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Explosões matam um e ferem 50 na Tailândia; estrangeiros estão entre vítimas
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da Reportagem Local
Ao menos uma pessoa morreu e outras 50, incluindo quatro estrangeiros, ficaram feridas em uma série de explosões ocorridas nesta quinta-feira no centro financeiro de Bancoc, capital da Tailândia.
Uma das explosões aconteceu perto de uma estação do metrô na popular Rua Silom, situada a cerca de 500 metros do local em que os manifestantes da oposição e governistas mantêm confrontos esporádicos.
David Guttenfelder/AP | ||
Passageiros do metrô de Bancoc correm após explosões que deixaram ao menos um morto e 50 feridos |
Outra explosão atingiu a frente da filial de uma entidade bancária e uma terceira foi detonada perto do Hotel Dusit Thani, de cinco estrelas.
Segundo a polícia, as explosões foram causadas por granadas do tipo M-79, jogadas por um lança-granadas. O mesmo tipo de munição foi lançado contra as tropas do governo durante um violento confronto com os camisas vermelhas que deixou ao menos 25 mortos em 10 de abril passado.
"As explosões não tiveram nada a ver conosco", disse Weng Tojirakarn, um dos líderes dos camisas vermelhas, que sugeriu que o ataque pode ter sido realizado por manifestantes rivais, pelo governo, Exército e polícia.
A polícia não divulgou, por enquanto, as identidades nem as nacionalidades das vítimas estrangeiras, aparentemente turistas, por se tratar de uma região famosa da cidade, onde fica o popular mercado de Patpong.
As explosões causaram pânico nas centenas de pessoas que estavam perto da estação, muitas das quais fugiram ou buscaram refúgio em entradas de prédios.
"É preocupante, ver ambulâncias, as pessoas fugindo. A polícia e o Exército não parecem estar no controle", disse Herman Koopman, turista holandês.
As autoridades suspenderam o serviço em uma parte da linha do metrô elevado, conhecido como Skytrain. O primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, convocou uma reunião de emergência com os chefes de segurança do país, segundo o porta-voz do governo, Panitan Wattanayagorn.
Tensão
Vincent Yu/AP | ||
Tailandeses feridos tentam fugir de local de uma série de explosões em Bancoc, na Tailândia |
A área das explosões é cenário de um tenso enfrentamento entre os camisas vermelhas, que exigem a renúncia do premiê, e as tropas do governo.
Centenas de soldados, muitos armados com rifles de assalto M-16, chegaram no bairro rico de Bancoc na segunda-feira (19) para impedir que milhares de camisas vermelhas fizessem novos protestos.
Não longe das explosões, milhares de camisas vermelhas --apoiadores do ex-premiê Thaksin Shinawatra-- fortificaram seu reduto em um distrito comercial de Bancoc, onde agora há centenas de barricadas. O Exército planeja retirar os manifestantes à força.
Nenhum dos lados mostra sinais de que vai recuar, depois da tentativa caótica militares de expulsar os manifestantes de outro local, em 10 de abril passado, que levou a morte de ao menos 25 pessoas, além de deixar 800 feridos.
Nesta quinta-feira, o Exército voltou a ameaçar os manifestantes, que há sete semanas atrapalham a rotina da capital. "Seus dias estão contados", disse o porta-voz do Exército, Sansern Kaewkamnerd.
"Se vocês saírem agora, vocês não serão processados. Mas se vocês esperarem até as forças de segurança entrarem, vocês serão processados. Vocês também podem ser atingidos por balas de borracha durante os confrontos entre as forças de segurança e os terroristas fortemente armados".
Os camisas vermelhas dizem que outra tentativa de retirá-los de seu acampamento será fútil. Eles dizem que eles apenas deixarão Bancoc quando o premiê Abhisit Vejjajiva anunciar eleições antecipadas.
Cerca de 20 mil camisas vermelhas ocuparam uma área de cerca de 3 km¦ no centro de Bancoc, em uma vila improvisada no coração de uma das áreas mais ricas da capital.
"Eu não tenho medo", disse Saisunee, 23, garçonete em Bancoc que faz parte do movimento. "Há muitas pessoas aqui. Eu não acho que o Exército pode nos tirar daqui".
Histórico
A atual turbulência é sintoma de uma prolongada crise política que opõe, de um lado, os militares, os monarquistas e a elite urbana --que usam amarelo nos protestos e apoiam o atual premiê Abhisit Vejjajiva; e do outro os seguidores de Thaksin, identificados pela cor vermelha, oriundos principalmente das classes trabalhadoras rurais, e que se sentem alienados pelo governo.
Arte Folha | ||
Thaksin, derrubado em 2006 em um golpe de Estado apoiado pelos camisas amarelas, foi condenado in absentia por corrupção e abuso de poder. Ele nega as acusações do exílio autoinfligido em Dubai.
Dois anos depois, os apoiadores de Thaksin voltaram ao poder por três meses. Na ocasião, confrontos entre apoiadores e opositores de Thaksin resultaram na ocupação e fechamento dos dois principais aeroportos de Bancoc por uma semana.
Há pouco mais de uma semana ele perdeu US$ 1,4 bilhão da sua fortuna pessoal estimada em US$ 2,3 bilhões após a Justiça tailandesa concluir que esse dinheiro teve origem ilegal. Os seus simpatizantes afirmam que o julgamento foi político.
Antes de tornar-se primeiro-ministro, Thaksin já era bastante rico e possuía, entre outros negócios, a companhia de telecomunicações Shin Corp. A empresa foi vendida ao fundo soberano Tamasek, de Cingapura, em janeiro de 2006, numa operação controversa que acabou desencadeando os protestos que resultaram em sua queda.
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