Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/04/2010 - 15h31

Religiosos indonésios condenam leis europeias contra a burca

Publicidade

da France Presse, em Jacarta

França e Bélgica serão consideradas culpadas de infringir os direitos das mulheres se mantiverem os planos de proibir o uso da burca em público, defendem lideranças islâmicas da Indonésia, que com cerca de 200 milhões de muçulmanos, é o país com a maior concentração de adeptos do Islã em todo o mundo.

Muçulmana é expulsa de escola na Espanha por usar veu islâmico
França apresentará projeto de lei para proibir véu islâmico integral
Deputados belgas abrem caminho para proibir uso da burca em locais públicos
Veja diferenças entre véus

O Conselho dos Ulemás lembrou que as crenças religiosas devem ser respeitadas mesmo que haja preocupações de segurança no que diz respeito ao uso da vestimenta que recobre o corpo e o rosto das mulheres.

"Somos taxativamente contra a proibição proposta. Se virar lei, significará que Bélgica e França restringem os direitos das mulheres muçulmanas no cumprimento de suas obrigações religiosas", disse o presidente do conselho, Amidhan, que, assim como muitos indonésios, tem apenas um nome.

"Se for por motivos de segurança, o temor é excessivo. É injusto considerar todas as mulheres cobertas uma ameaça", argumentou.

Embora nem todas as muçulmanas indonésias usem "niqab" (véu islâmico que deixa apenas os olhos descobertos) ou burca, muçulmanos de outras partes do mundo fazem interpretações diferentes das escrituras islâmicas e suas crenças devem ser respeitadas, afirmou o grupo de clérigos à agência France Presse.

"A interpretação do Corão é diferente em diferentes países. As muçulmanas indonésias não precisam cobrir o rosto com véus, ao contrário das mulheres de alguns países do Oriente Médio. Mas temos que respeitar suas crenças", reforçou Amidhan.

A Bélgica preparava-se esta quinta-feira para proibir o uso da burca em público, o que se configuraria na primeira restrição governamental deste tipo na Europa, apenas um dia depois de a França prometer uma lei similar.

O governo francês anunciou que apresentará aos ministros, em maio, um projeto proibindo o uso de niqabs e burcas nas ruas, lojas e mercados, e não apenas em edifícios públicos, como acontece agora.

Mas uma crise política que ameaça o governo belga e objeções do órgão de vigilância constitucional francês mostram que tais restrições podem não ter efeito de lei.

Ontem a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) também manifestou-se contrária à proibição do uso do véu que cobre todo o rosto por mulheres muçulmanas.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página