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27/08/2000 - 22h51

Cinco reféns de grupo mulçumano são libertados nas Filipinas

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da Folha de S. Paulo

Cinco reféns estrangeiros foram libertados neste domingo por rebeldes muçulmanos em Jolo, a 960 km ao sul de Manila, nas Filipinas, depois de ficar em regime de cativeiro por mais de quatro meses. Outros 7 ocidentais e 12 filipinos, no entanto, continuam presos.

Os guerrilheiros separatistas de Abu Sayyaf libertaram quatro mulheres e um homem depois que a Líbia concordou em pagar US$ 1 milhão por cada um, segundo os negociadores. Os reféns libertados foram levados de helicóptero a Zamboanga e recebidos pelos embaixadores de seus respectivos países.

"Fomos libertados, mas ainda há mais gente que ficou para trás", disse a franco-libanesa Marie Moarbes.

Os outros reféns que saíram do cativeiro são a francesa Sonia Wendling, a jornalista e também francesa Maryse Burgot, a sul-africana Monique Strydom, cujo marido continua em poder dos rebeldes, e o alemão Werner Wallert. Sua mulher, Renate, fora libertada em 17 de julho. "Não pensem que estou feliz, pois meu filho ainda está lá", afirmou Wallert.

A crise foi deflagrada quando 21 turistas que estavam em um resort especializado em mergulho na ilha de Sipadan, na Malásia, foram sequestrados pelos rebeldes muçulmanos em 23 de abril.
A jornalista francesa foi presa em 9 de julho, quando foi fazer a cobertura do sequestro com uma equipe de televisão da França.

Abu Sayyaf é o menor dos grupos rebeldes do sul da Filipinas que lutam por um Estado islâmico independente. Antes do sequestro na Malásia, havia cerca de 500 rebeldes no interior, mas esse número já chegou a 5.000 devido às promessas de grandes recompensas, segundo um oficial do Exército.

Entre os que continuam em cativeiro, há 1 francês, 1 alemão, 2 finlandeses, 1 sul-africano e 2 jornalistas de uma emissora de TV francesa, além de 12 evangélicos filipinos.

"Agora conseguimos um acordo para a libertação dos demais sequestrados, mas somente vamos parar quando todos forem libertados", disse o principal negociador do governo, Robert Aventajado.

Os reféns libertados viajaram ontem a Trípoli para conhecer o líder líbio Muammar Gaddafi. De acordo com diplomatas, a Líbia teria investido na libertação dos reféns para melhorar sua imagem, depois de anos de isolamento devido às suspeitas de envolvimento do país no atentado contra um avião da Pan Am em Lockerbie (Escócia), em 1988, que deixou 270 mortos.

Segundo a agência "Reuters", negociadores teriam dito que a Líbia conseguiu o dinheiro para o resgate de US$ 1 milhão para cada um dos cinco libertados. Oficiais de Trípoli e Manila negaram que alguém tenha pago o resgate.

O ministro do Exterior da Alemanha, Joschka Fischer, agradeceu à Líbia pela ajuda na libertação do cidadão alemão.

O chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schroeder, disse estar feliz com a libertação dos reféns, mas não mencionou a Líbia em seu discurso. Afirmou estar preocupado com os que continuam em cativeiro. "Espero que a libertação dos demais reféns seja feita rapidamente e sem violência."

O presidente da França, Jacques Chirac, e o primeiro-ministro Lionel Jospin deram as boas-vindas às três francesas libertadas, mas pediram esforços para que os outros reféns franceses sejam postos em liberdade. "Tudo tem de ser feito com segurança e rapidamente", afirmou o presidente francês em discurso.

Chirac disse ter escrito ao presidente das Filipinas, Joseph Estrada, para agradecer-lhe, mas também para pedir-lhe que os reféns não sofram danos.

No dia 1º de julho, 13 evangélicos filipinos foram ao esconderijo rebelde para rezar pelos reféns e foram detidos. No final do mês, porém, um dos protestantes apareceu no campo rebelde e disse que ele e seus companheiros não estavam sendo mantidos como sequestrados.

Os reféns deveriam ter sido libertados há dez dias, mas, de última hora, os guerrilheiros abriram mão do acordo, afirmando que o Exército filipino estava preparando um ataque logo após a libertação dos prisioneiros. Os restantes devem sair nesta semana.

Ao ser indagado se o ministro das Relações Exteriores da França, Hubert Vedrine, iria a Trípoli para dar as boas-vindas às francesas, Jospin afirmou que isso depende do governo e de Chirac.

Enquanto Jospin e Chirac não mencionaram os esforços realizados pela Líbia para garantir segurança aos sequestrados, o ministro Vedrine citou o trabalho das Filipinas e da Líbia.

"É o primeiro resultado dos esforços realizados pelas autoridades filipinas e daqueles que ajudaram, como os líbios", disse o ministro francês.

Segundo militares filipinos, os rebeldes já receberam US$ 5,5 milhões pelos 11 reféns que haviam sido libertados anteriormente, e grande parte dessa quantia deve ter sido gasta com armas e munição.

(com Agências Internacionais)

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