afirmações feitas pelos EUA sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque foram baseadas em informações que não eram "sólidas".

No dia 5 de fevereiro de 2003, Powell havia feito um discurso no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) em que defendia a intervenção militar no Iraque e sustentava que levantamentos realizados pelos órgãos de inteligência dos EUA confirmavam que Saddan Hussein fabricava esse tipo de armamento.

O discurso foi decisivo para que os EUA conseguissem apoio internacional para invadir o Iraque e depor Saddam. Mesmo assim, muitas nações, como a França e a Alemanha, eram contra a intervenção.

"Agora, parece que esse não era o caso [de as informações serem confiáveis. Mas, no momento em que eu estava preparando a apresentação, foi-me apresentada como se fosse sólida", disse Powell em conversa com os jornalistas durante um vôos que partiu de Bruxelas, na Bélgica, para Washington, após uma reunião da Otan.

O secretário afirmou ainda que, antes de seu discurso na ONU em fevereiro do ano passado, havia pedido à CIA (a agência americana de inteligência) informações que mostrassem o perigo representado pelas supostas armas que estariam sendo desenvolvidas pelo Iraque e que até hoje não foram encontradas.

A presença de supostos laboratórios móveis capazes de escapar das inspeções internacionais foi o elemento "mais dramático" de sua apresentação na ONU. Ele tem sido questionado sobre seu discurso na ONU desde a queda do regime ditatorial de Saddam Hussein no ano passado.

O ceticismo em relação às suas afirmações aumentou bastante neste ano após David Kay, o inspetor-chefe da equipe americana encarregada de descobrir o arsenal de Saddam, ter declarado não acreditar que as buscas fossem localizar armas proibidas.

Powell tentou defender o governo americano afirmando que as informações eram as "melhores da inteligência dos EUA" que o governo contava na época. "Me assegurei de que tivesse múltiplas fontes", disse.

"Agora, se as fontes falharam, precisamos saber como nos pusemos nessa posição", afirmou. Segundo Powell, a Secretaria de Segurança já teve reuniões com a CIA para discutir esse tema.

Com agências internacionais

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