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Dissidente morre afogado ao tentar retorno ilegal à Cuba
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colaboração para Folha
O ativista opositor Adrian Leiva, que se mudou para Miami em 2005 e teve a entrada em Havana negada no ano passado, aparentemente morreu afogado ao tentar fazer a viagem para Cuba num bote, disseram amigos na quarta-feira. De acordo com colegas dissidentes, a irmã de Leiva já teria reconhecido o corpo do opositor.
Após a mudança para os EUA, Leiva chegou a ser temporariamente aceito na ilha comunista por três meses, mas o governo decidiu por sua expulsão. Insatisfeito com a vida em Miami, ele havia tentado retornar mas as autoridades cubanas o alertaram de que ele não seria aceito no país, e por essa razão o dissidente optou pelo retorno ilegal.
Miguel Saludes, amigo de Leiva, disse em Miami que três homens estavam a bordo do bote que chegou em solo cubano no dia 23 de março. Os outros dois foram presos, e a família recebeu a notícia de que Adrian teria morrido afogado na costa e as autoridades haviam recuperado o corpo, informou o jornal "Miami Herald".
Saludes diz que Leiva deixou Cuba em 2005 como um refugiado político, com a mulher, também opositora ao regime de Castro, mas após o fim do casamento em 2006, há muito tempo ele desejava retornar ao país de origem, sobretudo para estar com sua mãe, já idosa, e seguir com seu trabalho de ativismo. "Ele sentia-se frustrado, não estava fazendo o que queria", disse.
As autoridades cubanas não comentaram o assunto ontem.
Tentativas de cubanos secretamente voltarem para o país após viverem nos EUA são raras. Hugo Landa, diretor da CubaNet, uma agência de notícias da Flórida que publica artigos de jornalistas cubanos independentes, disse que Leiva fazia pressão para que os cubanos tivessem direito de viajar livremente, entrando e saindo do país comunista sem restrições ou punições.
"Ele tornou-se um mártir por essa causa", disse Landa. Apesar das dificuldades, "ele estava obcecado com a ideia de voltar a viver em Cuba".
Leiva também esteve envolvido em um movimento dissidente em 2002, liderado por Oswaldo Paya, que buscou realizar um referendo para permitir que os cubanos votassem contra o governo comunista e escolher aprovar as garantias de direitos como liberdade de expressão e propriedade privada.
A pressão internacional sobre Cuba tem aumentado em relação a diretos humanos após a morte de outro dissidente, Orlando Zapata Tamayo, por greve de fome.
Com Associated Press
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