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29/03/2010 - 13h56

Mulheres suicidas são armas importantes para grupos separatistas russos

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OLGA NEDBAEVA
da France Presse, em Moscou (Rússia)

As mulheres suicidas responsáveis pelos atentados desta segunda-feira no metrô de Moscou e por muitos dos atentados cometidos na Rússia nos últimos dez anos, são uma arma importante da rebelião islâmica do Cáucaso Norte.

"Os atentados no Cáucaso Norte são em geral cometidos por mulheres", lembrou Grigori Shvedov, redator chefe do portal de notícias sobre o Cáucaso kavkaz-uzel.ru (caucasianknot.info, em inglês).

Alexandre Tcherkassov, especialista em Cáucaso da ONG Memorial, acredita que "o que as leva a morrer é principalmente a vontade de vingança".

"Em geral, as mulheres têm parentes entre os terroristas (...) As mulheres são mais emotivas, se tomam uma decisão, nada pode detê-las", explicou Vladimir Vassiliev, chefe da comissão da Duma (Parlamento russo) que dirigia a célula de crise quando diversas pessoas foram mantidas reféns em um teatro de Moscou em 2002. As declarações foram feitas à rádio Eco de Moscou.

As imagens que mostraram mulheres usando véus islâmicos e cintos com explosivos durante a tomada de reféns no teatro de Dubrovka provocaram, na época, verdadeira comoção no país.

Chamadas de "viúvas negras", essas mulheres agiram em diversas ocasiões desde então: em um atentado durante um festival de rock em Moscou em julho de 2003 (15 mortos), em dois desastres aéreos ocorridos em 24 de agosto de 2003 (90 mortos) e em diversos ataques suicidas no Cáucaso.

Em um estudo chamado "As noivas de Alá", publicado em 2003, a jornalista russa Yulia Yuzik afirma que uma em cada dez mulheres foram motivadas a se matar por ideais. As outras nove tinham sido manipuladas e drogadas com psicotrópicos.

O grupo suicida Ryad-us-Salihin ("Jardim dos Virtuosos") criado em 2002 e que em 2009 anunciou que reiniciaria suas atividades "tenta deliberadamente recrutar mulheres porque elas suscitam menos suspeitas", segundo Grigori Shvedov.

Alexandre Tcherkassov lamenta que a Rússia não dê a essas mulheres nenhuma oportunidade de sair do círculo do terrorismo.

A esse respeito, citou o exemplo de Zarema Mukikoieva que, ao ser recrutada como suicida, "entregou-se às forças de ordem" em julho de 2003, quando deveria ter cometido um atentado contra um café de Moscou.

"Ela confessou tudo, houve prisões graças a ela, mas mesmo assim, foi condenada a 20 anos de prisão".

 

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